Reuters/Toby Melville
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, ameaçou hoje vetar o orçamento plurianual da União Europeia (UE) para 2014-2020, criticando as tentativas "escandalosas" para aumentar os gastos europeus.
"Se for preciso dizer que não a um acordo que não é bom para o Reino Unido, eu vou dizer não", disse Cameron em entrevista hoje publicada no "The Sunday Telegraph", numa altura em que decorre em Birmingham o congresso do partido Conservador.
O governante diz que não é possível aumentar os gastos comunitários, e reiterou a ideia de um orçamento para a zona euro e um outro para os restantes Estados-membros da UE que não integrem a moeda única.
Os 27 têm vindo a discutir nos últimos meses o orçamento plurianual da UE para 2014-2020.
A primeira reunião, no final de agosto, em Nicósia, Chipre, revelou grandes divergências entre os Estados-membros.
Fechar acordo até ao fim do ano
O objetivo, de acordo com fonte da da presidência rotativa da UE, este semestre a cargo de Chipre, é "fechar" um acordo até final do ano, designadamente na cimeira extraordinária de líderes europeus agendada para 22 e 23 de novembro.
Os presidentes da Comissão Europeia, do Conselho, do Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE garantiram já que vão desenvolver todos os esforços possíveis para que o orçamento comunitário para o período 2014-2020 seja acordado ainda este ano.
Durão Barroso, Herman van Rompuy, Martin Schulz e o presidente cipriota, Demetris Christofias, divulgaram uma declaração conjunta, na qual defendem a necessidade de o futuro orçamento europeu "traduzir os objetivos gerais da UE em investimento concreto para o crescimento e emprego".
Aumento de 5% das despesas
A 3 de setembro, Van Rompuy convocou para a 22 e 23 de novembro uma cimeira extraordinária de líderes europeus, dedicada exclusivamente às negociações sobre o orçamento plurianual 2014-2020.
Em junho de 2011, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de 1083 mil milhões de euros de despesas para o período 2014-2020, o que corresponde a 1,11% do produto interno bruto europeu e um aumento de 5% em relação ao período 2007-2013, contestado por países como o Reino Unido e a Alemanha.
Na altura, o presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, sustentou que Portugal ficaria "nitidamente a ganhar" se os 27 aprovassem a proposta apresentada de enquadramento do orçamento da UE a partir de 2014, tendo também o Governo português considerado a proposta inicial de Bruxelas "positiva" e uma "boa base" para as negociações.
|