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Política do bota abaixo

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Mensagem por O dedo na ferida Ter Dez 09, 2008 2:29 am

Política do bota abaixo

Leonel Moura
leonel.moura@mail.telepac.pt


A ausência de uma alternativa ao PS está a aumentar o nível de irritação e agressividade no debate político em Portugal. Não há dia que passe em que não venha alguém fazer ameaças, insultar, dizer barbaridades. No Parlamento, o mínimo que os deputados da oposição chamam a qualquer ministro é mentiroso. Nas ruas não se passa da sarjeta.

Esta semana, o investigador, sociólogo, comentador e professor António Barreto desceu ao grau zero do fanatismo ao escrever: "Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei." A frase é um monumento, não só pelo uso cínico da palavra sinceramente, mas porque chamar fascista a alguém só porque não se concorda com as suas ideias é precisamente um sinal de intolerância, que, ela sim, gera os fascismos e outros extremismos.

Mas é nos partidos e sindicatos que a intransigência e o sectarismo já se tornaram num lugar-comum. O PCP declarou em Congresso que o seu principal inimigo político não é a direita mas o Partido Socialista. Embora não se trate de uma grande novidade, pois o PC sempre preferiu ter a direita no Governo, pelo menos fica o assunto esclarecido para que todos compreendam melhor o que move esta gente e qual o sentido das suas iniciativas políticas e, sobretudo, sindicais e de dita defesa do interesse dos trabalhadores. Facto que devia alertar, entre outros, os professores, que têm servido de carne para canhão do Partido Comunista e que estão cada vez mais malvistos e desacreditados. Já vai faltando a paciência para tanto fanatismo e irresponsabilidade. No fim é a classe, no seu todo, que vai sair muito mal deste delirante confronto, que não tem outro objectivo senão tentar impedir nova maioria absoluta do PS.

Quanto ao resto é o que se sabe. O PSD faz o que pode, ou seja, pouco e mal. À falta de ideias sobram os adjectivos. Segundo Manuela Ferreira Leite, o primeiro-ministro só fez até hoje grosseiros erros, o governo seria o pior de sempre, os ministros os mais incompetentes de sempre e o país atravessaria a maior crise de sempre. E isto é o discurso animador porque o outro, como sabemos, é fechar a porta da democracia.

Como toda a gente já percebeu o país dividiu-se claramente em dois campos. O do Governo onde prevalece uma atitude positiva e o da oposição onde reina o maior negativismo. Sendo certo que o Governo é por vezes demasiado optimista, já a oposição é sempre radicalmente pessimista, chegando ao ponto de se congratular quando as coisas correm mal ao país.

Não existe hoje nenhuma força política ou movimento que apresente propostas distintas das do Governo num sentido positivo e mobilizador. Tudo o que se faz é dizer mal, criticar, ofender raivosamente. Com os piores argumentos ou os mais à mão, os quais invariavelmente primam pelo exagero e pelo insulto directo.

Neste panorama qualquer pessoa com o mínimo de bom senso prefere um Governo que vai fazendo coisas boas, mesmo se algumas menos felizes vêm no pacote, do que apostar numa oposição que, para além de dizer mal de tudo, é uma perfeita incógnita.

Mas o pior, deste ambiente de crispação, é não se discutirem as matérias realmente importantes para o presente e sobretudo para o futuro. Na sua sanha contra o Governo a oposição não tem discutido seriamente a decisiva questão da formação dos portugueses e da sua requalificação tecnológica. Pelo contrário, menospreza-se qualquer iniciativa do plano tecnológico, a distribuição de computadores, o programa das novas oportunidades e em geral o discurso governamental de estímulo ao desenvolvimento de novos saberes e aptidões. O papel da oposição deveria ser o de fiscalizar no sentido de garantir o cumprimento das iniciativas e de as fazer chegar ao maior número e a quem mais pode beneficiar das mesmas. Ou seja, deveria ser pedir mais e não gozar ou desqualificar. Mas para isso era preciso que esta gente já vivesse no século XXI e não enterrada em velhas e degradantes formas de fazer política, assentes no bota abaixo, na má-língua e na mesquinhez.
O dedo na ferida
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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Ter Dez 09, 2008 8:26 am

PORTUGAL e muito MAL SERVIDO, nao so a nivel de GOVERNO como a nivel de OPOSICAO!!! Uma DESGRACA!!
RONALDO ALMEIDA
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