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Novo petróleo' promete mudar mapa geopolítico da energia

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Novo petróleo' promete mudar mapa geopolítico da energia Empty Novo petróleo' promete mudar mapa geopolítico da energia

Mensagem por Vitor mango Qui maio 03, 2012 1:07 am

Novo petróleo' promete mudar mapa geopolítico da energia




Novas tecnologias para explorar petróleo e gás prometem
revolucionar o mapa geopolítico da energia, segundo especialistas no
setor.
Imagine um mundo em que os Estados Unidos não se importam
tanto com o que acontece no Oriente Médio - porque abastecer as frotas
de Nova York ou Chicago não depende de um combustível vindo do Iraque ou
da Arábia Saudita. O poder da influente Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) está esvaziado. A Europa não precisa do
gás russo e a China não está tão preocupada em financiar regimes
africanos para garantir sua fatia da produção local de combustíveis
fósseis.

É mais ou menos esse o cenário de médio prazo pintado
por consultorias e especialistas entusiasmados com novas tecnologias,
que permitem a exploração de reservas de gás e petróleo de difícil
acesso ou cujo produto precisa passar por processos químicos específicos
antes de ser utilizado. São os chamados combustíveis fósseis "não
convencionais".

Eles apontam que não só as fontes de petróleo e
gás não devem se esgotar em um futuro próximo - como previam estudos
proféticos das últimas décadas -, como a distribuição geográfica das
novas reservas é muito mais democrática, o que favorece grandes
consumidores.

"Até pouco tempo, eram dominantes as previsões de
que os países importadores aumentariam sua dependência do Oriente Médio e
não haveria solução para altos preços do petróleo", diz o geólogo e
economista Robin Mills, autor do livro O Mito da Crise do Petróleo (The
Mith of the Oil Crisis) e consultor em Dubai.

"Com os avanços
tecnológicos dos últimos anos, ganham força expectativas de que, ao
menos no médio prazo, os preços dos combustíveis fósseis voltem a cair,
países que eram importadores de recursos energéticos se tornem
autossuficientes ou até exportadores e a OPEC seja mais pressionada a
revisar suas práticas", disse à BBC Brasil.

São muitas as
tecnologias que estão ajudando a traçar um novo mapa da energia no
mundo. A começar pelas que permitem a exploração de petróleo em águas
profundas - caso do pré-sal brasileiro. Outro exemplo é o aproveitamento
do petróleo arenoso - encontrado em Alberta, no Canadá - também só é
possível graças ao aprimoramento de processos físicos e químicos que
purificam esse petróleo de baixa qualidade.

A técnica que mais
desperta entusiasmo, porém, é de longe a relacionada à exploração do
petróleo e, principalmente, do gás de xisto, obtidos a partir da rocha
de mesmo nome. Segundo o especialista do mercado de petróleo Daniel
Yergin, trata-se da maior invenção da área de energia da década.


Em centros de estudos e consultorias especializadas, o termo "revolução
do gás de xisto" já virou corrente, e a respeitada Agência Internacional
de Energia (AIE) chegou a perguntar em um relatório no ano passado:
"Estaríamos entrando na ''era dourada do gás''"?

''Revolução do gás''

A causa do entusiasmo está relacionada aos bons resultados obtidos na
exploração desse recurso nos Estados Unidos. Até 2008, os americanos
importavam cerca de 13% do gás consumido no país do Canadá, segundo um
relatório da consultoria KPMG.

Hoje, com a exploração das
reservas de xisto, não só o país se tornou autossuficiente, como já
pensa em exportar. Para completar, o preço do produto está caindo de
forma acentuada, com os custos de extração cobertos pela venda de outros
produtos químicos produzidos no processamento do gás.

"Nesse
cenário, não é de se estranhar que hoje uma das grandes corridas
tecnológicas nos Estados Unidos seja para desenvolver e aprimorar meios
de transporte a gás, permitindo a redução do consumo de petróleo
convencional", diz Frank Umbach, especialista em segurança energética do
Centre for European Security Strategies, com sede em Munique.


Reservas de gás de xisto são exploradas na Pensilvânia, na Louisiana e
no Texas e já representam 30% do consumo de gás no país. Já o petróleo
de xisto é produzido em Dakota do Norte e no Texas.

As
expectativas criadas por tais mudanças também ajudam a explicar por que a
Argentina expropriou neste mês a petrolífera YPF, controlada pela
espanhola Repsol, que explorava as reservas de petróleo e gás de xisto
nos campos de Vaca Muerta.

"A percepção de que essa nova fonte de
combustível fóssil pode mudar significativamente a posição dos países
no mercado de energia cria um senso de urgência com relação a exploração
desses campos", explica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de
Infraestrutura (CBIE), em São Paulo. "A Argentina pedia mais
investimentos para avançar nessa corrida, mas o governo continua
limitando o preço cobrado pela energia internamente, o que reduz o
interesse das empresas."

Tecnologias cruciais
Duas
tecnologias foram cruciais para viabilizar a exploração do gás de xisto.
A primeira é a técnica de perfuração horizontal, que permite o
aproveitamento de reservas espalhadas por grandes áreas geográficas, mas
pouco profundas. A segunda é a de fraturamento hidráulico, que consiste
no bombeamento de uma mistura de água, areia e produtos químicos para
dentro dos poços de exploração.

O impacto produzido por esse
jorro de alta pressão produz pequenas fissuras nas rochas, liberando o
gás que é canalizado para os dutos.

A exploração de petróleo de
xisto (na realidade, um óleo semelhante mas não idêntico ao petróleo
convencional) é um pouco diferente. Ás vezes esse combustível líquido é
encontrado entre as rochas, mas em geral ele é produzido com o
aquecimento do xisto.

Para o especialista em petróleo e energia
Jed Bailey, da Energy Narrative, nos EUA, o que faz do xisto um dos
motores de uma revolução na geopolítica da energia é a forma democrática
como essas rochas estão distribuídas geograficamente.

Reservas
desse material estão sendo encontradas de norte a sul do globo, em todos
os continentes. Por enquanto, as maiores estão na China, Argentina,
México, África do Sul, Estados Unidos, Canadá e Austrália, mas também há
reservas na Colômbia, França, Polônia e Grã-Bretanha, entre outros
países. No Brasil, a Petrobrás produz petróleo de xisto no Paraná.


Pires chama a atenção para o fato de que Estados Unidos e China, países
que lideram o ranking de consumo de energia no mundo, também concentram
algumas das maiores reservas. "O gás de xisto e todas essas outras
fontes não convencionais alimentam as esperanças de importadores de
energia de reduzirem sua dependência de exportadores problemáticos ou
instáveis", explica.

Para Bailey, no caso dos EUA, uma
diversificação para além do petróleo tradicional poderia fazer com que,
no longo prazo, houvesse menos justificativa e apoio político para
interferências no Oriente Médio, por exemplo. "No entanto, isso não quer
dizer que a região sairia de vez do radar americano, por causa da sua
influência na formação de preços no mercado global de energia", diz.

Problemas ambientais

Há algumas ressalvas importantes no que diz respeito a exploração
desses combustíveis fósseis não convencionais. A primeira é a questão
dos altos custos, que fazem com que a utilização de muitas dessas
tecnologias só se justifique se os preços de seus produtos se mantiverem
em um patamar relativamente elevado.

Um segundo porém é que o
sucesso da exploração dessas novas fontes de petróleo e gás desanima a
busca de fontes de energia renováveis e usos mais eficientes de energia.
O petróleo não convencional é tão poluente quanto o convencional.


"E mesmo que o gás de xisto substitua o carvão e o petróleo, fontes de
energia mais sujas, não deixa de ser uma fonte suja também, porque sua
queima emite poluentes", explica Bailey. "Além disso, com o preço do gás
caindo, a energia eólica ou solar hoje parece cada vez menos
vantajosa."

No caso da exploração de gás de xisto, outro
agravante é que ainda não há clareza sobre os riscos de contaminação do
lençol freático pelos produtos químicos usados em sua exploração. Também
acredita-se que o gás liberado no processo de extração possa causar
pequenas explosões subterrâneas e tremores, embora a tese ainda não
esteja comprovada.

Por causa dessa preocupações, a França foi o
primeiro país a proibir as técnicas de fraturamento hidráulico, em julho
de 2011, banindo até pesquisas nessa área. Na
Grã-Bretanha, grupos
ambientalistas têm se oposto a exploração de uma reserva em Lancashire,
embora uma comissão no Parlamento tenha avaliado a técnica como segura.
"Existe uma corrida por essas novas tecnologias por questões de
conveniência econômica e interesses geopolíticos, mas isso não quer
dizer que elas sejam sustentáveis do ponto de vista ambiental", diz
Pires.

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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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