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A capela de D. João V é mais portuguesa do que pensávamos

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A capela de D. João V é mais portuguesa do que pensávamos  Empty A capela de D. João V é mais portuguesa do que pensávamos

Mensagem por Vitor mango Seg Abr 30, 2012 11:10 am


A capela de D. João V é mais portuguesa do que pensávamos





30.04.2012 - 15:51
Por Lucinda Canelas






















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A capela de D. João V é mais portuguesa do que pensávamos  380989?tp=UH&db=IMAGENS&w=350&t=1335809342,60297

Passaram mais de 260 anos e o esplendor da capela de S. João Baptista parece intacto (Rui Gaudêncio)









Ao longe são como pinturas. Os mosaicos
minúsculos de que são feitos não se vêem da balaustrada da capela e, por
isso, a superfície dos painéis parece absolutamente lisa. D. João V
quis que fosse assim.











Os turistas italianos que na quinta-feira de
manhã visitavam a Igreja de São Roque, em Lisboa, não queriam acreditar
que para criar o Pentecostes ou a Anunciação que tinham à sua frente
foram precisos milhares e milhares de quadradinhos que fazem lembrar os
dos mosaicos da Antiguidade. E ficaram orgulhosos quando a guia lhes
disse que tudo aquilo - das colunas aos medalhões das paredes, passando
pelo lampadário e os candelabros - tinha sido produzido em Roma, no
século XVIII, pelos melhores arquitectos e artífices, alguns deles
habituados a trabalhar para o Papa.

Passaram mais de 260 anos e o
esplendor da capela de S. João Baptista na Igreja de São Roque, em
Lisboa, parece intacto, agora que terminaram os trabalhos de conservação
e restauro que começaram em 2010 e envolveram peritos portugueses e
estrangeiros durante 17 meses.

Para Teresa Morna, directora do
Museu de São Roque, criado em 1905 para mostrar o tesouro de ourivesaria
e paramentos que D. João V encomendou em Roma para uso exclusivo na
capela, tudo começou muito antes, em 2007, quando os especialistas
passaram à análise do estado de conservação dos materiais, primeiro
passo para delinear uma estratégia de intervenção.

As pedras e
os metais estavam muito sujos, os mosaicos das paredes tinham alterações
na cor e os do chão praticamente não se viam, lembra a directora. Hoje
os vermelhos, azuis, amarelos, laranjas e rosas quase brilham, tanto na
esfera armilar que representa o poder do monarca, como no vestido da
Virgem ou no manto de São João, nas margens do Rio Jordão. "Havia até
problemas de instabilidade no chão", diz Teresa Morna, reconhecendo que o
estado dos mosaicos vítreos, muito invulgares para a época, levantava
"grandes preocupações".

Por serem os "únicos do género em
Portugal", foi preciso recorrer a um laboratório e a um especialista
estrangeiro, Carlo Stefano Salerno, que se associaram a uma vasta equipa
multidisciplinar com técnicos e investigadores do Instituto dos Museus e
da Conservação (IMC), do Laboratório José de Figueiredo e da
Universidade Nova de Lisboa.

"Quisemos que o restauro fosse
acompanhado de um estudo aprofundado da capela, do contexto da encomenda
à execução, cruzando o que os técnicos iam descobrindo sobre os
materiais com o que já sabíamos, ou julgávamos saber, a partir das
fontes escritas", acrescenta Morna.

Nesse processo houve novidades e até surpresas.

Belmira
Maduro, conservadora do IMC que coordenou os trabalhos na pedra e nos
metais, diz, por exemplo, que em laboratório se ficou a saber que os
elementos metálicos da decoração não são, como se pensava até aqui, de
bronze dourado, mas de latão, e que a equipa identificou 24 variedades
de mármore.

"Durante o restauro tivemos ainda o privilégio de
observar alguns pormenores que só voltarão a ser olhados numa
intervenção futura, como o lagarto que há num dos frisos decorativos do
arco do tecto" e as marcas que eram feitas nos metais e nos parafusos
para que tudo encaixasse no seu lugar com precisão, explica. Na pedra,
muito diversificada (os elementos em lápis-lazúli, semiprecioso, são
feitos com placas de apenas 3 mm de espessura), como nos restantes
materiais, foi possível identificar os vernizes e ceras que foram
aplicados ao longo dos tempos e que, ao envelhecerem, alteraram
significativamente o aspecto da capela que D. João V mandou construir -
executada entre 1742 e 1747 -, ao mesmo tempo que tinha em curso a
grande obra de regime, o Convento de Mafra, e a renovação da Basílica da
Patriarcal, no Paço da Ribeira.

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Mensagem por Vitor mango Seg Abr 30, 2012 11:12 am

Os turistas italianos que na quinta-feira de
manhã visitavam a Igreja de São Roque, em Lisboa, não queriam acreditar
que para criar o Pentecostes ou a Anunciação que tinham à sua frente
foram precisos milhares e milhares de quadradinhos que fazem lembrar os
dos mosaicos da Antiguidade. E ficaram orgulhosos quando a guia lhes
disse que tudo aquilo - das colunas aos medalhões das paredes, passando
pelo lampadário e os candelabros - tinha sido produzido em Roma, no
século XVIII, pelos melhores arquitectos e artífices, alguns deles
habituados a trabalhar para o Papa.

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