O grande útero do totalitarismo
Página 1 de 1
O grande útero do totalitarismo
24 Maio 2010
O
grande útero do totalitarismo
Publicada por
Combustões
em
24.5.10
5
comentários
Etiquetas:
Totalitarismo
O
grande útero do totalitarismo
A França
sempre foi a filha dilecta do totalitarismo e guarda atestados de
pioneira desde o Terror de 1793. Aí germinaram, verdejaram e
expadiram-se as flores do mal da modernidade. Foi em França que o
"verdadeiro fascismo", o mais puro, o menos tocado pelo oportunismo do
exercício do poder atingiu requintes de escola literária. Foi em França,
também, que o comunismo encontrou maior solidez, se adaptou e tornou
moda entre a burguesia ociosa e refastelada dos autoproclamados círculos
intelectuais. Foi em França, sob os auspícios do Comintern, que se
formaram duas ou três gerações de líderes reexportados para as sete
partidas do mundo no imediato ante-guerra ou, depois, no início da
Guerra Fria: Enver Hoxcha, Ho Chi Mihn, Pol Pot, Ieng Sary, Khieu
Samphan, Hou Yuon. Por último, foi em França que o maoísmo, a mais
radical das seitas comunistas se converteu em ícone de uma geração que
ainda detém parte apreciável das rédeas do poder.
sempre foi a filha dilecta do totalitarismo e guarda atestados de
pioneira desde o Terror de 1793. Aí germinaram, verdejaram e
expadiram-se as flores do mal da modernidade. Foi em França que o
"verdadeiro fascismo", o mais puro, o menos tocado pelo oportunismo do
exercício do poder atingiu requintes de escola literária. Foi em França,
também, que o comunismo encontrou maior solidez, se adaptou e tornou
moda entre a burguesia ociosa e refastelada dos autoproclamados círculos
intelectuais. Foi em França, sob os auspícios do Comintern, que se
formaram duas ou três gerações de líderes reexportados para as sete
partidas do mundo no imediato ante-guerra ou, depois, no início da
Guerra Fria: Enver Hoxcha, Ho Chi Mihn, Pol Pot, Ieng Sary, Khieu
Samphan, Hou Yuon. Por último, foi em França que o maoísmo, a mais
radical das seitas comunistas se converteu em ícone de uma geração que
ainda detém parte apreciável das rédeas do poder.
Ontem, em Paris, em pleno
Trocadéro, um grupo de "estudantes e intelectuais" tailandeses, quiçá
pagos pela generosidade do regime que querem ver destruído, deu largas à
sua maturidade vermelha, concluindo com aproveitamento a prova de
tirocínio ao agit-prop da rive gauche. Reuniram-se e pediram
"paz", "democracia", gritaram vivas à "revolução" e "morras à tirania".
Nada que não se tivesse visto ao longo de décadas, quando o comunismo, o
maior flagelo do século XX era inatacável, quando se proclamava a
"superioridade moral do comunismo", quando todos aqueles que ousassem
contestar a essa tremenda mentira eram apodados de "cães de fila do
imperialismo", "lacaios da reacção", "agentes do capitalismo".
Trocadéro, um grupo de "estudantes e intelectuais" tailandeses, quiçá
pagos pela generosidade do regime que querem ver destruído, deu largas à
sua maturidade vermelha, concluindo com aproveitamento a prova de
tirocínio ao agit-prop da rive gauche. Reuniram-se e pediram
"paz", "democracia", gritaram vivas à "revolução" e "morras à tirania".
Nada que não se tivesse visto ao longo de décadas, quando o comunismo, o
maior flagelo do século XX era inatacável, quando se proclamava a
"superioridade moral do comunismo", quando todos aqueles que ousassem
contestar a essa tremenda mentira eram apodados de "cães de fila do
imperialismo", "lacaios da reacção", "agentes do capitalismo".
Ontem, Apichatpong
Weerasethakun, realizador de cinema tailandês que agora recebe uma
"inesperada" Palma de Ouro em Cannes, concedeu uma entrevista ao
inocente L'Humanité e afirmou: "mais vous ne pouvez pas blâmer les
réalisateurs thaïlandais. Ils ne peuvent rien faire à cause de ces lois
sur la censure, ajoute-t-il, nous ne pouvons pas faire un film sur la
situation actuelle [en Thaïlande] en raison des lois qui interdisent les
menaces à la sécurité nationale. N’importe quoi peut-être nommé comme
cela." Le réalisateur, qui explique avoir quitté Bangkok "alors que la
ville brûlait", a exprimé l’espoir que "quelque chose changera pour le
mieux" du chaos actuel. "La Thaïlande est un pays violent. Il est
contrôlé par un groupe de mafieux."
Weerasethakun, realizador de cinema tailandês que agora recebe uma
"inesperada" Palma de Ouro em Cannes, concedeu uma entrevista ao
inocente L'Humanité e afirmou: "mais vous ne pouvez pas blâmer les
réalisateurs thaïlandais. Ils ne peuvent rien faire à cause de ces lois
sur la censure, ajoute-t-il, nous ne pouvons pas faire un film sur la
situation actuelle [en Thaïlande] en raison des lois qui interdisent les
menaces à la sécurité nationale. N’importe quoi peut-être nommé comme
cela." Le réalisateur, qui explique avoir quitté Bangkok "alors que la
ville brûlait", a exprimé l’espoir que "quelque chose changera pour le
mieux" du chaos actuel. "La Thaïlande est un pays violent. Il est
contrôlé par un groupe de mafieux."
Convém explicar duas coisas:
- Os estudantes tailandeses residindo em França auferem
bolsas de estudo mensais atribuídas pelo governo, algumas bem generosas
e que excedem em dez vezes os salários aqui atribuídos a funcionários
do Estado. Conheço em Portugal um bolseiro thai que recebe mensalmente
1500 Euro, mas outros há em países do norte da Europa que recebem duas
vezes esse valor. Sabe bem ser contestatário com tais bolsas !
bolsas de estudo mensais atribuídas pelo governo, algumas bem generosas
e que excedem em dez vezes os salários aqui atribuídos a funcionários
do Estado. Conheço em Portugal um bolseiro thai que recebe mensalmente
1500 Euro, mas outros há em países do norte da Europa que recebem duas
vezes esse valor. Sabe bem ser contestatário com tais bolsas !
- Apichatpong
Weerasethkun recebeu do governo tailandês bolsa para cursar um curso de
mestrado nos EUA, mas depois de entrou em colisão com as leis existentes
e foi acolhido pela sempre solidária Alliance Française de Banguecoque,
nobre instituição especializada em ensinar aos thais os rudimentos dos
"direitos do homem". Faz parte, obviamente, da rede clientelar das casas
que chancelam a qualidade e promovem aquilo que é "arte"e "cultura".
Weerasethkun recebeu do governo tailandês bolsa para cursar um curso de
mestrado nos EUA, mas depois de entrou em colisão com as leis existentes
e foi acolhido pela sempre solidária Alliance Française de Banguecoque,
nobre instituição especializada em ensinar aos thais os rudimentos dos
"direitos do homem". Faz parte, obviamente, da rede clientelar das casas
que chancelam a qualidade e promovem aquilo que é "arte"e "cultura".
Publicada por
Combustões
em
24.5.10
5
comentários
Etiquetas:
Totalitarismo
Vitor mango- Pontos : 117472
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos