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As duas semanas que fizeram tremer o mundo

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Mensagem por Joao Ruiz Sex Set 11, 2009 4:02 pm

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As duas semanas que fizeram tremer o mundo

por António Rodrigues
Hoje

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Um ano após o resgate financeiro da Freddie Mac e da Fannie Mae, que marcou simbolicamente o início da crise financeira, surgem sinais de que o pior já passou. A mãe de todas as crises não foi tão madrasta quanto se pensou ou ainda é cedo para os foguetes?

A crise já vinha de antes, desde o Verão de 2007, quando a bolha do sector imobiliário rebentou nos Estados Unidos e milhares de investimentos relacionados com hipotecas começaram a esfumar-se. Mas foi em Setembro do ano passado, quando a Administração americana se viu obrigada a nacionalizar as empresas Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation) e Fannie Mae (Federal National Mortgage Association), que possuíam ou garantiam mais de metade do mercado de hipotecas dos EUA, que a crise financeira realmente começou.

Em apenas duas semanas, o sofisticado sistema financeiro americano abriu brechas e fissuras e entrou em colapso, lançando ondas sísmicas que afectaram as economias de todos os países do planeta e levando mesmo uma nação à "falência": a Islândia. Da casa dos americanos desapareceram, num ápice, mais de 13 mil milhões de dólares (nove mil milhões de euros) em riqueza.

Wall Street corria a pedir ajuda às autoridades. A Administração Bush injectou 85 mil milhões de dólares na AIG, líder mundial na área dos seguros, que sofria de um grave problema de liquidez devido ao aprofundamento na crise do crédito hipotecário de alto risco, denominado subprime. A seguir, o secretário do Tesouro Henry Paulson preparou um plano de resgate financeiro de 700 mil milhões de dólares, anunciado publicamente a 18 de Setembro - aprovado, depois de muitas emendas, pelo congresso dos EUA, a 3 de Outubro.

Para Bagão Félix, antigo ministro das Finanças e do Trabalho, esta crise não foi uma crise igual às outras, não só pela sua dimensão - que a coloca a par da Grande Depressão que se seguiu ao crash bolsista de 1929 -, mas também, e principalmente, pelas "razões ético-comportamentais" que estão por detrás da situação grave a que se chegou. "Situações eticamente reprováveis" distorceram o mercado e "a supremacia exagerada do curto prazo" minou os alicerces das finanças mundiais.

Desde 6 de Setembro de 2008 - quando a Fannie Mae e a Freddie Mac foram nacionalizadas - até 18 de Setembro, altura em que a Reserva Federal norte-americana e os bancos centrais europeus injectaram 180 mil milhões de dólares no mercado global, muitos episódios dramáticos se sucederam. Entre eles a Lehman Brothers, a centenária e respeitada instituição financeira, abriu falência - a maior na história dos Estados Unidos -, e a Merrill Lynch foi vendida ao Bank of America, um negócio impulsionado pela Administração norte-americana.
Daniel Bessa, antigo ministro da Economia, acredita que "a principal razão da crise", que residiu em "políticas de crédito menos rigorosas seguidas pelo sistema financeiro em geral", está a caminho de ser resolvida. "As instituições financeiras tornaram-se muito mais conservadoras", permitindo que "estes problemas estejam actualmente em vias de ser ultrapassados".

"A vantagem desta crise é a de ter alertado a opinião pública e os consumidores financeiros para a necessidade de um escrutínio forte por parte dos reguladores", acrescenta Bagão Félix. Por outro lado, "o poder regulador aprendeu que não pode ser tão passivo e conformista".

Um ano passado sobre os acontecimentos que mudaram a face financeira do mundo, sinais positivos começam a surgir. "O pior já passou, já que a economia estabilizou a nível mundial, estando já a crescer em alguns países ditos emergentes", explica Filipe Garcia, da empresa Informação de Mercados Financeiros.

Ao que parece, a receita keynesiana deu resultado: grandes investimentos públicos, políticas monetárias expansionistas com taxas de juro próximas de zero e compra de dívida pública e privada. Tudo para introduzir dinheiro na economia e mantê-la a funcionar.

Bagão Félix, no entanto, é prudente e alerta para o perigo: "As políticas de apoio público estão a produzir alguns efeitos, só que esta receita incorpora, em parte, o vírus desta crise. Isto é, o excesso de consumo e as bolhas especulativas foram provocadas por taxas de juro muito baixas, às vezes negativas ou próximas do zero."

DN

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