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O que está por trás da onda de protestos nos países árabes?

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O que está por trás da onda de protestos nos países árabes? Empty O que está por trás da onda de protestos nos países árabes?

Mensagem por Vitor mango Seg Set 17, 2012 8:40 am

O que está por trás da onda de protestos nos países árabes?











Shashank Joshi

Pesquisador do instituto Royal United Services









Atualizado em 15 de setembro, 2012 - 21:05 (Brasília) 00:05 GMT


















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O que está por trás da onda de protestos nos países árabes? 120915205833_muslim_protest_304x171_reutersFilme de conteúdo anti-islâmico seria apenas estopim de crise, aponta analista de Harvard



Mais de três anos
atrás, o presidente americano, Barack Obama, disse a uma plateia no
Cairo que "nós nos encontramos em uma época de grande tensão entre os
Estados Unidos e os muçulmanos ao redor do mundo". Seu discurso,
entitulado Um Novo Começo, buscava transcender a animosidade da era
Bush.


Esta semana, enquanto protestos se espalharam
pelo norte da África e Oriente Médio, Obama pode ter-se perguntado: o
que deu errado?




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A verdade é que não há uma explicação única.

Uma resposta é que a onda de revoltas políticas do ano passado, conhecida como a Primavera Árabe, é responsável.

Afinal, os protestos começaram no Egito, que no
ano passado tornou-se a democracia mais populosa do mundo árabe, e se
espalhou para a Líbia, que tornou-se a maior em área geográfica.

A Primavera Árabe, de fato, deu força a uma
série de movimentos islâmicos e enfraqueceu as capacidades de reforçar a
lei destes países.

Neste ambiente político febril, os protestos
podem ter tido mais facilidade para começarem, mais simplicidade de
serem explorados por extremistas, e mais dificuldade de serem
gerenciados por forças de segurança confusas.

O filme como estopim


Mesmo assim, só isso não explica por que alguns
dos episódios de violência mais sérios desta semana ocorreram no Sudão, e
outras manifestações em locais geralmente mais calmos, como o Catar.

Além disso, tal tipo de violência já ocorre
muito antes da Primavera Árabe e frequentemente ocorria sob os olhos de
ditadores, sendo os exemplos mais recentes as reações à publicação de
charges do Profeta Maomé por um jornal da Dinamarca, em 2006.

O segundo argumento é que estamos testemunhando
um profundo sentimento de antiamericanismo, silencioso por grande parte
do ano passado, fundido ao extremismo religioso, tendo o controverso
filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos, em tradução livre), apenas como estopim.


De acordo com uma pesquisa de opinião do
instituto Pew, de junho deste ano, apenas 15% das pessoas em países
muçulmanos têm uma opinião positiva dos Estados Unidos, uma redução em
comparação aos 25% de 2009.

As pesquisas indicam que o sentimento de
antiamericanismo se origina de uma série de queixas, entre elas a
política externa de Washington com relação ao conflito entre israelenses
e palestinos, as guerras dos EUA no Oriente Médio (Iraque e
Afeganistão) e o apoio americano a ditadores da região.

A ironia é que, enquanto Barack Obama é muitas
vezes ridicularizado por seus críticos no Ocidente por apoiar revoluções
de forma ingênua, a maior parte dos árabes vê suas ações como
demasiadamente tardias e insuficientes.

Na Tunísia, por exemplo, somente um terço da população acredita que a resposta americana à revolução teve um impacto positivo.

Nuances


É necessário, no entanto, diferenciar o sentimento de antiamericanismo do extremismo religioso.

Há várias nuances neste campo entre a população
atual de alguns dos países envolvidos nos protestos mais violentos que
ocorreram nesta semana.

Aqueles com menos de 35 anos, por exemplo,
tendem a agir muito mais por motivação política do que religiosa. As
pessoas dessa faixa etária, vistas como o verdadeiro motor por trás da
Primavera Árabe, têm probabilidade muito menor de rezar diversas vezes
ao dia, ir à mesquita regularmante ou ler o Alcorão diariamente.

Há números que também chamam a atenção. No
Egito, 35% da população querem que as relações com os EUA permaneçam
fortes, e 20% querem que a aliança se solidifique ainda mais. Na
Tunísia, 60% dizem gostar dos ideais democráticos americanos e na Líbia
54% aprovam a liderança de Washington.

Os desafios para os EUA, no entanto, são
cruciais. Legalmente, há muito pouco que Washington pode fazer para
conter a divulgação do vídeo e a política externa não deve ser alterada
para atender a queixas regionais.

As intervenções de Obama no conflito entre
israelenses e palestinos, por exemplo, acabaram de forma humilhante anos
atrás, após terem sido rejeitadas por Israel. Além disso, o programa
nuclear do Irã ofuscou o processo de paz.

Egito e desafios


A maneira com que o governo egípcio vem lidando
com os protestos abalou a confiança de dos EUA no novo presidente,
Mohammed Mursi, que apesar da contínua dependência militar e financeira
de Washnigton hesitou em condenar os protestos.

A declaração de Obama "Eu não acho que
consideraríamos [o Egito] um aliado, mas não os consideramos um inimigo"
mostra como as relações entre os dois países está mudando.

Veremos mais pressão para que os EUA deixem o
Oriente Médio, passem a utilizar "embaixadas fortificadas" e acelerem o
processo de focar mais atenção na Ásia.

A ironia é que justamente no momento em que os
governos pós-revolucionários mais precisam de ajuda para construir suas
instituições, pequenos grupos de suas populações estão tornando a tarefa
muito mais difícil.

*Shashank Joshi é pesquisador do instituto
Royal United Services, um grupo de pesquisa na área de defesa, e
doutorando em relações internacionais na Universidade de Harvard, nos
EUA.

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Mensagem por Vitor mango Seg Set 17, 2012 8:42 am

As pesquisas indicam que o sentimento de
antiamericanismo se origina de uma série de queixas, entre elas a
política externa de Washington com relação ao conflito entre israelenses
e palestinos, as guerras dos EUA no Oriente Médio (Iraque e
Afeganistão) e o apoio americano a ditadores da região.

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