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A felicidade da Manela

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Mensagem por Viriato Qui Set 01, 2011 3:43 am

A felicidade da Manela


Como é óbvio, este Governo fará os tais cortes históricos na despesa que vem anunciando desde que se formou, e que o PSD promete já desde o tempo em que a Manela tinha como programa eleitoral o pára tudo. Ela não imaginava que daí a poucos meses iria rebentar a crise das dívidas soberanas e da Zona Euro, por isso apenas agitava o espantalho do endividamento das gerações futuras. Era a bandeira dos social-democratas face à política de investimento público e assistência social que tinha sido a resposta portuguesa e europeia à crise de 2008, causa do aumento dos défices em todos os países ao longo de 2009. Mas em 2011, com Passos a Primeiro-Ministro, os cortes surgem principalmente como imposição do acordo com o trio de credores.

Ora, se não tivéssemos ficado reféns deste empréstimo de emergência, os cortes na despesa continuariam a ser feitos. Era esse o sentido do PEC IV e de todas as restantes medidas que fosse necessário tomar para cumprir com os compromissos para a redução do défice. Só que as condições seriam muito diferentes, não existindo a imposição de calendários e medidas estranhas aos melhores interesses nacionais. O caso das privatizações é flagrante, obrigando à venda em condições de chantagem. O mesmo para as soluções fiscais e a qualidade da prestação de serviços do Estado, onde é fácil camuflar de obrigação o que é opção ideológica ou oportunista.

A direita fez campanha para a vinda do FMI assim que Grécia e Irlanda a ele tiveram de recorrer. Por um lado, tal servia de arma de arremesso contra o Governo PS, e, pelo outro, tinham a cínica certeza de que o FMI era a desculpa perfeita para alteraram o perfil do Estado em ordem a satisfazer os seus interesses financeiros sem terem de assumir a responsabilidade do plano. Passos, por sua vez, foi para as eleições a prometer o fim da sangria fiscal e uma espartana disciplina governativa onde todos os tostões seriam contados e a indigência dos ministros provaria a higiene da República. Parecia tudo demasiado básico, e era mesmo: dizia que bastava fechar a torneira da cozinha para voltarmos a encher a piscina daqui a um par de anos. Os eleitores acreditaram.

Agora que o PSD faz exactamente o oposto do que prometeu, ainda por cima dando sinais de temer as repercussões sociais das suas medidas, podemos voltar à Manela. A situação que a oposição criou ao chumbar o PEC IV, sem ter proposto qualquer alternativa e não admitindo ceder fosse onde fosse, levou o País para esta condição de subserviência que, ironicamente, realiza outro dos sonhos da grande amiga de Cavaco: a suspensão da democracia durante seis meses. Só que, e já tragicamente, esse prazo será multiplicado por oito. A senhora deve estar felicíssima.

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