MOMENTUS DE REFLEXÃO
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MOMENTUS DE REFLEXÃO
MOMENTUS DE REFLEXÃO
"É justo que pensemos um pouco na Pátria.
Porque enfim, temos uma pátria. Temos pelo menos – um sítio. Um sítio
verdadeiramente é que temos: isto é – uma língua de terra onde
construímos as nossas casas e plantamos os nossos trigos. O nosso sítio é
Portugal" [Eça de Queirós, As Farpas, Janeiro de 1872]
"Portugal
é uma nação enferma do pior género de enfermidade, o langor, o
enfraquecimento gradual que, sem febre, sem delírio, consome tanto mais
seguramente quanto se não vê órgão especialmente atacado, nem se atina
com o nome da misteriosa doença. A doença existe, todavia. O mundo
português agoniza, afectado de atonia, tanto da constituição íntima da
sociedade, como no movimento, na circulação da vida política" [Antero de Quental, 1868]
"Portugal é uma fazenda,
uma bela fazenda, possuída por uma parceria. Como vocês sabem, há
parcerias comerciais e parcerias rurais. Esta de Lisboa é uma parceria
política, que governa a herdade chamada Portugal … Nós, os Portugueses,
pertencemos todos a duas classes; uns cinco a seis milhões que trabalham
na fazenda, ou vivem dela a olhar, como o Barrolo, e que pagam; e uns
trinta sujeitos em cima, em Lisboa, que formam a parceria, que recebem, e
que governam. Ora eu, por gosto, por necessidade, por hábito de
família, desejo mandar na fazenda. Mas para entrar na parceria política,
o cidadão português precisa uma habilitação – ser deputado" [Eça de Queirós, in Revista Moderna]
"Cada país tem o governo
que lhe é adequado; a sociedade portuguesa, sustada sem seu
desenvolvimento, nunca chegou a ser um organismo colectivo, vivendo do
seu trabalho, com ideal político comum, capaz de se raciocinar e
exprimir uma vontade geral. Ela constitui sem dúvida uma excepção na
Europa, Ontem como hoje, tem sido sempre uma sociedade de aventureiros.
Emudecida sobre as questões referentes ao bem da comunidade, só a
interessam a emigração e as aventuras d’além-mar. O que cada um deseja é
que o deixem sair”" [Alberto de Sampaio, in Revista de Portugal]
"Creio que isto é uma raça perdida. Começo a crer que biologicamente a nossa decadência
degenerativa é manifesta. Não se trata apenas duma desagregação de alma
colectiva, trata-se duma dissolução mais funda, mais íntima, passada na
alma de cada um. Dá vontade de morrer – de vergonha" [Manuel Laranjeira, Diário Íntimo]
"Doze ou quinze homens, sempre os mesmos alternadamente possuem o Poder, reconquistam o Poder, trocam o Poder" [Eça de Queirós, Farpas, Junho 1871]
"A península Ibérica parece que herdou uma neurose – que em Espanha se tornou um génio raiado de loucura e, em Portugal,
degenerou em imbecilidade misturada de velhacaria. Junte a isto (para
Portugal), as influências hereditárias de uma avara genética, e explica
muita coisa do País" [Eça de Queirós, A Capital]
"Em Portugal o cidadão desapareceu. E todo o País não é mais do que uma agregação heterogénea de inactividades que se enfastiam" [Eça de Queirós, Farpas III]
"O bacharel, tendo a consciência da sua superioridade intelectual, da autoridade que ela lhe confere, dispõe do mando; ao futrica resta produzir, pagar para que o bacharel possa viver, e rezar ao Ser Divino para que proteja o bacharel" [Eça de Queirós, Farpas III]
“O que um pequeno número de jornalistas, de políticos, de banqueiros, de mundanos decide no Chiado que Portugal seja – é o que Portugal é" [Eça de Queirós, O Francesismo]
in João Medina, "Eça Político", Seara Nova, 1974
Publicada por
masson
em
7:30 PM
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Etiquetas:
Eca de Queiros,
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