O Irão não constituiu o perigo
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O Irão não constituiu o perigo
O Irão não constituiu o perigo
A França e Israel - por acaso duas potências desnuclearizadas - pedem o reforço das sanções
contra o Irão. A história é velha e cheia de contradições. Os primeiros
reactores nucleares foram vendidos pela França ao Irão nas vésperas da
revolução islâmica, recebendo Teerão autorização norte-americana para o
vasto programa então aceite pela Agência Internacional de Energia
Atómica. Por seu turno, coube a empresas israelitas, via África do Sul,
facultar aos iranianos o know how para a concepção de centrais
nucleares.
Há quem diga que no grande complot para derrubar o Xá - então já liberto
da condição de país cliente dos EUA - terá ocupado lugar de relevo a
próxima ascensão do Irão a grande potência regional, com potencial
militar e tecnológico suficiente para desafiar os vizinhos árabes e,
até, Israel. A "revolução islâmica" foi, tudo o indica, congeminada por
círculos norte-americanos e israelitas, bem como pela França, que
entretanto se fora aproximando do Iraque de Saddam Hussein,
facultando-lhe acesso à tecnologia nuclear. Quando Saddam atingiu o
patamar de grande potência militar, o Ocidente lançou-o contra o Irão.
Saddam saiu muito endividado da longa guerra contra o Irão. Na iminência
da bancarrota, invadiu o Koweit e, logo, concitou a formação da
primeira coligação.
No desatino e errância que a caracteriza, a direcção norte-americana
destruiu o único Estado laico com capacidade para confrontar o Irão e
passou a interessar-se pelo Paquistão, suposto aliado dos EUA, que foi
introduzido no clube dos candidatos à bomba atómica. Ora, o Paquistão,
suposto aliado do Ocidente, ao invés de apoiar a pacificação do
Afeganistão, passou doravante a apoiar os talibãs. Em todo este
imbróglio, o Irão portou-se sempre à altura do seu estatuto. Nunca o
Irão invadiu um vizinho, como apoiou os EUA por ocasião do 11 de
Setembro, fornecendo informação vital e recomendação de amigos e aliados
no Afeganistão. Os EUA traíram o desanuviamento e, logo, inscreveram o
Irão no "eixo do mal". Como hoje sabemos, a Al Qaeda foi criada,
subsidiada e instruída pela CIA. No quadro de enfrentamento interno que
ensanguenta o chamado mundo islâmico - uma generalização, não mais que
isso - o extremismo violento leva a marca do sunismo, não do xiísmo. Os
mais radicais entusiastas da guerra santa são os sunitas, não os xiítas.
O Irão não é um perigo. Não tem agenda expansionista, é inimigo da Al
Qaeda, não apoia e até combate o terrorismo, não pretende exportar o seu
modelo e encontra-se na defensiva perante a expansão do fundamentalismo
jihadista, pago pelos petrodólares de aliados dos EUA.
Todos sabemos que o Irão não é propriamente aquilo que a CNN e a Al
Jazeera pretendem oferecer. O regime é odioso, é certo, mas queiramo-lo
ou não, o Irão tem, no quadro regional onde se insere, o exclusivo dos
adereços de democracia inexistentes no restante Médio Oriente. Ali há
eleições disputadas, há relativa independência da imprensa, as mulheres
ocupam 50% dos lugares de liderança no aparelho do Estado e na vida
empresarial, um terço do parlamento pertence-lhes, o serviço militar
obrigatório não as excluiu, como o regime também não exclui as minorias
religiosas - judeus, cristãos e zoroastrianos - oferecendo-lhes 14 dos
290 lugares do parlamento. Não se esqueçam os cultores do terror que o
quarto maior partido iraniano é a União Trabalhista, um partido
social-democrático com agenda centro-esquerda muito parecida com a dos
seus homólogos europeus. Há muita mentira sobre o Irão e tal só tem
permitido ao regime vitimizar-se e radicalizar-se. O Irão, que sofre de
nostalgia de potência mundial da Antiguidade, deveria ser tratado de
outra forma. Decididamente, o Ocidente não tem sabido encontrar as
pontes para o regresso desse grande país à comunidade internacional.
É evidente que o Irão seria bem mais interessante se fosse uma monarquia
progressiva e libertadora, tal como o foi até 1979. Mas isso compete
aos iranianos.
Publicada por
Combustões
à(s)
9.3.13
Sem comentários:
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117363
Re: O Irão não constituiu o perigo
Há muita mentira sobre o Irão e tal só tem
permitido ao regime vitimizar-se e radicalizar-se. O Irão, que sofre de
nostalgia de p
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117363
Re: O Irão não constituiu o perigo
poderá ver aqui o video que devido a problemas tecnicos não consigo visualizar
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Vitor mango- Pontos : 117363
Re: O Irão não constituiu o perigo
É este, o vídeo?
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: O Irão não constituiu o perigo
yes !
qual o endereço que se deve utilizar ?
qual o endereço que se deve utilizar ?
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Vitor mango- Pontos : 117363
Re: O Irão não constituiu o perigo
600x40Vitor mango escreveu:yes !
]https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=D61uriEGsIM#t=16s[/youtube][/url]
qual o endereço que se deve utilizar ?
and
]https://www.youtube.com/watch[/url].....?
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Vitor mango- Pontos : 117363
Re: O Irão não constituiu o perigo
Vitor mango escreveu:yes !
qual o endereço que se deve utilizar ?
Faça quote no post do vídeo e o link aparece-lhe direitinho.
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
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