Criminalidade

.
Assaltos a multibancos analisados por órgãos da polícia

por Lusa
Hoje


O Conselho Coordenador dos Órgãos de Polícia Criminal, presidido pelos ministros da Administração Interna e Justiça, reúne-se hoje para analisar o problema dos assaltos a caixas de multibanco.

Esta é a segunda reunião no espaço de uma semana que se realiza no Ministério da Administração Interna (MAI) para abordar os assaltos a caixas de multibanco (ATM).

Na última terça-feira, Miguel Macedo e Paula Teixeira da Cruz estiveram reunidos com os representantes das forças e serviços de segurança e o presidente da SIBS (Sociedade Interbancária de Serviços) para analisarem um conjunto de medidas de natureza preventiva sobre a instalação de ATM.

No encontro ficou decidido reunir o Conselho Coordenador dos Órgãos de Polícia Criminal do qual fazem parte também o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o comandante-geral da GNR e os diretores nacionais da PSP, PJ e SEF.

Segundo uma fonte do MAI, está a ser feito "um esforço de reação e coordenação entre todas as forças de segurança para abordar este problema dos assaltos a ATM". O Gabinete Coordenador de Segurança não dispõe de dados sobre os assaltos a caixas de mutibanco, tendo em conta que este crime está contabilizado nos dados estatísticos das forças de segurança como furto.

Porém, fonte da GNR adiantou à agência Lusa que no ano passado registaram-se, na sua área de patrulhamento, 113 assaltos a caixas de multibanco, menos oito por cento em relação a 2010, quando ocorreram 124, vários com recurso a engenhos explosivos e retroescavadoras. Entretanto, fonte da PSP disse à Lusa que este tipo de criminalidade não é quantitativamente relevante na sua área de atuação.

Em dezembro, Miguel Macedo anunciou a criação de equipas mistas compostas pelas diversas forças e serviços de segurança para combater diversas situações de criminalidade.

Uma dessas equipas mistas destina-se ao combate dos assaltos a ATM, que deve apresentar resultados, segundo fonte do MAI, em fevereiro.

In DN

.
Mãe de Ivo chora no tribunal

por Rute Coelho
Hoje


O julgamento de Francisco Leitão (foto), conhecido como "Rei Ghob" tem esta segunda feira a segunda sessão no tribunal de Torres Vedras.

Uma das testemunhas já ouvidas foi Cecília Delgado, assistente no processo, que afirmou à juíza que só deixou de receber SMS do filho desaparecido quando Francisco Leitão foi detido.

Cecília Delgado chorou quando confrontada com as fotografias do Ivo que constam do processo. "Ai meu rico filho onde estás", disse emocionada. Uma das fotos, apreendida em casa de Leitão , teria sido mostrada pelo arguido à família do jovem: era Ivo na cama de um hospital alegada clínica em Espanha onde estaria para fazer uma plástica ao rosto. A mãe então desconfiou. "Reconheci que era o lençol da cama de hospital de Torres onde ele esteve internado uma vez. E Ivo estava de barba na foto. Quando desapareceu ele não tinha barba", sublinhou.

Cecília recordou que Leitão e João, da roulotte, convenceram o marido de que Ivo estava em Espanha em agosto de 2008. E que no dia em que Leitão falou disso, em agosto de 2008, foi com o marido e o João da roulotte a Espanha para ver o jovem que teria ido para Espanha por causa de uns problemas com a justiça. Uma viagem feita no audi de Ivo cujas prestações foram assumidas por "Ghob" três dias depois de o jovem ter desaparecido.

In DN

.
Aumento do crime enche cadeias

Hoje

Cadeias batem recorde de presos. O aumento da criminalidade enche prisões avança o Correio da Manhã.

Escreve o Correio da Manhã que o efeito das novas leis penais parece estar ultrapassado devido ao aumento da criminalidade. O número de reclusos ultrapassou a barreira dos 12 mil, pela primeira vez desde as novas leis penais de 2007.

In DN

.
PSP julgado por matar ladrão de cobre

por Alfredo Teixeira
Hoje

O Tribunal de Leiria começa hoje a julgar o agente da PSP que em março de 2008 abateu a tiro um dos assaltantes a uma antiga fábrica de plásticos em Gândara dos Olivais. O polícia está acusado de homicídio por negligência.

O caso remonta à noite do dia 15 de março de 2008. Pela meia-noite os irmãos Sérgio e Manuel Calado, de 25 e 32 anos, residentes na Marinha Grande, estavam nas antigas instalações da Fábrica de Plásticos do Lena, em Gândara dos Olivais, freguesia de Marrazes, Leiria, a roubar fio de cobre. Na sequência de uma denúncia, os assaltantes foram surpreendidos junto à entrada das instalações da fábrica abandonada por dois agentes da PSP que circulavam num carro patrulha e de imediato encetaram a fuga a pé.

Foram perseguidos e o agente José Gonçalves, de 48 anos, terá ainda gritado identificando-se como polícia e pedindo para pararem. Disparou primeiro um tiro de advertência com a pistola metralhadora mas os dois irmão continuavam a fugir. Quando se encontrava a cerca de sete metros da vítima, que estava de costas para o agente, "o arguido, inadvertidamente, acionou o gatilho e efetuou um segundo disparo", atingindo no tórax Sérgio Calado, de 25 anos, que viria a morrer na sequência do ferimento na zona lombar esquerda.

Mesmo com um dos assaltantes prostrados, o agente continuou a perseguir o outro, vindo a detê-lo cerca de 50 metros à frente. Só depois de deter e algemar Manuel calado é que o arguido pediu socorro para Sérgio.

Apesar do agente afirmar na altura dos factos que o local estava mal iluminado, o juiz de instrução considerou que a antiga fábrica não tinha iluminação mas no exterior havia boa visibilidade. José Gonçalves, além da arma de serviço, levava o cassetete, o rádio portátil, a botija de gás pimenta, a pistola metralhadora e um holofote. Como afirmam os autos, a luz daquele aparelho "permitia-lhe identificar, com facilidade, quaisquer objetos ou pessoas que se encontrassem no local".

Para o juiz que fez a instrução, o arguido "sabia que nas referidas circunstâncias, correndo atrás dos fugitivos com a arma carregada, empunhada com uma mão, direcionada para a frente, com o dedo aposto no gatilho e sem os mecanismos de segurança acionados, em qualquer momento poderia efetuar um disparo que poderia atingir um dos indivíduos que iam á sua frente".

Os autos relembram ainda o facto dos dois assaltantes, na altura dos acontecimentos, os dois fugitivos encontravam-se "sem qualquer arma e nunca tinham posto a vida ou integridade física e segurança em risco, apenas queriam por-se em fuga".

Por isso o agente vai a julgamento pelo crime de homicídio por negligência "por ter violado o dever de cuidado", embora essa decisão seja contrária à do Ministério Público, na fase de inquérito, que considerava que "a ocorrência de tal disparo mostra-se contextualizada" não podendo a ação policial ser criticada em termos "de omissão de um dever de cuidado e exigência". Na altura, o MP considerou que o comportamento do agente "foi adequado e correto".

In DN