Gengibre, o penetra
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Gengibre, o penetra
Gengibre, o penetra
Thomas Pappon | 16:38, quarta-feira, 14 abril 2010
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Semana passada, o Independent trouxe algo raro entre os jornais britânicos: uma receita de um prato típico brasileiro.
A receita, de um "Brazilian Fish Stew" (Peixada), veio de Cook Brazilian (editora Kyle Cathie), de Leticia Moreinos Schwartz, uma chef brasileira radicada nos Estados Unidos.
A peixada de Leticia traz variações interessantes. O peixe marinado é assado no forno antes de ser adicionado à panela com o dendê e o leito de côco, e, no final, o prato é coberto com palmito.
Talvez essas variações sejam comuns - e eu esteja por fora -, mas o que realmente me chamou a atenção foi o peixe ser marinado com cebola, alho e gengibre.
Peixada com gengibre? Eu ia fazer um post lamentando a ausência de gengibre da culinária brasileira, usando a receita da Letitia como ponto de partida - dizendo ainda que a chef pode ter acrescentado o tempero como forma de dar um "acento" mais universal a um prato de gosto dominado pelo dendê.
Mas depois eu vi que vatapá leva gengibre, e que, provavelmente, a planta é bem mais comum na cozinha brasileira do que eu imaginava. Ou não?
Eu achava que o gengibre e seu gosto picante eram exóticos demais para os brasileiros e o Ocidente. Que no Brasil o gengibre era consumido apenas como chá terapêutico, como pickles acompanhando sushi e como tempero em molho para saladas. Na Europa, ainda há os famosos biscoitos e balas de gengibre.
Já na Ásia e no Caribe o gengibre é um superastro, vai em curries, carnes, sopas, ensopados, peixes, etc - e só me dei conta dessa versatilidade toda do caule subterrâneo aqui na Grã-Bretanha.
Enfim, acho que ele tem futuro na nossa cozinha - e agradeceria se me contassem outros pratos que levam gengibre.
Um parênteses: outra vantagem são as fabulosas propriedades medicinais do rizoma. Em vários países, acredita-se que o gengibre é bom para dor de garganta, ressaca, artrite, cólicas menstruais, que previne câncer de intestino e de ovário, combate a perda de apetite, fadiga, enjoos, náuseas, afina o sangue, baixa níveis de colesterol, auxilia na digestão de alimentos gordurosos e alivia os efeitos colaterais de quimioterapia.
E ainda tem um uso, digamos, 'estético': é introduzido como supositório em cavalos, para que os animais mantenham a cauda altiva e se mostrem 'fogosos'.
Thomas Pappon | 16:38, quarta-feira, 14 abril 2010
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Semana passada, o Independent trouxe algo raro entre os jornais britânicos: uma receita de um prato típico brasileiro.
A receita, de um "Brazilian Fish Stew" (Peixada), veio de Cook Brazilian (editora Kyle Cathie), de Leticia Moreinos Schwartz, uma chef brasileira radicada nos Estados Unidos.
A peixada de Leticia traz variações interessantes. O peixe marinado é assado no forno antes de ser adicionado à panela com o dendê e o leito de côco, e, no final, o prato é coberto com palmito.
Talvez essas variações sejam comuns - e eu esteja por fora -, mas o que realmente me chamou a atenção foi o peixe ser marinado com cebola, alho e gengibre.
Peixada com gengibre? Eu ia fazer um post lamentando a ausência de gengibre da culinária brasileira, usando a receita da Letitia como ponto de partida - dizendo ainda que a chef pode ter acrescentado o tempero como forma de dar um "acento" mais universal a um prato de gosto dominado pelo dendê.
Mas depois eu vi que vatapá leva gengibre, e que, provavelmente, a planta é bem mais comum na cozinha brasileira do que eu imaginava. Ou não?
Eu achava que o gengibre e seu gosto picante eram exóticos demais para os brasileiros e o Ocidente. Que no Brasil o gengibre era consumido apenas como chá terapêutico, como pickles acompanhando sushi e como tempero em molho para saladas. Na Europa, ainda há os famosos biscoitos e balas de gengibre.
Já na Ásia e no Caribe o gengibre é um superastro, vai em curries, carnes, sopas, ensopados, peixes, etc - e só me dei conta dessa versatilidade toda do caule subterrâneo aqui na Grã-Bretanha.
Enfim, acho que ele tem futuro na nossa cozinha - e agradeceria se me contassem outros pratos que levam gengibre.
Um parênteses: outra vantagem são as fabulosas propriedades medicinais do rizoma. Em vários países, acredita-se que o gengibre é bom para dor de garganta, ressaca, artrite, cólicas menstruais, que previne câncer de intestino e de ovário, combate a perda de apetite, fadiga, enjoos, náuseas, afina o sangue, baixa níveis de colesterol, auxilia na digestão de alimentos gordurosos e alivia os efeitos colaterais de quimioterapia.
E ainda tem um uso, digamos, 'estético': é introduzido como supositório em cavalos, para que os animais mantenham a cauda altiva e se mostrem 'fogosos'.
Vitor mango- Pontos : 117438
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