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Primeira viagem ao Oriente ..ediçao vagueando e inedita .... - Por Jose Ezequiel Poças Gomes

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Primeira viagem ao Oriente ..ediçao vagueando e inedita .... - Por Jose Ezequiel  Poças Gomes - Página 3 Empty Primeira viagem ao Oriente ..ediçao vagueando e inedita .... - Por Jose Ezequiel Poças Gomes

Mensagem por Vitor mango Qui Jun 11, 2009 3:10 am

Relembrando a primeira mensagem :

Iniciamos aqui a publicaçao de um extenso relatorio de viagens feito pelo meu amiggo Poças que desde tenra idade palmilhou pelos 4 cantos do mundo reunindo preciosos documentos da nossa historia
Trata.se de uma documentaçao de muita valia cuja publicação aqui é possivel pela amizade pessoal


PRIMEIRA VIAGEM

AO

EXTREMO ORIENTE

NOTA
Este texto foi escrito durante a viagem, nos intervalos das deslocações, nas paragens de autocarros, nos aviões, nos barcos, à beira do mar, enfim, nas horas de descanso nos hotéis, em bancos de jardim, nas mesas de cafés...
As datas e dados históricos carecem de verificação pois foram obtidos das mais diversas fontes (jornais, livros/guias, museus, conversas, etc), sempre durante a viagem.
Foi escrito sem preocupações nem ambições literárias, nem com a intenflo de vir a ser publicado, mas tio-somente como auxiliar de memória e referência fuwra para mim próprio. Depois desta viagem já fiz mais duas com a mesma duraç&o ao Oriente e as recordações dos episódios, itinerários, nomes de pessoas e de lugares, começam a baralhar-se. A consulta dos “Diários” é essencial para reavivar a memória.
Alguns extractos do texto foram publicados na revista ‘Magazine — Grande Informação”.

AGRADECIMENTO
A Ethel pela sua paciência e persistência em dactilografar o texto até ao fim, n~o obstante as dificuldades em decifrar a minha caligrafia (muitas vezes escrita sobre ojoelho), agravadas pelo seu pouco conhecimento da língua portuguesa.

José Ezequiel Poças Gomes
Quinta de Rio Alcaide, 1 de Março de 2009










pagina um


VIAGEM AO ORIENTE Inicio 12-09-2003
Fim 15-03-2004
….A visita ao Taj-Mahal suscitou-me a curiosidade de conhecer melhor a história do seu erector, Shah-Jallan, e a dos seus aguerridos antepassados maometanos
A penetração do Islão na India não é diferente do que se passou com a expansão daquela religião no resto do Mundo. Desde aquela fatídica revelação em que Aflah instruiu o Profeta ~1aomé de que poderia, a partir daquele momento, usar a força das espadas como meio de persuasão para converter infieis, o Islão não mais parou de utilizar as maiores atrocidades para se instalar nas diversas partes do Globo Para quê missionários se o próprio Deus lhes ordenou que usassem as espadas
Unificadas pela força as diversas tribus da Peninsula Arábica, sucessivas bordas islâmicas submeteram a Sina, a Mesopotâmia, Palestina, Egipto, Norte de Africa, Marrocos, Península Ibérica atravessando os Pirinéus para subjugar a Europa, só parando às portas de Paris onde Carlos Martel os susteve. Para Oriente o avanço foi Idêntico chegando à China. Quanto à India a agressão islâmica começou no Sec. XI pela espada de Mahmud de Gahzni, pequena cidade afgã entre Kabul e Kandahar. Para Gahzni carreou Mahmud os tesouros saqueados no Norte de India transformando a pequena e obscura cidade em opulenta capital do seu reino
Das atrocidades perpetradas por Mahmud avulta a execução de 70.000 hindus que obstinadamente defenderam o seu templo á divindade Shiva, na cidade de Somnath.
Os Séculos seguintes viram sucessivas invasões islamicas porem a ferro e fogo o Morte da India atingindo o apogeu com a descida desde Samarcanda,.. em 1398, dos exércitos do sanguinário Tamerlão, que tinham ordens expressas do tirano para saquear, arrasar e queimar todas as povoações por onde passassem e de passar pelo fio da espada todos os hindus em quem pusessem a vista em cima... Após o saque, destruição e incêndio de Deli, 100000 hindus (segundo alguns autores a totalidade da população) Ibram degolados. Declarando-se a peste nas hostes muçulmanas, Tamerlão ordena o regresso a Samarcando. Formou-se então a maior caravana que a Mia jamais vira ... filas intermináveis de elefantes, cavalos e camelos, levaram da India os seus tesouros e as mais belas mulheres para abastecerem os harens de Samarcanda...
Em 1527 já com os portugueses em Goa, é a vez de Babur ou Babar, ele próprio descendente de Tamerlão e de Gengis Cão. Fiel ás tradições familiares e aos ensinamentos de Maomé, comete as mais horrendas atrocidades, de entre as quais avulta a de mandar degolar, de uma só vez, 15.000 indianos,. .Babur não regressa aos desertos afgàos; prefere ocupar a terra alheia e ficando na India até o programa
Se Imperador.COfll ele começa a dinastia Mogol (Mogul. ou •Mugal) de qüe irâo sobressair o seu neto Akba (amigo dos português e casado com a portuguesa Maria, de Goa, aqui conhecida por Mariam e o neto de Akbar, Shah )ahan, Directorr do Taj-Mahal


Última edição por Vitor mango em Sáb Jun 02, 2012 10:36 am, editado 2 vez(es)
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Mensagem por Vitor mango Ter Jun 30, 2009 11:46 am

pagina 61

mas como nascem muitos rebentos novos nenhum se desenvoi suficientemente forte, por isso é melhor plantar nova árvore.
Os terrenos são férteis e como há muita água e calor a vegetação cres luxuriante. Os campos de arroz dão 3 colheitas por ano— 100 dias cada ciclo ficando os restantes 65 dias para preparar aterra. As construções tradicion~ da tribo Minang Kabau têm os tectos ponteagudos (dizem que a imitar cornos dos búfalos de água), são de madeira e construídas em cima de estac€ Algumas são verdadeiros palácios, como por exemplo as casas onde os anciã se encontram para tomar decisões de interesse comunitário, algumas casas familias abastadas e o próprio palácio dos antigos reis, que visitei. O exteri das casas é revestido de pranchas trabalhadas com enfeites florais geométricos em talha de fino corte. Esses entalhes em baixo-relevo
pintados com cores aleçres. Em algumas tábuas trabalhadas em baixo revE são deixadas cavidades circulares onde são embi~idos espelhos pequenos qi conjuntamente com a pintura policromada dos reLevos dão ás fachadas ur beleza exótica e um estild arquitectónico sul genens Os telhados com vári pontas ponteagudas acrescentam ainda mais exotismo ao conjunto. Na vis:
ao Palácio Real, totalmente construído em madeira, aprendi mais algum palavras de rigem portuguesa pois a menina do turismo que lá está a tom conta, quando soube que eu era português acrescentou mais alguns termos meu dicionário, a saber: Sabum (sabão); Lampú (lâmpada, lanterna); Relai (relógio); Camisol (camisola); Pena (caneta); Boneka (boneca).
Em Bukit Tingi são organizadas todos os sàbados lutas de búfalos parr populaça se divertir. Infelizmente estão suspensas por causa do Ramadão. ri assisti a lutas de búfalos, mas ouvi uma lenda muito curiosa, com fundamer histórico, relacionada com búfalos:
• -Durante muito tempo os reis de Java, que é a ilha aqui ao lado on está a capital Jacarta, dominaram a ilha de Samatra. Todavia os Minang Kab ofereciam resistência permanente não dando tréguas aos usurpadon Entabularam negociações para ver se chegavam a um acordo que terminas com as lutas e estabelecesse a paz. Foi acordado que a sorte das armas se decidida, não no campo de batalha, mas por meio de uma luta entre dl búfalos de água. Se o búfalo dos Minang Kabau ganhasse, os javaneses i embora; se ganhasse o búfalo javanês, o rei de Java continuaria a reinar Samatra.
Os búfalos de Java são mais corpulentos e mais fortes que a ra~ búfalos existente em Samatra de modo que os Minang Kabau tiveram inventar um estratagema para vencer a peleja e recuperar o seu reino! Com
— Separaram um bebé búfalo da sua mãe deixando-o vátios dias sem mam No dia aprazado para a luta ataram uma faca bem afiada na cabeça do be búfalo e soltaram-no na arena onde já estava a sua rival, uma potente bút javanesa. O bebé búfalo dos Minang Kabau ao mamar sofregamente adversária ia-lhe dando golpes no ventre, até que, desvaída em sangue gladiadora de Java dobrou os joelhose caiu inanimada. O rei de Java cumprik palavra e regressou à sua ilha. Os Minang Kabau recuperaram a
independência. -
A minha amiga Cristiana, do Snack-Bar 105, disse-me que tinha mu orgulho de ser descendente dos Nlinang Kabau. Como eu acabara de chegai
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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 02, 2009 1:27 am

pagina 62


Estou na beira da estrada esperando que passe algum autocarro bus. Deixei a vilória de Muaro Labuh, onde dormi, e estou a can Sungaipenuh. Na escola que está aqui ao lado tocou a campalnh; intervalo e cerca de 60 ou 70 crianças dos 7 aos 10 anos, lmpeca~ uniformizados com camisa branca e calças e salas vermelhas e brancos,rodearam-me pasmados e quase queriam tocar-me. Nunca di visto um branco da tão perto. Tirei algumas fatos.
As paisagens do interior de Samatra são indíssimas. A estra paral&a a um rio de águas claras, rodeada de altas montanhas cob arvoredo de onde sobressaem aqui e além as belíssimas caneleiras dE rubras. No vale, secalcos de arroz, manchas de caneleirás plaritai homem, plantações de chá onde se vêem os tipicos apanhadôres com cónicos e o largo cesto nas costas para dentro do qual atiram, ás mão os rebentos do chá que vão co’hendo. Infeflzmente, nos povoados, novas que vão sendo construídas já não têm os telhados ponteagu todas estão limpas e bem cuidadas. A Indonésia está a revelar-se de dia mais interessante e mais desenvoMda, do que nos primeiros dias atravessei o arquipélago e a zona de Riau de que flquei com má impres
A vegetação é exuberante e por debaixo das árvores mais altas muitos fetos gigantes, lianas dependuradas e sempre as caneleiras coroas vermelhas dos novos rebentos. Próximo das casas secam o dma de panos que recolhem para os alpendres quando chove, o que todos os dias. Igualmente se vêem a secar cascas de canela, em cima bem como muita madeira de caneleira empilhada na beira da estrada de comprador.
E difícil viajar nesta região porque pouca gente fala Inglês; tenhc desenrascar por gestos e desenhos, O maior desconforto é causado ix do Ramadão, que ainda vai a meio. Como não comem nem bebem
dia, restaurantes, tascas e cafés estão fèchados e mesmo estando abe servem comida. Mas o mais enervante é que ás 4 da manhã começa nas mesquitas a diamar os crentespara a reza e não contentes com
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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 02, 2009 1:29 am

pagina 63


as sirenes dos bombeiros. As rezas no mês do Ramadão começam mais cedo do que nos outros meses para dar tempo ás pessoas de.comerem depois da reza e antes do dia clarear. Depois da alba nem uma migalha podem engolir, nem uma gota de água! E levam essa regra muito ao sério.
o ruído, ás quatro da manhã é infernal. Como normalmente há mais do que uma mesquita, o som dos alto-falantes colocados nos minaretes ecoa e rebombeia no silêncio da noite, levando o som gutural e arrastado das goelas dos imãs a todos os recantos das cidades.
A travessia de Samatra é muito morosa por causa do acidentado do terreno, das muitas curvas, subidas e descidas, dos buracos e das muitas paragens para recolher e deixar passageiros a maior parte das vezes com bagagens de produtos agrícolas para os mercados das cidades: sacos com casca de canela, frutas e até galos a cantarem ao despique, já vi de tudo dentro do habitáculo do autocarro. Em um restaurante de uma vilória onde cheguei a horas do almoço, serviram-me a comida em um cubículo escondido nas traseiraS para nâo chocar os crentes muçulmanos, que durante o corrente mês só se alimentam depois do pôr do sol... Em outro sítio, toda a.frente do restaurante estava tapada com um• pano para que n~o se vissem da rua os infléis despudoradamente a masugar...
A medida que proçredimos para Leste vão desaparecendo as casas de tectos ponteagudos, sinal de que deixamos o território dos Minang Kabau. Nesta cultura impera o reçime matriarcal em que os bens são transferidos pela linha feminina e em que a muLher tem um lugar privilegiado que se reflecte na arquitectura das casas, já que estas são construídas em função do número de filhas. Nas paredes de madeira da sala principal tem abertas portas ovais que dão para os quartos das filhas. Cada porta corresponde ao quarto de uma filha. Estando no salão, qualquer visita pode saber facilmente quantas filhas tem o casal; basta contar as portas e descontar uma, a dos pais. Os filhos dormem em esteiras a uma canto da grande sala comum até aungirem a puberdade, altura em que passam a frequentar a mesquita para aprendizagem das leis do Corão; após as classes, os meninos dormem no cháo das mesquitas sobre esteiras ou tapetes. Alguns rapazes, após algum tempo a dormir nas mesquitas, juntam-se •e constroem paLhotas/dormitórios onde passam a dormir colectivamente.
• O saláo, que ocupa grande parté da área da casa, -é onde a famAla passa a maior parte do tempo. O local para cozinhar fica a um canto da sala e consta de 4troncos de madeira formando um quadrado dentro do qual são colocadas pedras e areia, em cima de. que se faz o fogo. O sobrado das casas é de madeira e está assente em estacaria também de madeira com 1,50 de altura. Dentro das casas quase não há mobilias pois dormem e sentam-se sobre esteiras.
Dentro dos autocarros os passageiros passam o tempo a dormir e n~o raro o meu ombrotem servido de almofada para o
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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 02, 2009 1:34 am

pagina 64


vizinho descansar a cabeça até que uma curva ou um buraco na estrada o acorde e volte à posição normal. Acho que isto é uma consequência do Ramadão pois toda a população é submetida a esta tortura de acordar no meio da noite para rezar e comer antes que apareça o brilho do astro rei. Estou a escrever sentado num banco de madeira no improvisado “terminal” rodoviário da cidadezinha de Bangko, ainda


meio estremunhado, pois esta noite a sirene e os alto falantes das rT começaram o xinfrim ás três e meia da manhL meia hora mais cedo costume...
Risqvei do meu roteiro o ocidente de Sarnatra por causa da gu~ província de Achem. Pretendem a instauração de um estado independente. Assim descartei a visita a um dos pontos mais interess Samab’a e do qual toda a gente me fala: o Lago Toba que ocupa
enorme de um vulcão extinto, tendo no meio uma ilha habitada.
Com as excepções das estradas em péssimo estado e de a superlotados e morosos, a travessia da comprldisslma Ilha de San agradável e até divertida sobretudo na última etapa em que ac durante 24 horas com 30 passagelros que vinham há 3 dias de viager Achem rio extremo ocidental da ilha. Cederam-me o melhor lugar rio a’ à frente, ao lado do motorista, Nas numerosas paragens para comprar beira da estrada sempre me ofereciam ‘Dudan”, deliciosa fruta tropical causa do seu cheiro é detestado por alguns e adorado por outros. O s~ é t~o intenso que é proibido em hotéis e companhias de aviação. Cor único tu/da bordo fui alvo das maiores atenções!
Foi por Achem que o isl~o peneirou nesta zona do Mundo, Ira p&os árabes mas por comerciantes do Guzarate (Golfo de Cambaia, das antigas possess~es portuguesas Damão e Diu) e daqui se espall Malásia e restante indonésia. Achem continua um basüâo islamita rac tendências separatistas. O exemplo de Timor-Leste que obteve Indep’ da Indonésia, mais veio espevitar os sentimentos Independentistas ~ que na prática resultam em acções terroristas, represálias e sequesttts.
Em muitas aldeias por onde passamos ao longo da péssima es~ constitui a espinha dorsal da Ilha de Samatra, há angariação de fim construção de mesquitas. Põem uma cadeira ou um pneu no ujielo da umas bandeirinhas dos lados para os carros serem obrigados a afr estreita passagem. Também dos lados da estrada construíram pali coimo onde o grupo de angariadores está sentado ou deitado à esl carros e camiões, Um dístico anuncia o nome da mesquita a constrt multo primitivo! O cestinho para a recolha dos fundos é atado em
que um dos rapazes eleva até ao nível do condutor do autocarro.
Em viagens anteriores já me tinha apercebido destas angarlaç nem sempre os motoristas contribuíam. Esta gente de Achem com qu~ talvez pelo seu fervor religioso, não falhou uma ~portagem”; traziaix uma caixa com moedas já embrulhadas para não perderem tempo e caixa ficou vazia o motorista tirou notas de mil rupias do bolso, oferta! nota em cada paragem.
A viagem com esta boa gente terminou em Bandar Lampung, cidade de Samatra, mesmo no extremo oriental da ilha, à beira do Es Sunda. O autocarro ia tomar o j~,yL,oat atravessar o estreito e se~ Jacarta, na fha que se segue, Java. Eram 4 horas da madrugada; motorista para parar em um hotel à entrada da cidade.

KALIANDA (ilha de Java)-— Parei nesta aldeia por ser o pou próximo do famoso Vulcão Craca~u (ou Cracatoa) onde se poder
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Mensagem por Admin Seg Jul 06, 2009 10:20 am

pagina 6t5 com noivo OCR

barcos para dar a volta ao que resta da ilhota que a explosão do vulcãr desaparecer. Após meses de actividade sísmica e de várias erupções, o vi explodiu em 1883 dando origem a ondas gigantes e maremotos devastaram as: aldeias de pescadores nas costas de Samatra e Java. Pc ilhas e ilhotas em volta do Cracatau não serem habitadas, as erupções explosão não causaram vítimas directas.
0 que causou estragos e mortandade foram as ondas giga provocadas pela explosão, particularmente na Bala de Lampung, que pelo 1 de ser afunilada, fez a onda ir crescendo à medida que ia avançando, ti atingido mais de 30 metros de altura. Essa enorme muralha de água pa por cima das casas devastando-as e arrasando tudo pelo caminho. Um t com casco de ferro — O Barouw — ancorado no porto de tampung, foi lee, pelo maremoto para cima de uma colina a 2 km de distância. Só em 19 barco foi desmantelado e vendido o aço para sucata. Falta de visão! Rc mais tê-lo deixado lá para os turistas verem e fotografarem...
Fui ver o monumento Cracatau, que consta de uma bóia mari colocada no ponto mais alto atingido pela onda gigante, na encosta sobrai' ao porto e à parte central da cidade: o bairro Teluk-Betung. 0 monumento é nada de especial mas é arrepiante imaginar que tudo o que está para t dessa bóia vermelha foi varrido pela muralha de água. No total mais de 36 pessoas morreram nas aldeias e vilórias em volta. 5ó em Teluk-Betun aglomerado principal, morreram 18.000 pessoas...
A explosão principal do vulcão Cracatau equivaleu a 21.500 bor atómicas iguais à de Hiroshima. 0 Estreito de Sunda, que separa a ilha de da ilha de Samatra, ficou coberto de cinzas e material expelido pelo vulcãc barcos que nele circulavam acumularam no convés grandes camada! detritos que a tripulação em grande azáfama varria para o mar, com teme
que o peso afundasse o barco. No barco Charles Bal foram registadas camadas de 15 cm a cad
minutos. Próximo do vulcão fez-se noite durante dois dias e meio. Em Jacar 160 km de distância, o sol ficou tapado pelas cinzas e pó vulcânico. Fina p vulcânica subiu para as altas camadas da atmosfera e passados dois tocadas pelo vento, chegaram a África e em 15 dias circum-navegaram a t Demorou 3 anos para que a atmosfera terrestre ficasse limpa das poeira Cracatau. A explosão deu-se porque a chaminé por onde saíram as lava! uma colina relativamente baixa, apenas 100 metros acima do nível do m que facilitou a entrada de água do mar para dentro da cratera incandeso uma caldeira enorme com uma boca de 1 km por 1 km e ainda 1 km de fi ou seja um quilómetro cúbico. Quando se deu a ruptura das paredes da cal a água do mar encheu a cratera, vaporizou-se de imediato e juntamente co gases vulcânicos, explodiram. Houve várias explosões que se ouviram Jacarta e Singapura (580 km) onde pareciam disparos de artilharia pesac última explosão foi tão violenta que eclipsou a ilha, estando hoje a cn submersa.
TSUNAMI — Esta palavra japonesa significa maremoto. É uma gr onda marítima que corre para o porto (tsu) e o Japão é de todos os paíse Pacífico o mais sacrificado por estes fenómenos que podem ter ori

barcos para dar a volta ao que resta da ilhota que a explosão do vulcão desaparecer. Após meses de actividade sísmica e de várias erupções, o vu explodiu em 1883 dando origem a ondas gigantes e maremotos devastaram as aldeias de pescadores nas costas de Samatra e )ava. Poi ilhas e ilhotas em volta do Cracatau não serem habitadas, as erupções explosão não causaram vítimas directas.
0 que causou estragos e mortandade foram as ondas gigas provocadas pela explosão, particularmente na Baia de Lampung, que pelo f< de ser afunilada, fez a onda ir crescendo à medida que ia avançando, te atingido mais de 30 metros de altura. Essa enorme muralha de água pas por cima das casas devastando-as e arrasando tudo pelo caminho. Um b~ com casco de ferro — 0 Barouw — ancorado no porto de Lampung, foi lev pelo maremoto para cima de uma colina a 2 km de distância. Só em 19? barco foi desmantelado e vendido o aço para sucata. Falta de visão! Rei mais tê-lo deixado lá para os turistas verem e fotografarem...
Fui ver o monumento Cracatau, que consta de uma bóia marít colocada no ponto mais alto atingido pela onda gigante, na encosta sobranc ao porto e à parte central da cidade: o bairro Teluk-Betung. 0 monumento é nada de especial mas é arrepiante imaginar que tudo o que está para bi dessa bóia vermelha foi varrido pela muralha de água. No total mais de 36. pessoas morreram nas aldeias e vilórias em volta. Só em Teluk-Betunç aglomerado principal, morreram 18.000 pessoas...
A explosão principal do vulcão Cracatau equivaleu a 21.500 borr atómicas iguais à de Hiroshima. 0 Estreito de Sunda, que separa a ilha de J da ilha de Samatra, ficou coberto de cinzas e material expelido pelo vulcão. barcos que nele circulavam acumularam no convés grandes camadas detritos que a tripulação em grande azáfama varria para o mar, com temos que o peso afundasse o barco.
No barco Charles Sal foram registadas camadas de 15 cm a cada minutos. Próximo do vulcão fez-se noite durante dois dias e meio. Em Jacart 160 km de distância, o sol ficou tapado pelas cinzas e pó vulcânico. Fina pc vulcânica subiu para as altas camadas da atmosfera e passados dois c tocadas pelo vento, chegaram a África e em 15 dias circum-navegaram a te Demorou 3 anos para que a atmosfera terrestre ficasse limpa das poeira! Cracatau. A explosão deu-se porque a chaminé por onde saíram as lavas uma colina relativamente baixa, apenas 100 metros acima do nível do mz que facilitou a entrada de água do mar para dentro da cratera incandesce uma caldeira enorme com uma boca de 1 km por 1 km e ainda 1 km de fui ou seja um quilómetro cúbico. Quando se deu a ruptura das paredes da coli a água do mar encheu a cratera, vaporizou-se de imediato e juntamente cor gases vulcânicos, explodiram. Houve várias explosões que se ouviram Jacarta e Singapura (580 km) onde pareciam disparos de artilharia pesad. última explosão foi tão violenta que -eclipsou a ilha, estando hoje a cra submersa.
TSUNAMI — Esta palavra japonesa significa maremoto. É uma gra onda marítima que corre para o porto (tsu) e o Japão é de todos os países Pacífico o mais sacrificado por estes fenómenos que podem ter oric
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Mensagem por Admin Seg Jul 06, 2009 10:26 am

pagina 66

meteorológica (ventos fortes) ou origem sísmica. Nós temos a n< palavra para definir este fenómeno (MAREMOTO) mas a labregadi que povoa as redacções dos nossos meios decomunicação pre termo japonês provavelmente convictos de que a utilização
estrangeiros os faz parecer mais eruditos..
O maremoto mais destrutivo até hoje registado pelo honrei teve origem na erupção do Cracatau em 27 de Agosto de 1883. tantas vítimas mortais como o de Dezembro de 2004 por não 1 época tanta população a viver à beira do mar. Atingiu Merak na co: de lava com uma altura de 30 a 40 metros e Kat!mbang em Sara metros. A velocidade de um maremoto é proporcional à profundid; por exemplo se o mar tiver 4.000 m de profundidade a velocidar kms/hora, mas se a profundidade for de 40 metros, a velocidade 72 km/hora. 0 maremoto Cracateu avançou pelo Indico, passou o Esperança e propagou-se pelo Atlântico tendo sido registado i Panamá (20.000km) e no canal da Mancha. A velocidade média dos dois oceanos, Indico e Atlântico, foi de 720 km/hora já que profundidade dos dois oceanos é de 4.000 metros.
Os cientistas dizem que o Cracatau não terá erupções n 2.000 anos. De qualquer modo, sendo o Estreito de Sunda sismológica muito instável, acho estranho que o Governo da Ind aqui instalar grandes unidades industriais e desenvolvimento urban lado como se aqui se não tivesse passado nada de anormal em lE e pelo não a cadela de hotéis Sheratom fez o seu hotel em Band bem acima da bóia marítima que marca o nível mais alto.da
Porque o mar estava muito agitado não havia turis
acompanhassem no passeio de bano ao que resta do u,
a bela f
um passeio de mota pela beira do mar, atravessando a bela Vila vendo de longe o que cobrou da violenta explosão e as várias i rodeiam.
O passeio de moto teve ainda o mérito de me alertar pi
curioso: Eram 18,00 horas, e os imãs gritavam pelos alto
chamamentos para a oração e apercebi-me de que haviam u
pequenas mesquitas para uma população diminuta e que se conte
única rua ao longo do mar. Se não fossem os tais gritos gutural
sucedendo ao brigo do trajecto eu nem me teria apercebido da e
mesquitas, algumas delas pequenttas coroo as casas dos pescadoi
andava convencido de que era muito azar meu de ficar em h
encostados a mesquitas, Afinal, a realidade é que há mesquitas pc
e não há que fugir: É acordar ás 4,00 da manhã, ficar a ouvir
procurar adormecer uma ou duas horas depois... o que nem sem
pois na minha primeira noite em )acarta, no hotel Borceu, 5 ou 6
até o sol raiar a praticar o chamamento "Allah Akbar", não em cc
um de "per si" com a sua própria entoação, música e letra!.. Um p
A religião comanda a vida desta gente com as garras mui!]
nada lhe escapa no quotidiano das pessoas — é a comida, a
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Mensagem por Admin Seg Jul 06, 2009 10:29 am

pagina 67


comportamento, o sono, as lavagens constantes, as rezas etc. Esta 9E coitada, vive espartilhada pela religião... E pela fé que têm nem se aperce de como estão subjugados. E é a 80 milhões de pessoas com este credc turcos) que os dirigentes europeus querem abrir as portas da Europa, da lhes liberdade de se fixarem onde lhes aprouver, vindo, com os seus costt religiosos, desassocegar o sono das populações cristãs do velho continente.
JACARTA — Ainda não tinha viajado de comboio na Indonésia e re fazer a viagem de Jacarta para o sul em classe executiva no comboio de velocidade. Poltronas confortáveis, ar condicionado, apenas 5 passageiro carruagem, almoço a bordo.... Que diferente da travessia de Samatra camionetas a cair aos bocados, superlotadas e tórridas...
Jacarta, capital da Indonésia tem 11 milhões de habitantes. Emborz tenha sentido bem, os atractivos da cidade para prender o visitante são por 0 ar é super poluído por causa dos milhares de triciclos motorizados. 0 pa automóvel é moderno e. imperam os veículos todo-o-terreno, por terem tratamento fiscal mais favorável. Constituem 50% dos carros em circulação.
A cidade tem poucos monumentos com interesse e a zona que por •ser aproveitada para lazer, a zona ribeirinha, tem as águas completam pretas de poluição. A zona do velho porto Sunda Kelapa é o que há de interessante para ver pois estão ali ancorados dezenas de barcos de mad de grande calado, utilizados nos transportes de mercadorias entre as milh de ilhas que constituem a indonésia. A estiva é integralmente feita ao d dos carregadores — madeira, cimento, ferro, areia, frutas, tijolos, a farinha.., tudo passa pelas costas dos estivadores. Não. há guindastes barcos são impressionantes, alinhados ás dezenas ao longo do cais. Evc embarcações de épocas passadas e ninguém pensaria que nos'dias de ainda existiriam em funcionamento barcos tão grandes feitos integnalment madeira.
A penúria de monumentos históricos nesta cidade, onde os holand estiveram durante tantos séculos (até 1949) confirma a minha ideia de Portugal e Espanha foram as potências coloniais que mais património hist erigiram nas suas antigas possessões.
Se Batavia (nome de ]acarta no tempo dos holandeses) tivesse fundada e mantida durante tantos séculos por portugueses, quantas ign catedrais, capelas, fortalezas, castelos,. palácios de fidalgos e de mercador edifícios administrativos teriam sido construídos? Basta lembrar o patrim deixado em 5. Salvador da Bahia, em Goa, Malaca, Parati, 5. Luís do Maran S. Tomé, Ilha de Moçambique, etc., etc,...
Tal como por todo o lado no Sueste da Ásia, também em ]acarte vestígios portugueses. Da parca lista de itens que os desdobráveis recomen aos turistas, há duas referências curiosas relacionadas com Portugal: Uma canhão português, conhecido entre os indonésios por Si Jagur (Se Fertilidade) que se encontra em lugar de destaque no pátio interior do Mi Histórico de Jacarta. A outra é a Igreja Sion (cereja Sion) também chan Igreja dos Portugueses Pretos..:

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Mensagem por Admin Ter Jul 07, 2009 1:40 pm

pagina 68

0 CANHÃO PORTUGUÊS — Este enorme canhão foi trazido de Malaca pelos holandeses após a conquista daquela cidade aos portugueses em 1641. Foi provavelmente fundido em Macau pelo célebre fundidor de canhões, sinos e estátuas, Manuel Tavares Bocarro, cujos artigos ganharam fama em todo o Oriente pela sua qualidade, originalidade das decorações e beleza estética.
Os indonésios referem-se-lhe com sorrisos e piscadelas de olhos, chamando-lhe familiarmente "Si Jagur", literalmente o Senhor Fertilidade, por haver a convicção de que o Canhão Português cura a infertìlidade feminina...
Para essa crença deve ter contribuído o desempenho reprodubw dos lusitanos do século XVI, cuja virilidade é atestada pelas numerosas comunidades de luso-descendentes em Cambaia, Cei!ão, Molucas, Malásia, etc. e talvez, também, pelo singular motivo decorativo que o canhão exibe, um punho cerrado com um dedo protuberante, naquele portuguesíssimo gesto "malcriado" de mandar alguém.. .à fava (os americanos chamam-lhe o dirty finged). Quem sabe se Bocarra, ao fundir o canhão com aquele bizarro motivo decorativo não teria intenção de fazer acompanhar os balázios sobre o inimigo coma invect!va que opunho sugere?
O Museu Histórico está instalado num belo edifício onde funcionava, no tempo dos holandeses, a Câmara Municipal de Jacarta. Na praça que lhe está em frente há 4 canhões em seus suportes de madeira. Antes de entrar no museu observei os 4 canhões para ver se algum deles tinha gravadas as armas portugueses. Um casal de indonésios de meia-idade, sentado próximo, apontou para dentro do múseu e, com o tal gesto do d//W finge,, acompanhado de um sorriso malicioso, informou-me: - o "Si ]agro" está lá dentro!
0 'Si lagm" tem gravadas as armas portuguesas e em latim os seguintes dizeres: & Me /psa Renata Sum (nasci de mim mesmo). Tem ainda gravados os algarismos romanos: X+I+V=#VI, querendo significar que foi feito com a matéria-prima de 16 canhões mais pequenos.
0 Museu tem ainda uma sala dedicada exclusivamente a Portugal, no centro daqual é exibido um padrão de pedra que no século XVI foi colocado junto ao porto de Sunda Kelapa, subúrbio de Jacarta, marcando o local onde os portugueses deveriam erigir uma fortaleza que ajudaria o Rajá local a defender-se da ameaça islâmica.
0 Rajá Ratu Samian, de religião hindú, vendo-se ameaçado pelos sultanatos islâmicos que foram surgindo em lava, procurou aliar-se aos portugueses recém-chegados a Malaca. Para tanto enviou uma missão a esta cidade propondo aos portugueses uma coligação anti-islamica.
O Rajá de Sunda propunha aos portugueses que fizessem uma fortaleza junto de Sunda Kelapa para proteger o porto e o seu reino das Investidas maometanas. Em troca cedia aos portugueses o exclusivo do comércio da pimenta, além do pagamento anual, a partir do início da construção da fortaleza, de mil fardos de pimenta.
0 acordo (Tratado Luso-Sundanês de 1522) foi assinado em 21 de Agosto de 1522 e constitui o primeiro tratado escrito da história da Indonésia.
A fortaleza nunca foi erigida, talvez por incompetência do governador de Malaca, Jorge de Albuquerque (primo do grande Albuquerque), que João de Barros considera desleixado e com falta de visão. O padrão tem no topo uma esfera armilar e foi encontrado em 1918 no meio de matos e ervas no local
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Mensagem por Admin Qua Jul 08, 2009 8:07 am

[size=18]pagina 69 e 70

onde hoje se cruzam as movimentadas ruas Jl. Kali Bezar rmur e J/.. Cengke) na cidade velha de Jacarta (tirei fotos desse cruzamento de ruas).
Tarde e a más horas, cinco anos depois da celebração do acordo, fc enviada uma armada a Sunda para construir a fortaleza. Era comandada pc Duarte Coelho. Desconhecendo que. a terra já não estava em mãos amigas que tinha sido senhoreada pelos maometanos (comandados pelo aventureir Fatahi/ah, hoje herói nacional da Indonésia, a quem Barros se refere com "homem de baixa'), aproximaram-se afoitamente da costa. 0 rajá hindú (Rat Samian) amigo dos portugueses, havia sido desbaratado apenas alguns dia antes. 30 Marinheiros portugueses, tripulantes de um bergantim empurrad para a costa por um temporal, foram ali mesmo decapitados pelc maometanos, novos senhores da terra. A armada voltou para Malaca sem nad poder fazer.
A sala portuguesa do Museu tem interessantes gravuras e descrições da embarcações portuguesas do séc. XVI e informa de que as caravelas tinham d 20 a 30 metros de comprido por 6 a 8 de largo e carregavam 80 toneladas. PC sua vez os galeões carregavam 200 toneladas, tinham 2 andares e precisavar de balasto para navegar. A ida e volta ás Índias partindo de Lisboa demoravar 18 meses.
A IGREJA dos PORTUGUESES PRETOS (e outras considerações) Nunca, nas minhas andanças pelo mundo, nem em leituras, me tinha cruzad com tal denominação. Ao ver num panfleto turístico indonésio, referenciad uma Igreja dos Portugueses Pretos em Jacarta, fiquei com curiosidade de satx a histórica da referida igreja e a origem de tão singular nome.
Fui visitar a dita igreja na expectativa de encontrar um edifício de traç arquitectónica portuguesa dos séc. XVI ou XVII mas constatei que d portuguesa a construção não tem nada, tratando-se de um templ caracteristicamente holandês para o culto da Igreja Reformada Holandesa Porquê então aquele nome? Das várias pessoas que encontrei na ieg nenhuma falava inglês e na sacristia os poucos livros que havia e dD
holandês ou em baasa-indonésio. 1
Ainda estive a magicar que talvez barcos portugueses tivessem escravos da costa oriental de Africa mas esta hipótese parece inve comércio de escravos africanos processou-se principalmente da costa ocìdetfl da África para o Novo Mundo.
Como na igreja ninguém satisfez a minha curiosidade tomei um táxi pai o Arquivo Histórico de Jacarta, onde passei o resto do ia a consultar livros...
Para entender melhor a origem do nome da igreja temos que recuar r tempo e ir à época das descobertas e às armadas que regularmente saíam c Tejo, tripuladas por homens que deixavam pare trás as famílias e que chegado aos portos do Oriente se relacionavam. com mulheres locais das quais tinhas filhos. Muitas dessas relações eram oficializadas, tendo o próprio Afonso c Albuquerque patrocinado e encorajado o casamento dos seus marinheiros soldados com raparigas de Goa e de Malaca. A miscigenação com os povos dc trópicos foi uma constante da expansão portuguesa e um dos pilares c

sustentação do Império. A esse fenómeno o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre chamou de luso-tropicalismo.
Com a ajuda de Domingo de Sousa, superior dos dominicanos, Afonso de Albuquerque inicia em Goa e Cochim uma política de apoio aos casamentos inter-raciais que tendo lugar sobretudo entre soldados-rasos e marinheiros portugueses com raparigas hindús das castas inferiores, não era bem vista pelos fidalgos lusitanos (nem pelos hindús das castas superiores) que viam nessas uniões um desprestígio para a classe dominante europeia.
Vimos atrás neste Diário como, aquando da conquista de Malaca, Albuquerque recebeu informações preciosas sobre as defesas da cidade, trazidas por raparigas malaias, "namoradas" dos casanovas portugueses, feitos prisioneiros dois anos antes, na tentativa frustrada de Diogo topes de Sequeira conquistar a cidade.
Ainda em Malaca, em 1550, o Padre Nicolau Landlotto, relata o caso de um português que tinha vinte e quatro mulheres de várias castas, todas suas cativas e todas husava.., com grande escândalo das comunidades religiosas locais.
Em Macau, onde actualmente não há português que se preze que não tenha uma amante chinesa ou filipina (ou as duas), além da esposa que ficou em Lisboa ..., já nos primórdios, os soldados, marinheiros e aventureiros portugueses não se privavam de ter companheiras femininas, sobretudo indianas, malaias, japonesas e indonésias, passando as chinesas a ocupar o primeiro lugar como casadas, concubinas, compradas ou contratadas, logo que a população chinesa aumentou. Escrevia o dominicano Frei Gaspar da Cruz ao visitar a China em 1556, que as mulheres chinesas são comummente muito recolhidas, de maneira que por toda a cidade de Cantão não aparecia nenhuma mulher, se não eram algumas estalajadeiras e mulheres baixas E quando saem fora não são vistas porque vão nas cadeiras fechadas. Todavia era costume nas famílias chinesas mais necessitadas venderem ou alugarem os seus filhos e filhas, pelo que os portugueses chegados ao Oriente depressa se adaptavam aos costumes locais comprando ou alugando moças chinesas para os servirem. De tal forma se desenvolveu este comércio e tal o volume de compras desta "mercadoria" que os chineses achavam muito estranho como é que os lusitanos davam vazão a tanta moça chinesa, propalando-se entre eles o boato de que eram cozinhadas e comidas pelos portugueses!
Sobre estes rumores em Cantão escreve João de Barros na Década III: diziam que comprávamos moços e moças furtadas, filhos de pessoas honradas, e que os comíamos assados e, logo de seguida, justifica esses boatos pela ignorância dos chineses acerca dos portugueses: as quais cousas elles criam ser assi, porque de gente que nunca tiveram notícia, e eanvs ~r e medo a todo aquelle Oriente... As aquisições e contratos de jovens abrangiam ambos sexos sendo os mancebos utilizados como serviçais e ajudantes dos seus amos a bordo dos barcos e nos portos e as moças como serviçais, concubinas, eventualmente esposas. (S. Francisco Xavier tinha o seu criado chie s de nome António e Camões trouxe para Lisboa um escravo jau, que muito o ajudou no fim da vida).
Seria Dinamene, a bela moça china companheira de Camões, que sucumbiu no célebre naufrágio na foz do Rio Mekong, uma destas moças,
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Mensagem por Admin Qua Jul 08, 2009 8:15 am

pagina 71

comprada ou alugada pelo poeta? Que Dinamene era china e bonita não há dúvidas pois é o próprio cronista Diogo do Couto, amigo pessoal de Camões, quem o afirma. A ela dedicou o poeta um dos mais belos poemas escritos em língua portuguesa: "Alma minha gentil que te partiste..." e o nome literário que Camões lhe atribuiu "Dinamene" poderá muito bem ter origem em Tianamene (paz celestial) que é hoje também o nome da mais (tristemente) célebre praça de Pequim, onde em 1989 os tanques comunistas esmagaram centenas de estudantes...
A inexistência de mulheres europeias na Ásia portuguesa nos séculos XVI e XVII (em 1630 havia em Macau uma única mulher reinol, nascida no reino ou seja em Portugal), levou os descobridores, marinheiros, soldados, mercadores e aventureiros portugueses a relacionarem-se com mulheres locais de cujas uniões resultou numerosa população mestiça, cristã e com apelidos portugueses, formando comunidades que ainda hoje perduram em Malaca, Flores, Ceilão, Celebes, Solor, Goa, Macau, etc., etc., etc.
Por todo o lado no Oriente é hoje possível encontrar destes luso-descendentes. Em Bombaim há muitas ruas com nomes portugueses de descendentes de goeses que por qualquer razão se notabilizaram na sociedade indiana. Houve há anos uma Miss India com apelido português bem como um destacado chefe militar. Recentemente foi publicada a biografia do fundador e dono da companhia de aviação Air Asia, pela sua fortuna apodado de o "Bill Gates do Oriente", o qual tem apelido Fernandes e se diz descendente de portugueses.
Há os portugueses de Malaca em cuja aldeia, "Kampung Portuguis", as ruas se chamam Sequeira, Félix, Ramos, etc. Em Ceilão, em Cambaia, Bengala, no Malabar, etc., é com frequência que encontramos luso-descendentes que, somáticamente, não têm qualquer parecença com os europeus mas que são portadores de apelidos portugueses e, em geral, são cristãos. É na Indonésia todavia que essas pessoas se intitulam de portugueses com mais frequência e são como tal conhecidos pela restante sociedade ao ponto de em Bali me ter acontecido este episódio curioso: em Ubud, capital espiritual e cultural`hindu¬balinesa, depois de pedir uma informação a um transeunte, este perguntou-me qual a minha nacionalidade; ao responder que era português, o
interlocutor sorriu incrédulo e disse: - Você está a brincar, você é branco, é europeu, ... não é português. Até aquele momento, aquele balinês de 50 anos, apenas tivera conhecimento da existência de um grupo de pessoas com quem convive diariamente, que são iguais a ele na cor da pele e em outras características étnicas e que têm apenas a diferenciá-los os apelidos (Gomes, Sousa, Fernandes, etc.), têm credo diferente (são cristãos) e... intitulam-se a si próprios portugueses!
Quando assisti a uma missa em uma igreja de Malaca e observei a assistência constituída por uma grande diversidade de etnias não pude deixar de pensar que muitas dessas pessoas seriam descendentes de portugueses que na realidade foram os grandes responsáveis pela evangelização desta parte do mundo.
Em 1580 Portugal perde a independência a favor de Filipe II de Espanha e este interdita o porto de Lisboa à navegação holandesa. Em retaliação a Holanda ataca as possessões portuguesas no Oriente, em África e na América.
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Mensagem por Admin Sex Jul 10, 2009 10:24 am

pagino 72 e 73

Em 1641 tomam Malaca. Nos mares atacam os navios, aprisionam cargas, fazem prisioneiros. Enfraquecida pelo desastre de Alcácer-Quibir e com o que resta das suas forças a servirem os interesses de Castela, a Nação definha às mãos da Holanda, que atravessa um momento de pujança e poderio naval. Os prisioneiros portugueses são levados pelos holandeses para Batávia (nome de Jacarta na época colonial) e vendidos como escravos. A tripulação dos navios portugueses seria constituída por europeus de pele branca e também por outros tripulantes filhos de portugueses e de mulheres locais, os quais sendo igualmente portugueses teriam todavia a tez mais escura pelo que, para destrinçar uns dos outros, os holandeses lhes chamavam "Portugueses Pretos". Engrossava ainda este grupo de "Portugueses Pretos", os convertidos à fé católica que tomavam nomes e apelidos dos seus padrinhos portugueses, no acto do baptismo.
Na Europa decorria uma guerra sem quartel entre católicos e protestantes. Essa guerra foi levada pelos holandeses para o Oriente e muito favoreceu o avanço do Islão em detrimento da obra evangelizadora levada a cabo pelos missionários católicos. Chegados a Batávia os prisioneiros eram vendidos na mercado de escravos, mas era oferecida a liberdade aqueles que quisessem deixar a fé católica e abraçar a Igreja Reformada Holandesa. Para a prática do culto dos recém convertidos foi improvisada uma igreja de madeira e colmo construída fora da muralha que protegia a cidade de Batávia, já que a maioria dos "portugueses pretos" vivia fora de portas por os seus recursos lhes não permitir viver dentro da cidade, onde as habitações eram mais caras. Por isso a Igreja dos Portugueses Pretos era também conhecida por Portugeesche Gereja Buitenkerk (Igreja Portuguesa Fora de Portas) por haver outra igreja portuguesa dentro de portas (cereja Binnenkerk) para o culto dos portugueses brancos convertidos, os quais, por serem por norma mais ricos que os seus compatriotas de tez mais escura, teriam meios para viver dentro das muralhas. Era o caso do último capitão de Malaca, Dom Luís Martin de Sousa Chichorro, que feito prisioneiro se converteu ao credo calvinista e por ser homem de posses se estabeleceu com comércio, em Batávia, dentro de portas, na rua principal da cidade que ainda hoje conserva o mesmo nome: Jalon Roa Malaca (de notar a repetição Jalon, que em baasa significa rua e roa que é uma deturpação rua).
Segundo um autor holandês de uma História da Cidade de Batávia, a língua holandesa era usada exclusivamente pelos colonos, administração e soldados holandeses, não sendo autorizada a sua utilização pelos nativos, nem pelos "portugueses pretos" recém convertidos "...para não conspurcarem o idioma...", pelo que os sacerdotes holandeses tinham necessidade de aprender a língua portuguesa para fazer os seus sermões e prédicas aos "portugueses pretos"... Talvez isto tenha sido mais uma achega para a existência de tantos vocábulos portugueses na actual língua oficial da Indonésia — o Baassa!
Com o andar dos tempos a igreja provisória de madeira e colmo foi-se tornando pequena e em seu lugar foi construído o templo actual que manteve o nome original de "Igreja dos Portugueses Pretos".
Ainda segundo o mesmo autor holandês, a intolerância religiosa era total e relata o caso de um missionário, o jovem jesuíta português — Gil de Abreu - aprisionado quando ia a caminho do Japão, que foi condenado à morte e

executado em Batávia por ter celebrado missa na prisão para os restantes prisioneiros. Um outro jesuíta, o francês Alexandre de Rhodes, famoso autor do alfabeto do Vietnam, foi expulso de Batávia e os seus haveres queimados por ter celebrado missa em casa de um português residente na cidade. Achando a pena demasiado leve para tão grande crime, os juízes que a proferiram foram de imediato exonerados...
Tal como os judeus na Europa, que foram obrigados a converter-se, continuando ocultamente a praticar a sua fé, também a primeira geração de "portugueses pretos" só aparentemente se converteram para se livrarem da escravatura. Todavia os seus filhos e netos, com o rodar dos tempos sem ligações à igreja católica, acabaram definitivamente no protestantismo. Mas, se mudaram de religião, não mudaram de idioma e assim, a língua estrangeira mais falada em Batávia no séc. XVII e parte do séc. XVIII era o português, já misturado com muitas palavras malaias. Em 1680 havia 3.113 portugueses convertidos em Batávia acrescidos de mais 3.000 crianças. Muita gente de outras nações falava português incluindo os sacerdotes holandeses, como atrás se refere, .o que levou o Governador-Geral Holandês a queixar-se em relatório oficial. Segundo o autor holandês Heuken, embora os portugueses já não controlassem a Ásia, o seu idioma continuava sendo a língua franca do Sueste asiático. Para promover o distanciamento entre governantes e governados, o idioma holandês deveria ser utilizado exclusivamente pela elite que detinha o poder. Estas e outras manifestações de racismo, aliadas à sofreguidão pelo lucro contribuíram para que ainda hoje as populações locais guardem um certo rancor aos antigos opressores flamengos, manifestada em muitos comentários e anedotas que ouvi na Indonésia. Outro tanto tenho constatado sobre os ingleses nas suas antigas colónias enquanto que, em relação a Portugal, noto uma certa simpatia das pessoas quando os informo da minha nacionalidade. Presumo que isso seja devido ao trato mais humano dos portugueses, à sua natural propensão para o convívio inter racial, à menos intensa mentalidade mercantilista que caracteriza os povos do Norte da Europa, e também à permanente preocupação evangélica que norteou a nossa expansão. E isto não são conclusões subjectivas mas sim baseadas em factos concretos que tenho observado, tais como o caso do Museu Histórico de Malaca, em que as autoridades locais construíram de raiz um edifício com a forma da nau "Frol de la Mar", navio capitão da frota com que Albuquerque conquistou a cidade. E do acervo do dito museu, além do muito recheio de origem portuguesa lá está a bandeira de Portugal estendida em uma das paredes... E nós estivemos em Malaca apenas 130 anos, os holandeses 200, e os ingleses desde 1795 até 1957... e sobre estas duas últimas potencias colonizadoras poucos artigos há exibidos... Ainda em Malaca, o governo da cidade tem em construção um hotel em forma de fortaleza portuguesa e, mais extraordinário, é o facto de, não obstante termos sido expulsos da cidade há quase 400 anos, nos actuais panfletos turísticos enumerando os acontecimentos culturais e de animação na cidade, ao longo do ano, aparecem várias festividades relacionadas com Portugal!...
Sobre este assunto o melhor é dar a palavra a alguém insuspeito, o historiador Gregório Zaide, um dos mais conceituados autores filipinos. No seu livro "The Philipines — A Unique Nation", pág. 85, diz o seguinte:
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Mensagem por Admin Sáb Jul 11, 2009 6:31 am

pagina 74

"...But, fortunately, Portugal never claimed or colonízed The Philippines. If we had failen to the Portuguese, the Dutch later on would have taken over the country, as they took over the Spice Islands in 1607. The Dutch were more cruel colonial masters than either the Portuguese or the Spanish. Nor were the Dutch interested in evangelizing the natives, whom they regarded as practically sub-humans. The Dutch did not intermarry or educate the people in their colonies."
Tradução: "...Mas, felizmente, Portugal nunca reivindicou ou colonizou as Filipinas. Se nós tivéssemos sido dominados pelos portugueses, os holandeses posteriormente teriam ocupado o país, tal como tomaram as Ilhas das Especiarias (Molucas) em 1607. Os holandeses foram colonizadores mais cruéis que portugueses e espanhóis. Nem tão pouco estavam interessados em evangelizar os nativos, a quem consideravam praticamente sub-humanos. Os holandeses não permitiam casamentos inter raciais nem educavam os habitantes das suas colónias."
A terminar estes apontamentos sobre Jacarta, refira-se ainda que o autor holandês Heuken informa de que em Batávia se traduziu pela primeira vez a Bíblia para português. O feito deve-se a João Ferreira de Almeida, sacerdote convertido à Igreja Reformada Holandesa depois de ter sido capturado aquando da tomada de Malaca. Habitava em Batávia junto da Igreja Portuguesa Intramuros. Acabou a tradução em 1644. Faleceu em 1691.
A "Gereja Portuguis" é o edifício mais antigo de Jacarta.
Quanto às palavras de origem portuguesa que integram o idioma oficial da Indonésia, o Baassa, tenho vindo a tomar nota das que vou detectando em conversas ou na leitura de jornais locais: - Bola; Jendela (janela); Di (de); Bendera (bandeira); Gereja; Roda; Terigo; Tukar (trocar); Sendalia; Sapatu; Camisa; Garpu (garfo); Mesha (mesa); Skolah (escola); Gráfica; Sabum (sabão); Natal; Paskah (Páscoa); Boneka.
YOGYAKARTA (17 de Novembro) O Comboio vindo de Jacarta atravessa grandes áreas de cultivo de arroz divididas em pequenas quadriculas onde a água corre constantemente de umas para outras. Apesar da quase monocultura a Indonésia importa arroz da Tailândia e do Vietnam. É obrigatória a . paragem nesta cidade por ter nos seus arredores os dois mais importantes monumentos do país: Borobudur, budista e Prambanan, hindu. Ambos são património cultural da humanidade e merecem ser visitados.
BOROBUDUR - Juntamente com Angkor Wat no Camboja e Bagan em Myanmar são os 3 mais importantes monumentos do budismo no Sueste asiático. Foi construído no séc. IX em pedra vulcânica e do que mais gostei foi dos frisos em baixo relevo que revestem os muros. São centenas de metros de frisos de fina execução, cheios de movimento. Ilustraram os ensinamentos de Buda. Tem muita influência da arte indiana em que sobressaem os nus femininos com as suas formas arredondadas e sensuais.

As pedras são talhadas em paralelepípedos que assentam umas outras sem cimento ou argamassa. Achei alguma semelhança entre os enca feitos nas pedras do pavimento, para melhor resistirem aos tremores de terr os encaixes idênticos nas ruínas incas de Olantaitambo. Só que aqui encaixes são rectilíneos e no Peru curvilíneos. Ao todo são 1.500 painéis pedra talhada em baixo-relevo e 450 estátuas de Buda...
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Mensagem por Admin Sáb Jul 11, 2009 6:38 am

pag 75
dedicado a um dos muitos deuses do hinduísmo. 0 templo :mais alto volumoso é dedicado a Shiva e mede 47 metros de altura. Lá estava tambén templo/pirâmide dedicado ao meu predilecto, Ghanês, com uma bela estál com cabeça de elefante. Ainda um outro a Brhama, outro a Visnu e ainda Boi Nandi, etc., etc.
Dos muitos frisos em baixo relevo que adornam as paredes, um paia me cativou em particular pela sua simplicidade, realismo e eloquência... Trata• da representação de 3 meninas com grinaldas de finas flores na cabe sentadas a segredar. Uma delas, mais afastada, está alheia prescrutando horizonte. As outras duas, sorridentes e maliciosas, confidenciam com cerce; histórias de amor...
É preciso ter muito talento para com um bocado de pedra transm tantas mensagens a quem observa o painel. Mexeu comigo de tal modo o dia do painel que me fez andar um bom meio quilómetro, apesar do calor inten5 e voltar lá para tirar fotografias, quando já me encontrava próximo da saíc Situa-se esta obra de arte, no templo de Visnu; Subido o primeiro lanço
escadas, tem um pequeno patamar antes do segundo lanço que dá acesso câmara com a estátua de Visnu. Parando nesse patamar e olhando para esquerda, o dito painel está mesmo em frente dos nossos olhos a uns escass 4 metros de distância... As meninas lá estão, há séculos, alheadas do muni que as rodeia, confidenciando as suas intimidades...

Tanto Borobudur como Prambanan são preciosidade artísticas de muiti valor. Foram construídos ambos na mesma época, há 1.200 anos, pari glorificar as duas religiões que coabitavam na Ilha de Java: o Budismo e Hinduísmo. A Ilha de lava ainda não tinha sofrido a agressão maometana e a duas religiões conviviam pacificamente. Ainda se podia dormir sem ter o sorn interrompido ás_4 da manhã, pelos horrorosos sons guturais dos imãs...

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Mensagem por Admin Sáb Jul 11, 2009 6:42 am

pagina 76 e 77

Tanto Borobudur como Prambanan são preciosidade artísticas de muiti valor. Foram construídos ambos na mesma época, há 1.200 anos, pari glorificar as duas religiões que coabitavam na Ilha de Java: o Budismo e Hinduísmo. A Ilha de lava ainda não tinha sofrido a agressão maometana e a duas religiões conviviam pacificamente. Ainda se podia dormir sem ter o sorn interrompido ás_4 da manhã, pelos horrorosos sons guturais dos imãs...

Friso no Templo Prambanan
Yogyakarta é um nome difícil de pronunciar mesmo para os javaneses que resolveram o problema chamando-a pelo diminuitivo Jogia! E a capita cultural da Indonésia, pelas suas universidades, centros de cultura E artesanato, música e dança. É o principal centro de produção de batik de que há inúmeras lojas e galerias de arte.
Batik é uma técnica de tingir tecidos que consta de fazer os desenhos pretendidos no tecido e tapar cqm cera as partes do pano que não se querem tingir. Depois do desenho estar tingido, derrete-se a cera e fazem-se novos desenhos, se for caso disso, tingindo de novo e tapando outra vez com cera.

Tal como os artefactos de prata e outros tipos de artesanato, também se podem visitar os ateliers onde, se observa todo o processo de produção de batik.
A música indonésia é muito agradável ao ouvindo e esta gente tem o culto da música. Tal oomo em Guadalajara no México, não se faz nenhum trajecto de autocarro que não entrem músicos que tocam guitarra e cantam, fazendo de seguida o peditório.
VULCÕES — Nesta ilha há vulcões por todo o lado, uns extintos outros em actividade. Por várias vezes ao longo da travessia de Samatra e de Java tentei visitar vulcões mas a dificuldade em chegar ás crateras fizeram-me desistir. Em alguns é necessário subir e escalar muitas horas a pé e ás vezes dias. Por isso quando soube que no sul de Java havia dois vulcões fáceis de visitar, alterei a rota prevista a caminho da Ilha de Bali. Com um canadiano e sua esposa japonesa e ainda duas mocitas da Noruega, alugamos uma carrinha que nos levou de Jogia a Bali, um trajecto que demorou dois dias com uma pernoita a meio caminho, à vista dos vulcões Bromo e Semeru. Semeru é o ponto mais alto de Java, com 3.676 m, e emite fumarada de 10 minutos em 10 minutos. Bromo é mais bonito e pode-se chegar facilmente à crista da cratera que o rodeia.
Chegámos já de noite à aldeia de Tosari, no flanco da montanha mas muito próxima dos vulcões, e instalámo-nos em uma pequena e rústica pousada de madeira. Pernoita e pequeno-almoço estavam já incluídos no pacote negociado com a carrinha. Vários rapazes com grossos gorros de lã na cabeça e embrulhados em casacões espessos de montanha procuravam vender os seus produtos para o programa do dia seguinte — a escalada ao Vulcão Bromo que começa ás 4,00h de manhã. Diziam que era preciso alugar lanternas pois antes do sol nascer tínhamos de subir as íngremes encostas cheias de pedras e sulcos cavados nas movediças areias vulcânicas. Que lá no alto a temperatura era de 20 negativos por isso deveríamos alugar os casacões que eles exibiam. Que era preciso alugar um jeep para ir até determinado ponto, de onde já se podia prosseguir a pé. Que também se poderia alugar um cavalito e cavalgar nele em vez de ir no jeep! Fomos ali assediados por verdadeiros especialistas mas eu resolvi ir dormir e não assumir qualquer compromisso. No dia seguinte, quando me levantasse ás 3,30h de manhã, se veria...
As mocitas norueguesas, cansadas da viagem, resolveram dormir a manhã na cama, alterar o seu programa e ficarem ali 3 dias a calcorrear os montes e vales do maciço vulcânico. Os nipo-canadianos, em lua-de-mel, também não apareceram. Estava luar e a temperatura agradável de modo que dos tantos artigos que na véspera pareciam indispensáveis, aluguei apenas um jeep para me levar até à base do vulcão.
Este passeio de madrugada, em que fui a primeira pessoa a chegar ao cimo do vulcão, aguardar ali que o sol nascesse e começar a ver a pouco e pouco o manto da escuridão levantar-se e mostrar aquela paisagem majestosa, foi de facto o ponto alto do passeio. Uma coluna de espesso fumo branco com cheiro intenso a enxofre eleva-se até ao céu, desde um buraco lá no fundo da enorme caldeira. Por vezes a brisa empurra a coluna de fumo para o lado onde nos encontramos e ficamos envoltos na fumaça por uns escassos segundos; Os

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Mensagem por Admin Dom Jul 12, 2009 11:27 am

pagina 78

olhos ficam irritados pelo enxofre e pelas minúsculas partículas de cinza em suspensão. No horizonte, de 10 em 10 minutos, o vulcão Semeru atira uma bola de fumo cá para fora. É fumo mais escuro que o do Bromo e em maior quantidade. Olhando de novo para baixo, para dentro da cratera, a claridade do romper da aurora mostra a chaminé por onde o fumo sai. Enquanto que a caldeira, os flancos da cratera e as vertentes exteriores são compostos por areias, cinzas e rochas de cor escura, a chaminé por onde sai o fumo é de um branco amarelado devido à deposição de camada sobre camada do enxofre que o fumo traz.
Nestes lugares deslumbrantes da natureza onde pouca gente vai, quando lá no alto cruzamos com outros visitantes parece estabelecer-se uma relação especial com eles, como que uma comunhão de sentimentos por estarmos ali juntos, vindos de tão longe, subirmos aquelas encostas e apreciarmos conjuntamente aquele espectáculo da natureza. Foi o que se passou comigo e com um casal americano com quem acamaradei e passeámos juntos à volta da cratera. Ela, com aspecto de portuguesa, tem pai mexicano e mãe judia/russa. Ele é também o produto de uma mescla de várias raças — filipino, espanhol, irlandês..., mas também podia passar por português.
Passeávamos os três ao longo do rebordo superior da cratera, com abismos de ambos lados mas com o trilho suficientemente largo e sem perigo. ]á tínhamos percorrido um terço do anel da cratera e resolvemos regressar. A conversa ia animada e o tema era a característica do ser humano de querer sempre ir mais alem e de nunca estar satisfeito com o que alcançou. Depois de um curto repouso antes do regresso um de nós sugeriu que a rampa ali em frente, na continuação do circulo da cratera não seria difícil de subir e lá de cima deveria ter uma bela vista não só do vulcão Bromo como do Semeru que ficava por detrás de algumas montanhas e do qual se viam sair, a espaços de tempo regulares, densas bolas de fumo cinzento. Rimo-nos de pouco antes estarmos a falar da tal característica de o ser humano querer sempre ir mais alem e, sem dar por isso, estávamos a comprovar essa característica. Pusemo-nos a caminho mas acabei por desistir e voltei para a parte mais baixa da crista onde tem uma espécie de miradouro e de onde a maioria dos turistas não ousa passar. Dali se desce até á base do monte para o regresso a casa. Entretanto observei que os meus amigos Ireri e Bert Vergara, em vez de voltarem para trás depois de atingida a tal elevação, prosseguiram dando a volta inteira ao vulcão e apareciam e desapareciam lá longe no horizonte. Resolvi esperar por eles para ouvir o relato da odisseia e caminhei no sentido oposto ao anterior, indo ao encontro deles.
Para meu espanto o trilho acabava logo ali e o encontro das duas vertentes do vulcão era tão estreito que mais parecia o gume de uma faca... embora tivesse sinais de por ali passar gente por um carreirinho tão estreito que mal dava para pôr o pé. Quando eles se aproximaram completando a volta à cratera do vulcão comecei a fazer-lhes sinais para voltarem para trás porque os últimos 50 metros eram perigosíssimos; eu nem de gatas e atado com uma corda conseguiria atravessar aquilo. Só de pensar já me davam vertigens.
Não ligaram aos meus sinais e avançaram por cima do tal fio da navalha, conversando comigo e ainda parando para eu lhes tirar uma fotografia, tão descontraídos como se tivessem a passear na Broadway... Perante a minha
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Mensagem por Vitor mango Dom Jul 12, 2009 11:47 am

pagina 79

estupefacção informaram-me encolhendo os ombros "we are rock climbers.. (somos alpinistas), estamos habituados a isto...
BALI (Praia:de Kuta) - O hotel (Arthawan) fica situado a um bloco de distância do local onde em Outubro de 2002 terroristas islâmicos fizeram explodir uma discoteca matando 202 pessoas, das quais 88 australianos, 33 indonésios, dois brasileiros etc., e também um português.
Como fica próximo, passo por lá várias vezes ao dia o caminho do restaurante e das compras e noto que sempre há flores novas e velas de incenso junto do monumento que ali foi erigido pelas autoridades de Kuta. Muitos estrangeiros e indonésios vão ali fazer as suas orações, acender os pausinhos de incenso e depositar aqueles cestinhos típicos de Bali cheios dE pétalas de flores. Uma grande laje de granito preto com os nomes das vitima, gravadas a ouro constitui a parte central do monumento; dos lados da laje, l7 paus de bandeira destinam-se a hastear os símbolos dos 17 países de origen das vítimas. Infelizmente também lá está o lugar reservado para a bandeira dE Portugal pois um rapaz português a cumprir serviço militar Timor tinha aqu vindo passar as férias e foi aquela discoteca na fatídica noite.
Por falar em bandeiras ando meio intrigado com o fasto de já ter vistr dois carros com a bar eira de Portugal colada no vidro de trás. Se tivesse vis6 bandeiras de outros países também coladas noutros veículos poderia dizer-s que era moda; mas não, por enquanto só vi aquelas duas bandeira! portuguesas. A primeira carrinha com a bandeira portuguesa era de transporb colectivo de passageiros e deu para ver que o motorista era de raça Indonésia Serão timorenses os donos dos carros?
Descobri mais duas palavras indonésias concerteza de origen portuguesa, uma é Sabtú (Sábado) e a outra... Mingú (Domingo).
Alem da discoteca Sari e do Bar Pady's, vários edifícios foram pelos are com as 2 explosões quase simultâneas. Uma das explosões foi provocada po explosivos amarrados ao corpo do terrorista que entrou na discoteca. A outra por explosivos deixados num carro, do outro lado da rua, que fez uma cratec de 3m de fundo e deitou a baixo vários edifícios. Alguns já foram reconstruídos outros estão em reconstrução e há ainda dois grandes lotes de onde foran tirados os escombros e que estão devolutos e cercados por vedações; nessa vedações estão dependuradas as mais diversas objectos e dísticos com escrito emotivos em homenagem há memória das vítimas. Está lá também um camisola de selecção nacional portuguesa de futebol, na qual foi escrito ror uma esferográfica, o nome do português morto na explosão e algumaspalavra de saudade.
0 bar/discoteca destruído, Pady's, abriu recentemente na mesma rua continua o mais popular. À noite está sempre cheio. Fui passar um dia à prai Nusa Dua (Duas ilhas) a 15km de Kuta, onde estão instalados os hotéis de lura A praia é boa e protegida por corais, só que na maré baixa tem o fundo lodos e esse lodo conspurca a praia. Todavia é um local agradável pois as zona envolventes estão primorosamente cuidadas e os templos balineses, que está por todo o lado, dão-lhe um aspecto muito exótico. Passeei cerca de 5 km a longo da praia, até Benoa, tomando banho de vez em quando e apreciando fenómeno curioso de biliões de ovos de camarão flutuando na água e que, pel
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Mensagem por Vitor mango Ter Jul 14, 2009 5:19 am

atenção
Por um erro crasso o titulo estava incorrecto e quem o topou foi o autor que me puxou as orelhas
Do facto peço as minhas mais esticadas desculpas ao PR assembleia geral do BPN policias de giro e bate chapas
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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 16, 2009 12:32 am

pagina 80

acção do vento, se juntam em enormes manchas brancas que mais parecem lençóis de espuma.
Em conversa com um javanês fiquei a saber porque razões os indonésios chamam Timur-Timur a Timor-Leste. Desde Samatra e também em Java quando vinham à baila conversas sobre Timor Oriental, o que aconteceu com frequência logo que sabiam da minha nacionalidade, os indonésios sempre se lhe referiam como Timur-Timur. Como os conhecimentos de inglês dos meus interlocutores não davam para aprofundar os assuntos, nunca consegui esclarecer essa questão. Afinal a palavra Timur significa oriente, por isso aquela ilha foi baptizada com este nome pelo facto de ficar a oriente do arquipélago. Como a ilha foi dividida em duas partes pelas duas 'potências coloniais Portugal e Holanda, a parte oriental ficou a chamar-se Timor-Leste (Tmur-Timur) e a outra parte Timor-Ocidental (Timur-Barat).
Numa das paragens para beber água de coco ao longo da caminhada de 5 kms, conheci um rapaz simpatiquíssimo que há alguns anos deixou a sua família de pescadores na ilha Sulawesi (Celebes) e veio procurar melhor vida em Bali. Quando soube que eu era português ficou radiante e disse-me que na sua aldeia, em Celebes, próximo da cidade de Manado no norte da ilha, tem uma igreja com um sino português com a data gravada, de 1711. A aldeia chama-se Kema e a população é maioritariamente católica. 0 nome do rapaz é Félix Roos e tratou-me como família. Na sua motocicleta levou-me a ver a igrejinha católica recentemente construída em Nusa-Dua. Dali fomos a sua casa onde me apresentou à mulher, uma rapariguinha franzina de 22 anos, que recentemente se converteu ao cristianismo.
Têm 2 filhitos, a mais velha com 2 anos e o mais novito com apenas um mês. Prepararam-me uma chávena de chá e enquanto bebia ele foi buscar um livro que tinha religiosamente guardado — era um dicionário português/indonésio... Disse-me que na terra dele ainda usam mais palavras portuguesas do que a própria língua baasa; uma delas é cadeira...
0 nome Roos não tem ligações a Portugal. Talvez com Espanha que dominou as Filipinas durante mais de 3 séculos, e que estão próximo de Celebes. 0 estado mexicano Quintana Roos, onde se situa Cancun, deriva o seu nome de um conquistador espanhol com este nome. Embora o apelido do meu amigo Félix tenha mais ligações a Espanha, a sua afectividade vai toda para Portugal, ao ponto de querer aprender a língua!... Será mais um "Português-Preto" como os holandeses chamaram aos descendentes dos soldados portugueses e das mulheres locais?
Graças a Alá, o Ramadão acaba amanhã. Bali é uma:ilha onde predomina o hinduísmo e as mesquitas que há estão em Dempasar(a capital) por isso não
se ouvem de noite os gritos histéricos dos muezUfl iho podido dormir
descansado. Aqueles ecléticos que apoiam a mesquitas em
Portugal deviam mudar as suas moradas para para verem
como é bom acordar todos os dias às 4 da matir ' te dos gritos
de chamamento para a oração! Na última se muçulmanos
festejam o Idul Fitri que em simbolismo equivaV i Milhões de

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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 16, 2009 12:39 am

pagina 81

indonésios fizeram-se à estrada para passarem a noite de hoje com os seus familiares.
Os preços das passagens duplicam e triplicam, os hotéis estão cheios e os restaurantes estão cheiíssimos a partir das 18,00horas. Felizmente que tudo isso vai acabar amanhã.
Tenho observado que apesar de o nível de vida dos indonésios não ser muito elevado, a maior parte da gente nova tem motas e motoretas e tudo circula minha gente. Os carros e motorizadas são mais baratos do que na Europa por sobre eles incidirem poucos impostos. A gasolina é incrivelmente barata — cerca de 1/6 do custo em Portugal, (repito, um sexto...) o que a torna mais barata do que a água mineral engarrafada!
Com a expansão do islamismo para o sul de Java, no séc. XV, os hinduístas foram recuando e acabaram por atravessar o estreito e fixar-se na ilha seguinte - Bali. Vieram artistas, sacerdotes e guerreiros, acompanhando a corte e aqui se fixaram mesclando-se com as populações autóctones dando origem à simbiose religiosa hindu-balinesa. 0 resultado é esta maravilhosa cultura balinesa, dócil, educada, gentil e doce que faz os estrangeiros sentirem-se aqui muito bem. Em cada esquina tem templos, (grandes, médios ou minúsculos) onde constantemente há alguém a mexer nos cestinhos de flores que ali são colocados diariamente. Os cestinhos são quadrados do tamanho de um pires, feito de folha de coqueiro. O fundo é coberto de pétalas e em cima destas são colocadas diversas iguarias para alimentar os espíritos. As oferendas variam mas o mais usual é ver uma bolachinha redonda, um gomo de laranja, uma rodela de limão; o que nunca falta é uma pitada de arroz cozido colocado em cima de uma folha de laranjeira ou de goiaba. Também já vi nos cestinhos uma batata, um ovo e uma garrafinha de água, não vá o espírito ter sede na viagem...Nos cestinhos é colocada também qualquer substância combustível que deita um perfume bem cheiroso.
0 avanço maometano foi empurrando para oriente os povos de religião hindu e quando dominaram totalmente a ilha de Java, os rajás e príncipes hinduístas acompanhados de muitos seguidores que não queriam converter-se a Mafoma, atravessaram o estreito que separa Java de Bali e fixaram-se nesta última, onde formaram o último reduto de resistência que, com dificuldades tem resistido até hoje ao cerco muçulmano. Da fusão da aristocracia hindu fugitiva, com os povos locais de Bali nasceu a maravilhosa religião Hindu — balinesa que os turistas ocidentais tanto apreciam.
99% dos turistas que encontrei na travessia da Tailândia, da Malásia e de Singapura diziam-se a caminho de Bali ou regressavam de Bali! Acho que não é pelas praias que tanta gente vem a Bali pois há praias mais bonitas e de areia mais fina em outros locais da Indonésia, Filipinas e Malásia. 0 que atrai as pessoas a Bali é, além da beleza incontestável da ilha, o ambiente criado pelos rituais religiosos de uma simplicidade incrível, as flores, os aromas, as danças a os trajes lindíssimos tanto dos homens como das mulheres. As pessoas sentem-se bem aqui...
Todavia o cerco maometano está longe de ter terminado. É uma religião que não dá sossego a quem com ela convive paredes-meias. E ver o que aconteceu em Timor-Leste onde, durante 25 anos de ocupação indonésia
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qui Jul 16, 2009 12:42 am

Em 20 ANOS todos esses PAISES serao estarao sobre o CONTROLE DA CHINA !!
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por Vitor mango Qui Jul 16, 2009 12:44 am

RONALDO ALMEIDA escreveu:Em 20 ANOS todos esses PAISES serao estarao sobre o CONTROLE DA CHINA !!

amigo Ronaldo
Esteja atento a esta viagem que vai adorar
O Poças nao grama muçulmanos nem fritos e diz exactamente o contrario que vao ser os muçulmanos a açambarcar toda a area
Chines sao muito racistas
Vitor mango
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qui Jul 16, 2009 12:51 am

MAS o PODER ECONOMICO DA CHINA e quem MANDA!!! Para mim, tenho interesse de visitar a CHINA,HONG KONG, MACAU, TOQUIO , MANILA e a AUSTRALIA. Estou louco PARA COMPRAR CONDOMINIO em SYDNEY!!
RONALDO ALMEIDA
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Mensagem por Admin Qui Jul 16, 2009 12:49 pm

paginas 82 e 83

encheram aquela metade da ilha com javaneses islamistas e se não têm conseguido a independência hoje os cristãos de Timor estariam em minoria na sua própria terra. Alias, é o que está acontecer na Papua Ocidental (Irian Jaya) ou seja a Papua indonésia onde em 4 décadas, se fixaram 1.200.000 indonésios muçulmanos que em breve serão mais numerosos do que os próprios papuas (cristãos e animistas) que sempre ali residiram e que contam apenas 1.350.000.
Em Dempasar, capital de Bali, há várias mesquitas pois existe numerosa população muçulmana que ali se tem fixado vinda de Java. 0 que não é normal é pretenderem construir uma mesquita em Ubud, minúscula capital intelectual, religiosa e artística de Bali, lugar! onde praticamente não há maometanos. Um sacrilégio. Equivale a construir uma mesquita na Praça de S. Pedro, ou uma catedral junto da Kaaba em Meca. No entanto estou certo de que acabarão por construi-la, mesmo sem dela terem necessidade para o culto, apenas para afrontar a população local...
Há dias passeando em uma rua comercial de pouco movimento vi um homem vestido de branco dentro da sua loja; usava turbante e, sentado no chão tinha na sua frente um monte de flores de dentro das quais saia uma fina coluna de fumo. Os seus lábios mexiam-se em oração, o torso inclinava-se ora para a frente ora para trás e com as mãos ia atirando ao ar pétalas de flores com as quais cobria o chão da sua pequena loja, de cujas paredes pendiam coloridos "sarongs" para vender aos turistas. Era muito cedo de manhã, na rua não havia vivalma e aquele ritual não era seguramente para turista ver, mas sim uma genuína prece matinal. Em outra ocasião um polícia de guarda à caixa automática de um banco interrompeu o trabalho e pondo flores no passeio, de cócoras aspergia-as utilizando uma flor de magnólia que ia molhando na água de um pires.
0 ritual termina com uma prece que se apercebe pelo discreto movimento dos lábios e com um delicado movimento da mão, por cima das flores e oferendas, como que a afastar o fumo de incenso que sai das flores, ou, talvez a afastar os espíritos.
A ilha de Bali tem três milhões de habitantes, na sua maioria de religião hindu. A ilha é bastante grande, talvez uns 250km de diâmetro e tem uma montanha com vulcão no centro. Em toda a orla marítima tem atracções turísticas com praias e bancos de coral em abundância. A areia das praias não é de grande qualidade mas a água é puríssima, quente e transparente.
0 interior da ilha, devido ao acidentado do terreno e à luxuriosa vegetação, faz lembrar Sintra, tendo a mais os coqueiros e plantas tropicais. A arquitectura religiosa parece ter influenciado o estilo de construção das casas, dos muros e portões que envolvem os jardins; de tal modo que no trajecto entre a praia de Kuta e Padangbai, ao atravessarmos uma cidadezinha pensei que toda uma rua era ladeada de templos, sendo, afinal, apenas casas de habitação.
Uma outra característica da arquitectura balinesa é utilização de muitas estátuas nos jardins e espaços à volta das casas da habitação, nos templos e nos edifícios públicos. Enfeitam as fachadas das casas e os muros com painéis em baixo relevo. Vi em alguns hotéis as piscinas decoradas com jacarés, peixes e outros bichos em tamanho natural, em pedra vulcânica, idêntica à utilizada no templo de Borobudur, próximo de Yogyakarta.

Aluguei uma moto a meias com um indiano-muçulmano de nome Adan natural da ilha Maurício (passaporte britânico e residente em Londres). Tend por base a Praia de Kuta, saíamos de manhã para visitar os arredores, faze apneia e nadar. Na estrada de Kuta para Sanur vimos muitos ateliers d canteiro, com belas estátuas em pedra vulcânica das quais eu gostaria d comprar algumas para a Quinta de Rio Alcaide. Além de Budas, elefantes
lagartos, que são os temas preferidos desta gente, fazem também imitações d estátuas gregas e romanas. Esta pedra escura vulcânica é porosa e não dei ser muito pesada; muitas das estátuas são em tamanho natural; não sei com as transportam; talvez sejam seccionadas. Na mesma estrada, que na realidad é um subúrbio de Kuta, havia também inúmeras fábricas de móveis e de painéi de madeira em talha bem como portas trabalhadas; tudo em madeira nobr tropical. Como invejei para as minhas construções...
Só tenho bem a dizer do povo indonésio que é muito civilizado respeitador e afável. Ao longo dos muitos milhares de kms que percorri ei transportes públicos em Samatra, Java, Bali e Lombok convivi com toda classe de gente e em todo o percurso não vi uma briga, uma discussão, um exaltação entre eles. 0 estrangeiro é tratado como convidado de honra e cor consideração. Mesmo os vendedores de rua por vezes demasiado persistente são, todavia, sempre correctos. Não há vandalismo como na Europa, ner grafites a sujar muros...
Não há crime violento e em todos os percursos me tenho sentido ei segurança. Mas se estas considerações são válidas para toda a Indonésia qu dizer de Bali onde o carácter indonésio é ainda adoçado pela maravilhos religião que praticam... Se os fotografamos (os balineses) nos actos de prátic religiosa, seja nos templos seja em suas casas (pois têm altarezinhos por todo lado, no jardim, na rua em frente às casas, na estrada...) em vez de s ofenderem e mostrarem má cara como em algumas religiões, a sua- reacção um sorriso ou até um convite a entrar no templo!
Acho que não são as praias que atraem turistas de todo o mundo a Ba mas sim a cultura, a bonomia, os rituais religiosos abertos a toda a gente e facto de terem costumes diferentes e exóticos, os quais preservam com a maio das naturalidades.
No Losmen (deturpação de alojamento, que significa Pensão, Pousadh Estalagem) Arthawan onde estive hospedado os 10 dias que permaneci ei Kuta, todos os hóspedes tomavam o pequeno-almoço num alpendre no jardin Impreterivelmente, todos os dias as 8:30 da manhã uma mulher, que não s~ se era a mulher do dono do Losmen ou empregada, passava junto do alpendr com um tabuleiro na cabeça repleto de cestinhos com as oferendas de flores géneros para depor nos vários altares espalhados pelo jardim: no altar d recepção, no da entrada e em nichos espalhados em vários sítios. 0 tabuleir deveria conter cerca de 20 cestinhos empilhados e deles se libertava um pequena coluna do bendito fumo...
Em cada altar a mulher pára cerimoniosamente e, alheia ao que a rodeií coloca os cestinhos indo de altar em altar, fazendo uma prece em cada ur deles, colocando 1 ou 2 varinhas de incenso a arder, asperge tudo com um flor molhada na água de um pires, atira algumas pétalas para cima do altar com a mão faz o gesto delicado de afastar os espíritos
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qui Jul 16, 2009 12:51 pm

AS MINHAS VIAJENS sao muito mais interessantes. UM DIA vou contar-las. DEPOIS de publicar o meu livro!1
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Mensagem por Admin Qui Jul 16, 2009 12:54 pm

Só tenho bem a dizer do povo indonésio que é muito civilizado respeitador e afável. Ao longo dos muitos milhares de kms que percorri ei transportes públicos em Samatra, Java, Bali e Lombok convivi com toda classe de gente e em todo o percurso não vi uma briga, uma discussão, um exaltação entre eles. 0 estrangeiro é tratado como convidado de honra e cor consideração. Mesmo os vendedores de rua por vezes demasiado persistente são, todavia, sempre correctos. Não há vandalismo como na Europa, ner grafites a sujar muros...
Não há crime violento e em todos os percursos me tenho sentido ei segurança
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Mensagem por Vitor mango Sex Jul 17, 2009 12:45 am

p'agi 84

Como não podia deixar de ser, também em Bali aconteceu um romance com uma balinesa... de nome Astiti, empregada do restaurante Galaxy, na praça Matahari... Tudo começou por estar a chover e ela me levar na sua moto ao hotel. Perdemo-nos no caminho (a rua do hotel só tem um sentido...) e a boleia, em vez de evitar a molha agravou-a. Chegámos encharcados...
0 desaire cimentou a nossa amizade e eu voltei ao restaurante jantar todos os dias e a ter boleia de regresso ao hotel, sem já ser preciso o pretexto...da chuva... Não todos os dias por causa da festa nacional do Idul Fitri (equivalente ao nosso Natal) que atraiu a Bali milhares de turistas de Java e - -sobretudo de Jacarta. O restaurante, cujo habitual horário de encerramento é ás dez da noite, fechou algumas vezes depois da meia-noite, por causa dos festejos...
Por causa da diferença de idades as colegas de Astíti chamam-me de Papá e a própria Astiti também... Que posso fazer? Os anos não perdoam... Para lhe enviar as fotos que tirámos, aqui ficam as coordenadas: Astiti Ni Ketut (Galaxy Restaurant) — Food Comer — Matahari Sekuer —31 Ciung Wanara — Kuta — Bali, tel. 701420, Indonésia.
Atrás falei da Ilha Maurício, terra do meu amigo Adam. Sobre o nome dessa ilha vai uma grande confusão, pois uns chamam-lhe Ilhas Maurícias outros Ilhas Maurícius. Trata-se apenas de uma ilha e os franceses baptizaram-na Ile Maurice que em português se diria ilha do Maurício. Como a ilha passou para o domínio britânico e Maurício em inglês se diz Mauritius passaram a chamá-la no plural — como se de várias ilhas se tratasse — Ilha Maurícias. Em português deveria dizer-se Ilha do Maurício ou apenas Ilha Maurício.
SENGGIGI (Ilha Lombok) - A Indonésia é constituída por cerca de 17.000 ilhas (na maré baixa 20.000) que se estendem desde a Malásia até próximo da Austrália. A ilha de Java, onde se situa a capital, tem 60% da população total do país e quase toda a indústria. Venho percorrendo as ilhas longitudinalmente de autocarro, combóio, mini-autocarro e até de moto. Para atravessar os estreitos que as separam tenho usado vários tipos de barcos. Primeiro foi o estreito de Malaca, depois o de Sunda, a seguir o de Bali e agora o de Lombok, até chegar à ilha com o mesmo nome onde agora me encontro. Seguir-se-ão as Ilhas de Sumbaua, Komodo, Rinca, Flores, Adonara, Solor, Lembata, Pantar e, finalmente, o Arquipélago de Alor onde tenciono tomar o barco para Timor Indonésio e dali, por terra para a fronteira terrestre de Timor-Leste.
Fiz a travessia do Estreito de Lombok na companhia de Adam e Herman que conhecera em Bali. Os principais atracções de Lombok são o vulcão Rinjani (quase 4000m) que tem um lago na cratera, as praias de Senggigi e as ilhotas Gili (um paraíso para os mergulhadores, devido aos belos bancos de coral). Na época das chuvas não é aconselhável trepar o vulcão Rinjani por ser muito escorregadio. Por isso essa atracção turística foi posta de lado. Ao desembarcarmos, sob uma chuva torrencial, alugámos uma carrinha que nos

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Primeira viagem ao Oriente ..ediçao vagueando e inedita .... - Por Jose Ezequiel  Poças Gomes - Página 3 Empty Re: Primeira viagem ao Oriente ..ediçao vagueando e inedita .... - Por Jose Ezequiel Poças Gomes

Mensagem por Vitor mango Sex Jul 17, 2009 12:48 am

levou directamente a Senggigi, também ponto de partida para as ilhas Gili, que os meus amigos têm desejo de visitar, pois ambos são mergulhadores.
0 Adam é louco por pesca e passou o dia com o Herman em cima dos rochedos junto do templo Hindu, sobranceiro ao mar, ambos com as canas na mão a dar banho à minhoca... Eu entretive-me a mergulhar nas redondezas, utilizando o equipamento que trago comigo, pois sempre que há corais lá estou a explorá-los.
Na expectativa de comer peixe fresco pescado pelos meus dois amigos fui andando pela praia até à zona dos restaurantes para ver se algum dos cozinheiros estaria disposto a cozinhar os hipotéticos peixes por eles pescados. 0 dono e cozinheiro do restaurante Coco Loco ficou encantado com a ideia (pudera, devido à crise mundial e ao terrorismo, os turistas contam-se pelos dedos) e, sem eu lhe pedir, ofereceu-nos um desconto de 20% se lá comêssemos a refeição...
Sentado na varanda do restaurante a beber uma cerveja fresquinha ia perscrutando os movimentos dos dois "pescadores " em cima do rochedo. As horas passavam e a fome apertava. Não era preciso raciocinar muito para entender que eles não vinham almoçar porque não conseguiam pescar nada. Continuavam a insistir levados pelo vício desportivo e até se esqueciam da fome e das horas...
Pelo sim e pelo não mandei preparar um bife de atum! Comi, bebi e ainda esperei alguns tempo e os "pescadores" não arredavam pé do rochedo... Voltei para o hotel, tomei banho e fiquei a ler e descansar no "Hall". Os "pescadores" chegaram já de noite, cansados, esfomeados e ...felizes. Vinham a comer chocolates... Na bolsa de pescador o Herman trazia um solitário peixito que teria recusado se lho servissem num restaurante... se não fosse ele a pescá-lo...
A praia de Senggigi tem óptimas estruturas par o turismo tanto em restaurantes como em belos hotéis semi-escondidos no meio dos coqueirais à beira do mar, mas vive o drama de não ter clientes... Por isso a concorrência é tal que oferecem preços incrivelmente baratos. Lombok vive de Bali que é o grande pólo de atracção turística a nível mundial. Os turistas que estão em Bali vão a Lombok passar uns dias e regressam ás suas férias e aos seus hotéis em Kuta, Nusa Dua ou Sanur. Depois do atentado bombista que matou 202 pessoas em Bali a vinda dos turistas parou e só a pouco e pouco vai recuperando... Para os turistas é óptimo porque não há confusão e os preços desceram; mas o comércio, os vendedores, os alugueres de automóveis, dos barcos, das pranchas de surf, etc. passam mal e a população anda triste...
Enquanto que em Bali a maioria esmagadora da população pratica aquela maravilhosa religião hindu-balinesa (à qual dá vontade de nos convertermos...) do culto das flores, da harmonia e da vida simples, em Lombok, são quase todos prosélitos de Mafoma e o meu sono, que em Bali nunca foi interrompido pelos berros dos imãs, aqui em Lombok, logo na primeira noite, dei comigo sentado na cama a praguejar contra o Profeta, pois não era o som de um minarete, mas de três simultaneamente, que me acordou sobressaltado ás...4,30 da matinà! Como é possível uma religião intrometer-se assim na vida das pessoas... Voltar a adormecer não foi fácil! Os dirigentes da


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Mensagem por Vitor mango Sex Jul 17, 2009 12:51 am

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comissão Europa que querem a entrada dos turcos na Europa deveriam ser obrigados a passas 15 dias num hotel próximo de uma mesquita...
As vilas e cidadezinhas de Lombok não têm o charme de Bali. Como há poucos residentes balineses só de quando em quando se vê uma casa com os altarezinhos no jardim e os muros e portões com aquelas decorações típicas das casas de Bali. Ainda não referi que a maioria dos altares têm a forma de uma coluna rectangular com 1,50 ou 2 metros de altura, no topo das quais tem um capitel com um nicho e umas abas laterais para colocar os cestinhos com as oferendas. Essas colunas, a que eu chamo altares, estão muitas vezes envoltas por um saiote de tecido até meia altura.
No passeio que dei, sob um sol inclemente, pelas rochas à beira-mar até onde está o templo e onde os meus amigos pescavam, encontrei 3 cestinhos com asas, feitos primorosamente com folha de coqueiro. Tão perfeitos e bem acabados que os levei comigo. Um dei-o a um velho pescador que na maré baixa usava uma tarrafa para apanhar peixes pequenos. Ajudei-o a desenvencilhar os peixitos embrulhados na rede e como ele os punha em um saco de plástico, fui buscar um dos cestos e pusemos os peixes dentro... Notei que ficou contente embora durante todo o tempo não tivéssemos articulado palavra. Com aquele aspecto andrajoso e o típico palhinhas cónico na cabeça, era óbvio que não saberia falar inglês. 0 outro cesto dei-o aos "pescadores" para porém as coca-colas e a máquina fotográfica...já que peixes não tinham!
Quanto ao 3° cesto trouxe-o comigo para o hotel e quando soube que aqueles cestinhos são levados para o Templo do Mar cheios de pétalas e oferendas e que depois de vazios são atirados ao mar em ritual religioso, resolvi não me separar dele e levá-lo para Portugal...
Aproveitei ter acordado cedo pela berraria dos imãs (uma das mesquitas em
Senggigi é nas traseiras do hotel) para me pôr à estrada a caminho da próxima
ilha, Sumbaua. Lombok é tão luxuriante quanto Bali, mas à medida que
avançamos para oriente a vegetação vai definhando. Será já o prelúdio da
paisagem de Sumbaua que me dizem ser quente e semi-desértica?
ILHA SUMBAUA — Vista do mar esta ilha é semi-desértica e faz lembrar Porto Santo ou as ilhas de Cabo Verde. Desde que aterrei em Delhi, a viagem ao Nepal e depois atravessando o Sueste asiático e as grandes ilhas da Indonésia, tem sido sempre através de paisagens de vegetação abundante e de muita pluviosidade de modo que foi com grande surpresa que ao aproximarmo-nos de Sumbaua vi os montes desolados e estéreis. 0 interior de ilha é um pouco mais verde havendo bastante cultivo de arroz nas zohas baixas e planas, mantendo-se as montanhas com pouca vegetação.
E uma ilha rural em que predomina o cultivo do arroz, gado caprino e vás. Há poucos automóveis e nas vilas os principais meios de transporte são peqúenos carros de 2 rodas puxados por cavalinhos pequenos, pouco maiores
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sex Jul 17, 2009 9:26 am

Admin escreveu:nota esta imagem nao é a colocada no relatorio - por dificuldades tecnicas

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O TAJ MAHAL de ATLANTIC CITY e muito mais BONITO e IMPONENTE!!
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sex Jul 17, 2009 9:29 am

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muito mais imponente!!
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