O RUIDO DO SILENCIO NA CAMPAINHA ELEITORAL
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O RUIDO DO SILENCIO NA CAMPAINHA ELEITORAL
Fátima Futebol Fado eram o tema da era da Dita "Dura " Fátima amuou a santa ja não levita e o pessoal reduz os decibéis do fado e agora temos 22 gajos em Cuecas dois ou quatro árbitros dois treinadores oficiais e 30.000 nas bancadas e 4 milhões sentados no sofá em frente da Tv
O Benfica so jogava com pessoal português e o Porto era mais conhecido pelas tripas á moda do Puertu do que no futebol onde os "violinos "davam cartas no Sporting
O mundo deste negocio mudou radicalmente e onde o Pinto da Crosta viu o negocio
Contratações ...compra material fresco por aí empurrados pelos agentes saca o dele e depois vende-os á Europa com fartos lucros
Ontem no dia em que os nossos politicos gostariam de dizer coisas sobre as finanças do pais a melhoria disto e daquilo as Tvs ******* (calão á moda do Porto ) e chamaram os comentadores de futebol para analise ...coisa que da muito mais tele espetadores que do que saber quem chamou a Troika
Uma pedrada no Charco tem sido dado pelo Ricardo Araújo Pereira que de forma interessante e inteligente tenta atrair moscas moscardos pulgas a um tema onde cada qual já sabe onde vai votar e onde vai levar o porco para receber do Governo o chouriço ou o peperoni na Pizza nacional
O Benfica so jogava com pessoal português e o Porto era mais conhecido pelas tripas á moda do Puertu do que no futebol onde os "violinos "davam cartas no Sporting
O mundo deste negocio mudou radicalmente e onde o Pinto da Crosta viu o negocio
Contratações ...compra material fresco por aí empurrados pelos agentes saca o dele e depois vende-os á Europa com fartos lucros
Ontem no dia em que os nossos politicos gostariam de dizer coisas sobre as finanças do pais a melhoria disto e daquilo as Tvs ******* (calão á moda do Porto ) e chamaram os comentadores de futebol para analise ...coisa que da muito mais tele espetadores que do que saber quem chamou a Troika
Uma pedrada no Charco tem sido dado pelo Ricardo Araújo Pereira que de forma interessante e inteligente tenta atrair moscas moscardos pulgas a um tema onde cada qual já sabe onde vai votar e onde vai levar o porco para receber do Governo o chouriço ou o peperoni na Pizza nacional
Manos eu nunca voto nem em partidos nem em pessoas mas em situações e tal como o champanhe só quando ha festa e aí apesar de detestar champanhe porque me faz cocegas no nariz gosto de ver as espuma sair das urnas e especialmente se consigo acertar no candelabro do teto que me alumia a moina
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
Re: O RUIDO DO SILENCIO NA CAMPAINHA ELEITORAL
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008
Somos um país de divisas. Não me refiro a divisas fiduciárias, pois, à excepção das remessas dos imigrantes, não abundam em terras lusas desde os tempos de D. João V. Refiro-me a lemas, geralmente expressos de uma forma menemónica para permitir ao povo memorizar de uma forma simples.
É comum identificar três pilares do regime salazarista, curiosamente todos começados pela letra F: Fado, Futebol e Fátima. Aos 3 F's haveriam de suceder, hélas, três D's, a saber: "Democratizar, Descolonizar e Desenvolver".
Comecemos pelos F's. Fado, expressão musical exclusivamente portuguesa, teve uma origem ainda não completamente esclarecida, embora hoje se tenha alguma certeza que esteja relacionada com o regresso da corte de D. João VI a Lisboa, proveniente do Brasil. Desta melange de cultura africana, brasileira e portuguesa nasceu uma música original que começou inicialmente a ser cantada em casas "mal-afamadas" da capital. Teve na "Severa" a sua primeira grande intérprete, e em Amália o seu apogeu. Não obstante, continuou a ser vista como uma música boémia, de gente pouco recomedável e terrivelmente desprezada pela intelectualidade. Recordo uma entrevista do fadista João Braga, em que relata a forma como disse a seu pai que queria ser fadista. Conta-nos Braga, que o pai foi consultar o dicionário e, em voz alta e bom vernáculo, leu o significado do adjectivo fadista que encontrou no dicionário: chulo, proxeneta, meretriz...
Salazar não gostava de fado. Entendia que era uma canção que conduzia a um melancolismo abúlico, preferindo estilos mais ritmados como o "Vira do Minho". Amália, símbolo apropriado do regime, e o Fado foram muito maltratados no pós 25 de Abril, por existir a ideia que eram instrumentos do regime cessante. A reabilitação do Fado, já em pleno século XXI, veio com uma nova geração de fadistas, onde o nome mais sonante é Mariza.
O Futebol teve o seu momento mais marcante como instrumento político em 1966 no Mundial de Futebol de Inglaterra. Os "magriços" cumpriram dois objectivos do regime:
1º Provar que os portugueses se podiam bater de igual para igual com todos os países, consonante com a célebre postura do "orgulhosamente sós".
2º Demonstrar, em plena guerra colonial, que as colónias eram tão portuguesas como qualquer região da Metrópole, através da estrela maior do futebol português de então, Eusébio, originário de Lourenço Marques, Moçambique.
A colagem de Eusébio ao Estado Novo trouxe-lhe mais tarde (à semelhança de Amália) alguns dissabores. Já no ocaso da sua carreira, o então futebolista encontrava-se nos EUA a jogar quando a sua mãe faleceu, tendo-lhe sido vedada a entrada no seu país de nascimento para assitir às cerimónias fúnebres.
O 3º F, Fátima, foi um fenómeno anterior ao regime, mas acentou que nem uma luva numa Igreja Católica ameaçada pelo fanatismo republicano. Com o reconhecimento das aparições por parte da cúria romana, tornou-se no símbolo máxima de fé em Portugal. Salazar, que frequentou um seminário e chegou mesmo a receber ordens menores, ao contrário do que se pensa estava longe de ser um "beato". Não comungava, nem sequer se confessava (D. Maria dizia que tinha uma dispensa do papa!) olhando com reserva para alguns bispos rebeldes. Penso que adoptaria a fórmula do célebre Bispo de Viseu, D. Alves Martins, " a religião quer-se como o sal na comida, nem de mais nem de menos".
Apesar da utilização do milagre no contexto doméstico, o seu alcance foi muito para além do âmbito nacional. A principal mensagem mariana aos "pastorinhos", expressa nos célebres "segredos", destinava-se à conversão da Rússia bolchevique. Em 1917 dá-se a Revolução Russa que desde primeira hora assume a sua vocação internacionalista. A Santa Sé não menosprezou este ambiente revolucionário e o tempo viria a dar-lhe razão.
A mensagem de Fátima viria a causar algum mau estar em plena II Guerra Mundial. A invasão da Rússia (Já então União Soviética) por parte da Alemanha Hitleriana parecia ser legitimada pela mensagem mariana.
Os D's encerravam os desafios mais prementes que o país, saído de um contexto revolucionário, teria que enfrentar. Democratizar foi um processo difícil, só completamente estabilizado em 1982 com a revisão constitucional que extingue um orgão militar não eleito: o Conselho da Revolução.
O processo de descolonização foi conturbado, mal conduzido, caótico e negligente, cujas sequelas ainda hoje se fazem sentir na antiga África portuguesa. Este imbróglio, que colocou os comunistas no poder em todas as ex-colónias, tem dois rostos. Mário Soares e Almeida Santos. Não obstante, o povo português compensou (e de que maneira) a inaptidão dos políticos, com um processo de integração dos chamados "retornados" exemplar.
Finalmente o "D" de desenvolver continua a ser o mais difícil de concretizar. Caímos no mesmo erro dos nossos antepassados no reinado de D. João V. Recebemos o dinheiro de Bruxelas, mas não o aplicámos convenientemente. D. João V construiu o Palácio de Mafra, Cavaco Silva construiu muitas estradas mas investiu pouco no maior capital que um país tem: as pessoas.
tags: almeida santos, d joão v, fado, futebol, fátima, mário soares, prec, salazar
publicado por Rui Romão às 07:15
Fado, Futebol e Fátima
Somos um país de divisas. Não me refiro a divisas fiduciárias, pois, à excepção das remessas dos imigrantes, não abundam em terras lusas desde os tempos de D. João V. Refiro-me a lemas, geralmente expressos de uma forma menemónica para permitir ao povo memorizar de uma forma simples.
É comum identificar três pilares do regime salazarista, curiosamente todos começados pela letra F: Fado, Futebol e Fátima. Aos 3 F's haveriam de suceder, hélas, três D's, a saber: "Democratizar, Descolonizar e Desenvolver".
Comecemos pelos F's. Fado, expressão musical exclusivamente portuguesa, teve uma origem ainda não completamente esclarecida, embora hoje se tenha alguma certeza que esteja relacionada com o regresso da corte de D. João VI a Lisboa, proveniente do Brasil. Desta melange de cultura africana, brasileira e portuguesa nasceu uma música original que começou inicialmente a ser cantada em casas "mal-afamadas" da capital. Teve na "Severa" a sua primeira grande intérprete, e em Amália o seu apogeu. Não obstante, continuou a ser vista como uma música boémia, de gente pouco recomedável e terrivelmente desprezada pela intelectualidade. Recordo uma entrevista do fadista João Braga, em que relata a forma como disse a seu pai que queria ser fadista. Conta-nos Braga, que o pai foi consultar o dicionário e, em voz alta e bom vernáculo, leu o significado do adjectivo fadista que encontrou no dicionário: chulo, proxeneta, meretriz...
Salazar não gostava de fado. Entendia que era uma canção que conduzia a um melancolismo abúlico, preferindo estilos mais ritmados como o "Vira do Minho". Amália, símbolo apropriado do regime, e o Fado foram muito maltratados no pós 25 de Abril, por existir a ideia que eram instrumentos do regime cessante. A reabilitação do Fado, já em pleno século XXI, veio com uma nova geração de fadistas, onde o nome mais sonante é Mariza.
O Futebol teve o seu momento mais marcante como instrumento político em 1966 no Mundial de Futebol de Inglaterra. Os "magriços" cumpriram dois objectivos do regime:
1º Provar que os portugueses se podiam bater de igual para igual com todos os países, consonante com a célebre postura do "orgulhosamente sós".
2º Demonstrar, em plena guerra colonial, que as colónias eram tão portuguesas como qualquer região da Metrópole, através da estrela maior do futebol português de então, Eusébio, originário de Lourenço Marques, Moçambique.
A colagem de Eusébio ao Estado Novo trouxe-lhe mais tarde (à semelhança de Amália) alguns dissabores. Já no ocaso da sua carreira, o então futebolista encontrava-se nos EUA a jogar quando a sua mãe faleceu, tendo-lhe sido vedada a entrada no seu país de nascimento para assitir às cerimónias fúnebres.
O 3º F, Fátima, foi um fenómeno anterior ao regime, mas acentou que nem uma luva numa Igreja Católica ameaçada pelo fanatismo republicano. Com o reconhecimento das aparições por parte da cúria romana, tornou-se no símbolo máxima de fé em Portugal. Salazar, que frequentou um seminário e chegou mesmo a receber ordens menores, ao contrário do que se pensa estava longe de ser um "beato". Não comungava, nem sequer se confessava (D. Maria dizia que tinha uma dispensa do papa!) olhando com reserva para alguns bispos rebeldes. Penso que adoptaria a fórmula do célebre Bispo de Viseu, D. Alves Martins, " a religião quer-se como o sal na comida, nem de mais nem de menos".
Apesar da utilização do milagre no contexto doméstico, o seu alcance foi muito para além do âmbito nacional. A principal mensagem mariana aos "pastorinhos", expressa nos célebres "segredos", destinava-se à conversão da Rússia bolchevique. Em 1917 dá-se a Revolução Russa que desde primeira hora assume a sua vocação internacionalista. A Santa Sé não menosprezou este ambiente revolucionário e o tempo viria a dar-lhe razão.
A mensagem de Fátima viria a causar algum mau estar em plena II Guerra Mundial. A invasão da Rússia (Já então União Soviética) por parte da Alemanha Hitleriana parecia ser legitimada pela mensagem mariana.
Os D's encerravam os desafios mais prementes que o país, saído de um contexto revolucionário, teria que enfrentar. Democratizar foi um processo difícil, só completamente estabilizado em 1982 com a revisão constitucional que extingue um orgão militar não eleito: o Conselho da Revolução.
O processo de descolonização foi conturbado, mal conduzido, caótico e negligente, cujas sequelas ainda hoje se fazem sentir na antiga África portuguesa. Este imbróglio, que colocou os comunistas no poder em todas as ex-colónias, tem dois rostos. Mário Soares e Almeida Santos. Não obstante, o povo português compensou (e de que maneira) a inaptidão dos políticos, com um processo de integração dos chamados "retornados" exemplar.
Finalmente o "D" de desenvolver continua a ser o mais difícil de concretizar. Caímos no mesmo erro dos nossos antepassados no reinado de D. João V. Recebemos o dinheiro de Bruxelas, mas não o aplicámos convenientemente. D. João V construiu o Palácio de Mafra, Cavaco Silva construiu muitas estradas mas investiu pouco no maior capital que um país tem: as pessoas.
tags: almeida santos, d joão v, fado, futebol, fátima, mário soares, prec, salazar
publicado por Rui Romão às 07:15
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
Re: O RUIDO DO SILENCIO NA CAMPAINHA ELEITORAL
[*]
[*]Pepperoni é uma variedade ítalo-americana apimentada do salame seco, feita de carne de porco e bovina, incluindo algumas vezes toucinho. Wikipédia
[*]Pepperoni é uma variedade ítalo-americana apimentada do salame seco, feita de carne de porco e bovina, incluindo algumas vezes toucinho. Wikipédia
Vitor mango- Pontos : 117438
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