Especialidades "pós-coloniais": dizer mal de Portugal in combustoes
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Especialidades "pós-coloniais": dizer mal de Portugal in combustoes
10 Julho 2010
Especialidades
"pós-coloniais": dizer mal de Portugal
Publicada por
Combustões
em
10.7.10
5
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Especialidades
"pós-coloniais": dizer mal de Portugal
Folheei há dias, em busca de
informação geral sobre o orientalismo português, o catálogo de uma
exposição homónima que ocorreu no início da presente década,
generosamente regada com os fundos - então inexauríveis - da defunta
Comissão paras as Celebrações dos Descobrimentos. Luxo na apresentação
gráfica, luxo na gramagem do papel, luxo na encadernação, luxo ainda no
friso de auto-proclamadas notabilidades e respectiva rede clientelar.
Com excepção de um bom texto de Luís Filipe Barreto - que escreve com
propriedade e profundidade, só é pena possuir o condão do esoterismo e
da "escrita difícil" - tudo aquilo tresandava a lugar-comum (leia-se,
lugar-comum do anti-portuguesismo), não ao estilo da boa divulgação dos
factos e figuras da nossa história, como eram aqueles caderninhos dos Cadernos
Coloniais, mas um cerrado requisitório contra Portugal, com
adjectivos e um com comboio a perder de vista de acusações de "racismo",
"etnocídio", "intolerância", "agressão". Bem, o livro pago pelo
contribuinte foi de imediato colocado de parte. Nessa noite, um amigo e
colega que muito considero pelo saber enciclopédico, trouxe-me um
pequeno catálogo, recentemente publicado, sobre Cunha Rivara, sem dúvida
um dos maiores vultos da cultura portuguesa de Oitocentos. O texto do
meu colega e amigo lá estava: escorreito, informativo, literariamente
impecável. Terminei a leitura e surgiu-me um outro, da autoria de um
"académico" além-Atlântico. Nas primeiras linhas senti um vago incómodo,
mas pensei ser uma mera incompatibilidade sem relevância entre a minha
sensibilidade e a do autor. Estava enganado. Aquilo foi um crescendo,
uma barragem implacável de inverdades, mentiras adornadas ou mentiras
escancaradas contra Portugal. Sim, os portugueses haviam feito tropelias
de toda a monta, haviam queimado, trucidado, perseguido, haviam
queimado templos, destruído culturas por atacado e até recorrido à
"glotofagia; pois, comido línguas. Inventa-se cada coisa !
informação geral sobre o orientalismo português, o catálogo de uma
exposição homónima que ocorreu no início da presente década,
generosamente regada com os fundos - então inexauríveis - da defunta
Comissão paras as Celebrações dos Descobrimentos. Luxo na apresentação
gráfica, luxo na gramagem do papel, luxo na encadernação, luxo ainda no
friso de auto-proclamadas notabilidades e respectiva rede clientelar.
Com excepção de um bom texto de Luís Filipe Barreto - que escreve com
propriedade e profundidade, só é pena possuir o condão do esoterismo e
da "escrita difícil" - tudo aquilo tresandava a lugar-comum (leia-se,
lugar-comum do anti-portuguesismo), não ao estilo da boa divulgação dos
factos e figuras da nossa história, como eram aqueles caderninhos dos Cadernos
Coloniais, mas um cerrado requisitório contra Portugal, com
adjectivos e um com comboio a perder de vista de acusações de "racismo",
"etnocídio", "intolerância", "agressão". Bem, o livro pago pelo
contribuinte foi de imediato colocado de parte. Nessa noite, um amigo e
colega que muito considero pelo saber enciclopédico, trouxe-me um
pequeno catálogo, recentemente publicado, sobre Cunha Rivara, sem dúvida
um dos maiores vultos da cultura portuguesa de Oitocentos. O texto do
meu colega e amigo lá estava: escorreito, informativo, literariamente
impecável. Terminei a leitura e surgiu-me um outro, da autoria de um
"académico" além-Atlântico. Nas primeiras linhas senti um vago incómodo,
mas pensei ser uma mera incompatibilidade sem relevância entre a minha
sensibilidade e a do autor. Estava enganado. Aquilo foi um crescendo,
uma barragem implacável de inverdades, mentiras adornadas ou mentiras
escancaradas contra Portugal. Sim, os portugueses haviam feito tropelias
de toda a monta, haviam queimado, trucidado, perseguido, haviam
queimado templos, destruído culturas por atacado e até recorrido à
"glotofagia; pois, comido línguas. Inventa-se cada coisa !
Depois, pensei. Coitado,
não sabe o erudito estudioso das coisas [anti]portuguesas no Oriente
que Macau teve no Colégio de São Paulo de Macau a primeira universidade
ocidental na Ásia, que a Escola Médico-Cirúrgica de Goa, criada em 1842,
formou até à invasão indiana do Estado Português da Índia mais de 3000
médicos, que os portugueses estabeleceram em Macau a primeira tipografia
de caracteres móveis em 1585, que na Etiópia funcionou a primeira
prensa editorial desde 1515, que no Japão se imprimiram os primeiros
livros em 1598, graças ao saber técnico dos nossos missionários, que
Macau teve na Abelha na China o primeiro jornal do continente,
que em Évora se ensinavam em finais do século XVI as grandes línguas do
sub-continente indiano. Depois, esqueceu-se o sábio que os missionários
não ensinavam o catecismo em português, mas em "lingua japónica", em
"língua chin", em malaio, siamês, concani, tamil, abexim, swaili e
"lingoa conga" (de Congo). Estou cada vez mais farto da conspiração de
estupidez que rodeia os escritos - pagos e editados pelas nossas
agências estatais - e se limitam a insistir na lenda negra do Portugal
fanático, colonialista, belicista e "inquisitorial". Coisas da geração
de 60, dos seus filhos e netos que matam tudo em que tocam.
não sabe o erudito estudioso das coisas [anti]portuguesas no Oriente
que Macau teve no Colégio de São Paulo de Macau a primeira universidade
ocidental na Ásia, que a Escola Médico-Cirúrgica de Goa, criada em 1842,
formou até à invasão indiana do Estado Português da Índia mais de 3000
médicos, que os portugueses estabeleceram em Macau a primeira tipografia
de caracteres móveis em 1585, que na Etiópia funcionou a primeira
prensa editorial desde 1515, que no Japão se imprimiram os primeiros
livros em 1598, graças ao saber técnico dos nossos missionários, que
Macau teve na Abelha na China o primeiro jornal do continente,
que em Évora se ensinavam em finais do século XVI as grandes línguas do
sub-continente indiano. Depois, esqueceu-se o sábio que os missionários
não ensinavam o catecismo em português, mas em "lingua japónica", em
"língua chin", em malaio, siamês, concani, tamil, abexim, swaili e
"lingoa conga" (de Congo). Estou cada vez mais farto da conspiração de
estupidez que rodeia os escritos - pagos e editados pelas nossas
agências estatais - e se limitam a insistir na lenda negra do Portugal
fanático, colonialista, belicista e "inquisitorial". Coisas da geração
de 60, dos seus filhos e netos que matam tudo em que tocam.
Publicada por
Combustões
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10.7.10
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