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Consequências da crise

2 participantes

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Mensagem por Socialista Trotskista Sex Out 10, 2008 6:43 pm

Consequências da crise

Luís Mira Amaral




Os banqueiros devem passar a ser remunerados pelo lucro económico e não pelo lucro nominal do período em causa
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Torna-se difícil prever quando é que a crise chega ao fim, mas sendo o imobiliário um activo subjacente para muitos produtos financeiros, é importante que aí os preços estabilizem e não desçam mais. Mas também é vital que a confiança no sistema financeiro, esse bem público inestimável, se restabeleça o que vai levar tempo…

O que está a acontecer é um sério revés para um certo fundamentalismo sobre os mercados livres e para a crença na auto-regulação. Como explicamos aos alunos, o mercado não é um fim em si, é apenas um instrumento para o desenvolvimento (não se tendo até à data encontrado melhor…) e, não sendo perfeito, há razões económicas (falhas de mercado) e razões sociais (equidade) para a intervenção do Estado. Neste contexto, é necessária a supervisão para regular as falhas dos mercados financeiros.

Se certos dinossauros são «too big to fail» (TBTF) ou «too interconected to fail» (TITF) a única maneira é tentar assegurar, através de uma sólida regulação, que se passe ao «too strong to fail» (TSTF)...

Também Basileia II tem de ser revisto: (1) com capitais regulamentares (ou provisões) a aumentarem quando o preço do risco nos mercados financeiros baixa (modelo espanhol de provisionamento dinâmico); (2) considerando o grau de alavancagem e os desajustes de maturidades entre activos e passivos, com os consequentes riscos de liquidez; (3) abordando as consequências sistémicas de falências de operadores; (4) acabando com esta separação artificial entre sector bancário regulado e sector bancário ‘sombra’ não regulado.

A crise veio levantar grandes questões sobre o papel dos Bancos Centrais e dos reguladores. O FED, em vez de financiador de último recurso do sistema bancário, aparece agora como salvador de último recurso de entidades não bancárias, como companhias de seguros (caso AIG)... Por outro lado, o FED tinha permitido desde o tempo de Greenspan taxas de juro muito baixas que estimularam o lixo tóxico que há no sistema.

As agências de «rating» que falharam na avaliação do risco de complexos produtos estruturados serão sujeitas a maior controlo.

As novas Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e de Reporte Financeiro (IFRS), ao obrigarem activos a seguirem o «mark-to-market» e a serem contabilizados pelo «fair-value», em vez de serem pelo custo de aquisição, vieram agravar dramaticamente a volatilidade e a descida das cotações. Anteriormente, a carteira de títulos para negociação («trading book») é que já estava naturalmente sujeita ao «mark-to-market».

O modelo de negócio de comprar «pool’s» de activos, armazená-los, estruturá-los em CDO’s e depois distribui-los para os investidores finais, passando do «bank finance» para o «market finance», como fizeram os bancos de investimento, está posto em causa.

O modelo de negócio dos bancos de investimento que só se financiavam no mercado grossista está posto em causa. Assim não havia só um problema de alavancagem mas também de financiamentos voláteis de curto prazo, não tendo esses bancos uma base estável de «funding» fornecida pelos depositantes como acontece na banca comercial.

Por isso se fala na sua ligação a bancos comerciais, ou, passarem a aceitar depósitos. Além do mais, se o FED lhes passou a fornecer liquidez, de forma idêntica à banca comercial, então devem ter uma regulação idêntica à dessa banca.

Os banqueiros de Wall Street apropriaram-se dos lucros nominais e deixaram agora os custos dos riscos incorridos para os accionistas e para os contribuintes. Ora, como nos ensinaram em Finanças no INSEAD, em ambientes de risco o verdadeiro lucro, o lucro económico, obtém-se descontando aos lucros nominais o custo do risco, tal como em ambiente inflacionista as variáveis reais se obtêm das nominais descontando a inflação.

Assim sendo, os banqueiros devem passar a ser remunerados pelo lucro económico, («risk adjusted»), e não pelo lucro nominal do período em causa!

Depois destas intervenções do governo americano, utilizando o dinheiro dos contribuintes para salvar os TBTF’s e TITF’s (AIG, Fannie Mae e Freddie Mac), a economia real também irá bater à porta do Tio Sam e obviamente perfilam-se a Ford, a GM e a Chrysler…

Presidente-executivo do Banco BIC Português

http://aeiou.semanal.expresso.pt/2caderno/opiniao.asp?edition=1876&articleid=ES305108

Socialista Trotskista

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Consequências da crise Empty Re: Consequências da crise

Mensagem por Socialista Trotskista Sex Out 10, 2008 7:07 pm

Um bom artigo...


O dilúvio está bem à vista de todos. Ninguém escapa.


Os gestores são responsáveis e os grandes accionistas também...


Só as fraudes podem ser responsabilizadas. O resto é a procura de remunerar capitais, num sítio (BOLSA) que não garante como CERTO nem ROI e raramente a perda de todo o capital investido.

Socialista Trotskista

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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sex Out 10, 2008 10:57 pm

OH PA, Estamos a chegar ao BOTTOM da CRISE e esta e umaq GRANDE OPORTUNIDADE para INVESTIR NA bolsa. Especialmente os JOVEMS!!
Os precos ja estao sub=valorizados!!! Quando o DOW chegar aos 7700 estou comptprador de companhias de QUALIDADE!!!nO MOMENTO ESTOU a comprar casas!!! jA SAO 9 QUE COMPREI A PRECO DA uva mijona!!!
RONALDO ALMEIDA
RONALDO ALMEIDA

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Consequências da crise Empty Re: Consequências da crise

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