EUA: Morte de Edmund Dinis fecha dinastia política luso-americana no Massachussetts
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EUA: Morte de Edmund Dinis fecha dinastia política luso-americana no Massachussetts
EUA: Morte de Edmund Dinis fecha dinastia política luso-americana no Massachussetts
Nova Iorque, 27 Mar (Lusa)
Com a morte de Edmund Dinis, no passado dia 14 de março, sem descendentes, terminou uma das mais importantes dinastias políticas luso-americanas, iniciada no começo do século XX pelo imigrante açoriano Jacinto Dinis.
Tal como o seu pai, que após a I Guerra Mundial recebeu uma das mais elevadas condecorações militares norte-americanas - o "Purple Heart" - Edmund Dinis será sepultado no cemitério de Arlington, Virgínia, onde jazem alguns dos mais distintos militares e políticos norte-americanos, segundo disse à Lusa o diretor do centro de estudos portugueses da Universidade de Massachussetts-Dartmouth, Frank Sousa.
Talhado desde cedo para a política, Edmund Dinis foi durante muitos anos apontado como futuro congressista luso-descendente em Washington, até que, quando era há 10 anos procurador de justiça do condado de Bristol (Massachussetts), a sua dinastia se cruzou com uma bem mais poderosa, a dos Kennedy.
A 18 de julho de 1969, o carro de Edward Kennedy despenha-se num lago em Chappaquiddick próximo de Martha´s Vineyard. O irmão do ex-presidente John Kennedy consegue salvar-se, mas a outra ocupante morre, a sua jovem ex-secretária, Mary Jo Kopechne. Só 10 horas depois o acidente foi reportado às autoridades.
Dinis viu-se então envolvido no furacão do "caso Chappaquiddick", que virou contra ele a comunidade portuguesa e lhe custou a reeleição.
"Em geral, os Kennedy eram tidos como semi-deuses, e para os portugueses ainda mais. Que um procurador de justiça no condado tivesse a ousadia de tentar processar um… (levou) a comunidade a virar-se contra ele. Foi uma pressão tremenda. Para os inimigos dos Kennedy ele não fez o máximo, para os defensores fez de mais. Ficou mal visto por toda a gente", afirmou Frank Sousa, que fez várias entrevistas a Dinis.
Edmund foi primeiro vereador em New Bedford e, depois, representante no congresso estadual. Passou ao Senado e, finalmente, a procurador de Bristol. Depois disso, ainda foi tesoureiro de Bristol, mas perdeu todas as tentativas de eleição para a procuradoria e para o congresso.
O seu pai, natural dos Açores, foi o primeiro imigrante português a ser eleito para a câmara dos representantes local, onde serviu mais de 20 anos, segundo Sousa.
Jacinto Dinis tinha uma relação muito próxima com o presidente da câmara de Boston de então, uma das mais importantes figuras políticas locais, que apadrinhou Edmund.
Mesmo depois do esfriamento nas relações com a comunidade portuguesa e de perder a reeleição, Dinis nunca abandonou a causa da história da presença portuguesa nos Estados Unidos, e a ele se devem monumentos a navegadores portugueses no Massachussetts e o museu da Dighton Rock, considerado vestígio da passagem do descobridor Corte-Real naquelas terras, ainda no século XV.
Henry Arruda, a quem Edmund Dinis entregou a gestão da rádio que comprou em 1975 para emitir música e notícias em língua portuguesa, reconhece que foi a perda dos votos dos luso-americanos que lhe custaram a reeleição, mas diz que nunca houve rancor.
"Ele tinha a sua própria personalidade. Era reservado e as pessoas podem ter entendido isso como (uma atitude) contra os portugueses. Mas não era nada disso. As provas estão à nossa volta", disse à Lusa.
Numa das últimas vezes que apareceu em público, antes da morte aos 85 anos de idade, Dinis insurgiu-se, na Universidade de Massachussetts, contra as injustiças de que a comunidade portuguesa era alvo a nível político. Frank Sousa recorda a argumentação de Edmund Dinis como "espetacular".
"Ele e o pai eram gente com uma capacidade política invulgar. Edmund era um homem brilhante, com grande capacidade oratória e, apesar do drama que viveu, manteve uma extraordinária actuação cívica, política e até económica", destacou Sousa.
Nova Iorque, 27 Mar (Lusa)
Com a morte de Edmund Dinis, no passado dia 14 de março, sem descendentes, terminou uma das mais importantes dinastias políticas luso-americanas, iniciada no começo do século XX pelo imigrante açoriano Jacinto Dinis.
Tal como o seu pai, que após a I Guerra Mundial recebeu uma das mais elevadas condecorações militares norte-americanas - o "Purple Heart" - Edmund Dinis será sepultado no cemitério de Arlington, Virgínia, onde jazem alguns dos mais distintos militares e políticos norte-americanos, segundo disse à Lusa o diretor do centro de estudos portugueses da Universidade de Massachussetts-Dartmouth, Frank Sousa.
Talhado desde cedo para a política, Edmund Dinis foi durante muitos anos apontado como futuro congressista luso-descendente em Washington, até que, quando era há 10 anos procurador de justiça do condado de Bristol (Massachussetts), a sua dinastia se cruzou com uma bem mais poderosa, a dos Kennedy.
A 18 de julho de 1969, o carro de Edward Kennedy despenha-se num lago em Chappaquiddick próximo de Martha´s Vineyard. O irmão do ex-presidente John Kennedy consegue salvar-se, mas a outra ocupante morre, a sua jovem ex-secretária, Mary Jo Kopechne. Só 10 horas depois o acidente foi reportado às autoridades.
Dinis viu-se então envolvido no furacão do "caso Chappaquiddick", que virou contra ele a comunidade portuguesa e lhe custou a reeleição.
"Em geral, os Kennedy eram tidos como semi-deuses, e para os portugueses ainda mais. Que um procurador de justiça no condado tivesse a ousadia de tentar processar um… (levou) a comunidade a virar-se contra ele. Foi uma pressão tremenda. Para os inimigos dos Kennedy ele não fez o máximo, para os defensores fez de mais. Ficou mal visto por toda a gente", afirmou Frank Sousa, que fez várias entrevistas a Dinis.
Edmund foi primeiro vereador em New Bedford e, depois, representante no congresso estadual. Passou ao Senado e, finalmente, a procurador de Bristol. Depois disso, ainda foi tesoureiro de Bristol, mas perdeu todas as tentativas de eleição para a procuradoria e para o congresso.
O seu pai, natural dos Açores, foi o primeiro imigrante português a ser eleito para a câmara dos representantes local, onde serviu mais de 20 anos, segundo Sousa.
Jacinto Dinis tinha uma relação muito próxima com o presidente da câmara de Boston de então, uma das mais importantes figuras políticas locais, que apadrinhou Edmund.
Mesmo depois do esfriamento nas relações com a comunidade portuguesa e de perder a reeleição, Dinis nunca abandonou a causa da história da presença portuguesa nos Estados Unidos, e a ele se devem monumentos a navegadores portugueses no Massachussetts e o museu da Dighton Rock, considerado vestígio da passagem do descobridor Corte-Real naquelas terras, ainda no século XV.
Henry Arruda, a quem Edmund Dinis entregou a gestão da rádio que comprou em 1975 para emitir música e notícias em língua portuguesa, reconhece que foi a perda dos votos dos luso-americanos que lhe custaram a reeleição, mas diz que nunca houve rancor.
"Ele tinha a sua própria personalidade. Era reservado e as pessoas podem ter entendido isso como (uma atitude) contra os portugueses. Mas não era nada disso. As provas estão à nossa volta", disse à Lusa.
Numa das últimas vezes que apareceu em público, antes da morte aos 85 anos de idade, Dinis insurgiu-se, na Universidade de Massachussetts, contra as injustiças de que a comunidade portuguesa era alvo a nível político. Frank Sousa recorda a argumentação de Edmund Dinis como "espetacular".
"Ele e o pai eram gente com uma capacidade política invulgar. Edmund era um homem brilhante, com grande capacidade oratória e, apesar do drama que viveu, manteve uma extraordinária actuação cívica, política e até económica", destacou Sousa.
Kllüx- Pontos : 11225
Re: EUA: Morte de Edmund Dinis fecha dinastia política luso-americana no Massachussetts
Oportuno Kllux
O mango apostou em emigrantes no Brasil e na "raça " lusitana que é sejamos verdadeiros aquela que sabe integra-se no mundo sem levantar mierdas
Por isso somos mais visitados no Brasil e no mundo que no cartaxo
O mango apostou em emigrantes no Brasil e na "raça " lusitana que é sejamos verdadeiros aquela que sabe integra-se no mundo sem levantar mierdas
Por isso somos mais visitados no Brasil e no mundo que no cartaxo
Vitor mango- Pontos : 117360
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