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Ex-assessor do Governo vende chips para SCUT

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Mensagem por ricardonunes Seg Jun 28, 2010 11:21 am

Pedro Bento passou do gabinete do secretário de Estado Paulo Campos para a empresa pública que gere o sistema de portagens nas autoestradas. E já este ano transitou para a empresa fornecedora dos mecanismos de pagamento nas SCUT.

Micael Pereira (www.expresso.pt)

O único administrador executivo nomeado em outubro de 2009 para a sociedade pública lançada pelo Governo para autorizar, gerir e fiscalizar todo o sistema de chips de matrículas e de portagens exclusivamente eletrónicas nas SCUT tornou-se, em março deste ano, responsável máximo em Portugal da Q-Free ASA, o fabricante norueguês que forneceu os equipamentos aprovados e instalados nos pórticos das três concessões de autoestrada em causa e que vai fornecer também os aparelhos identificadores (ou chips de matrículas) que os automobilistas terão obrigatoriamente de usar para poder circular naquelas vias.

Pedro Bento, de 34 anos, foi assessor do secretário de Estado adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, entre 2008 e 2009, antes ser nomeado em outubro do ano passado administrador executivo da então recém-criada SIEV - Sistema de Identificação Electrónica de Veículos S.A., num conselho de administração para onde foram nomeados mais dois administradores, mas ambos sem funções executivas (Alberto Moreno, presidente do Instituto das Infra-Estruturas Rodoviárias, e Jorge Silva, vogal da administração do IMTT.

Licenciado em gestão pela Academia da Força Aérea e com um MBA feito no ISEG, segundo o que o próprio escreveu no seu perfil público da rede profissional LinkedIn , Pedro Bento manteve-se até 2006 nas Forças Armadas, onde foi capitão. Depois foi senior associate da consultora internacional PricewaterhouseCoopers, antes de ir para o gabinete do secretário de Estado, em 2008, até ser nomeado administrador executivo da SIEV.

Em janeiro, apenas quatro meses depois, abandonou o cargo para uma "licença sabática" de três meses (ainda segundo o perfil público), e em março entrou em funções na Q-Free como country manager para Portugal. Na SIEV, onde tinha um salário bruto de 6.256 euros, não foi substituído.

Q-Free em todas as frentes

O site internacional da Q-Free revela que a empresa foi contratada em agosto de 2009 pelo grupo da Euroscut Norte, concessionária da SCUT do Litoral Norte, para fornecer a tecnologia Multi Lane Free Flow nos pórticos da autoestrada que permite a deteção dos chips de matrículas (ou identificadores eletrónicos) sem que os automóveis tenham de abrandar.

A 23 de janeiro de 2010, a Q-Free foi igualmente contratada pela Ascendi, a concessionárias das SCUT do Grande Porto e da Costa de Prata, para instalar a mesma tecnologia, incluindo o Road Side Equipment (pórticos) e todo o back office operacional que permite cobrar portagens a partir desta semana.

A Q-Free, ainda de acordo com o site oficial, forneceu desde 1995 todos os 2,4 milhões de identificadores que são usados pelos clientes da Via Verde. E em maio acordou com a Via Verde, o único grossista atualmente autorizado a distribuir os chips de matrícula em Portugal, uma nova encomenda de aparelhos no valor de dois milhões de euros - que começarão a ser entregues a partir de agosto aos utentes que estão a fazer reservas.

Além da Q-Free, há mais duas empresas internacionais que fabricam equipamentos similares, a Efkom e a Kapsch. Os dispositivos da Q-Free e da Kapsch estão ambos autorizados, segundo o gabinete do secretário de Estado das Obras Públicas, para poderem ser usados nas portagens e como matrículas eletrónicas.

O Expresso contactou as duas empresas no início da semana, mas até agora não obteve respostas. Por mais de uma vez, Pedro Bento não se mostrou disponível para falar. Já o secretário de Estado das Obras Públicas desconhece a evolução profissional do ex-assessor. "Não existindo, como não existe, qualquer impedimento ou incompatibilidade legal, essa matéria é do foro ético e pessoal de cada um, pelo que não tenho qualquer comentário a fazer", diz Paulo Campos.

Texto publicado no 1.º caderno da edição do Expresso de 26 de junho de 2010
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