ASSIM FALAVA ZARATUSTRA - II
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ASSIM FALAVA ZARATUSTRA - II
A Morte de Deus, a Vontade de Poder e o Eterno Retorno no Zaratustra de Nietzsche. (II)
No início do primeiro livro, Zaratustra está num estado de plenitude.
Dez anos de solidão em que esteve isolado na montanha curaram-no do niilismo (*).
Ao descer da montanha Zaratustra encontra um ancião que o reconhece: Este viajante (...) passou por aqui há muitos anos. Chamava-se Zaratustra mas mudou. Nesse tempo levavas as tuas cinzas para a montanha; é o teu fogo que levas agora para o vale? Não tens medo do castigo reservado aos incendiários?
Zaratustra desce da montanha em fogo, pronto a incendiar o mundo dos homens. Na montanha Zaratustra descobriu que Deus morreu e quer agora anunciar essa morte aos homens no vale.
Qual é o significado da morte de Deus? A morte de Deus é a constatação de que a filosofia, ou seja, as grandes questões que sempre atormentaram o homem, já não encontram o seu fundamento em Deus, mas no homem.
Zaratustra (Nietzsche) não mata Deus, apenas constata e anuncia a sua morte, a sua substituição pelo homem.
Kant perguntava-se por aquilo que o homem pode conhecer.
Os valores cristãos desapareceram, os valores da modernidade que Zaratustra descobriu são humanos demasiadamente humanos.
Se Deus morreu qual o fundamento último dos nossos valores?
Como não entrar no desespero face a esta orfandade?
Como não cair no niilismo?
É aqui que Zaratustra se anuncia como mestre do super-homem.
Para impedir que o homem caia no niilismo passivo face à morte de Deus, Zaratustra irá falar-lhe do super-homem, aquele que supera o mundo do além valorizando a própria terra.
No entanto, a missão deste mestre do super-homem fracassa.
Zaratustra não consegue que o ouçam.
Não consegue ensinar o povo na feira, que prefere o último homem, o nada da vontade ao super-homem.
Como tal, Zaratustra desiste de falar ao povo, aos homens reactivos e passivos que se limitam a imitar e a repetir os valores apreendidos:
É longe da feira e da fama que estão os verdadeiros criadores.
Quando Zaratustra descobre que o povo não sabe que Deus morreu muda de estratégia.
Recua até à criação de Deus pelo homem.
Não é Deus o criador, é o homem que tem vontade criadora.
O primeiro livro de Assim Falava Zaratustra é uma oposição entre Deus e o super-homem.
Zaratustra dirige-se não mais ao povo mas aos criadores: Quero unir-me aos criadores.
Zaratustra quer ensiná-los e motivá-los a agir, a criar os seus próprios valores.
Pensar é criar novas tábuas e não seguir as antigas.
É a criação que coloca o homem no caminho do super-homem (note-se a referência inicial ao Zaratustra como um romance de formação).
Durante o primeiro livro e no início do segundo, Zaratustra surge-nos como uma personagem apolínea.
Nos três cantos do segundo livro (Canto Nocturno, Canto da Dança e Canto do Túmulo), Zaratustra aparece-nos pela primeira vez a cantar.
Canta ditirambos dionisíacos. Estes três cantos devem ser lidos como uma auto-crítica do próprio Nietzsche que ainda se sente muito metafísico, ainda muito ligado a Schopenhauer, a Wagner e a Kant.
Ainda não é o filósofo trágico que deseja ser.
É a partir desta altura que surgem os dois grandes temas da obra, além da Morte de Deus: a Vontade de Poder e o Eterno Retorno.
(*) O niilismo é uma corrente filosófica que, em princípio, concebe a existência humana como desprovida de qualquer sentido.
(Notas da conferência do Prof. Roberto Machado na Flup)
No início do primeiro livro, Zaratustra está num estado de plenitude.
Dez anos de solidão em que esteve isolado na montanha curaram-no do niilismo (*).
Ao descer da montanha Zaratustra encontra um ancião que o reconhece: Este viajante (...) passou por aqui há muitos anos. Chamava-se Zaratustra mas mudou. Nesse tempo levavas as tuas cinzas para a montanha; é o teu fogo que levas agora para o vale? Não tens medo do castigo reservado aos incendiários?
Zaratustra desce da montanha em fogo, pronto a incendiar o mundo dos homens. Na montanha Zaratustra descobriu que Deus morreu e quer agora anunciar essa morte aos homens no vale.
Qual é o significado da morte de Deus? A morte de Deus é a constatação de que a filosofia, ou seja, as grandes questões que sempre atormentaram o homem, já não encontram o seu fundamento em Deus, mas no homem.
Zaratustra (Nietzsche) não mata Deus, apenas constata e anuncia a sua morte, a sua substituição pelo homem.
Kant perguntava-se por aquilo que o homem pode conhecer.
Os valores cristãos desapareceram, os valores da modernidade que Zaratustra descobriu são humanos demasiadamente humanos.
Se Deus morreu qual o fundamento último dos nossos valores?
Como não entrar no desespero face a esta orfandade?
Como não cair no niilismo?
É aqui que Zaratustra se anuncia como mestre do super-homem.
Para impedir que o homem caia no niilismo passivo face à morte de Deus, Zaratustra irá falar-lhe do super-homem, aquele que supera o mundo do além valorizando a própria terra.
No entanto, a missão deste mestre do super-homem fracassa.
Zaratustra não consegue que o ouçam.
Não consegue ensinar o povo na feira, que prefere o último homem, o nada da vontade ao super-homem.
Como tal, Zaratustra desiste de falar ao povo, aos homens reactivos e passivos que se limitam a imitar e a repetir os valores apreendidos:
É longe da feira e da fama que estão os verdadeiros criadores.
Quando Zaratustra descobre que o povo não sabe que Deus morreu muda de estratégia.
Recua até à criação de Deus pelo homem.
Não é Deus o criador, é o homem que tem vontade criadora.
O primeiro livro de Assim Falava Zaratustra é uma oposição entre Deus e o super-homem.
Zaratustra dirige-se não mais ao povo mas aos criadores: Quero unir-me aos criadores.
Zaratustra quer ensiná-los e motivá-los a agir, a criar os seus próprios valores.
Pensar é criar novas tábuas e não seguir as antigas.
É a criação que coloca o homem no caminho do super-homem (note-se a referência inicial ao Zaratustra como um romance de formação).
Durante o primeiro livro e no início do segundo, Zaratustra surge-nos como uma personagem apolínea.
Nos três cantos do segundo livro (Canto Nocturno, Canto da Dança e Canto do Túmulo), Zaratustra aparece-nos pela primeira vez a cantar.
Canta ditirambos dionisíacos. Estes três cantos devem ser lidos como uma auto-crítica do próprio Nietzsche que ainda se sente muito metafísico, ainda muito ligado a Schopenhauer, a Wagner e a Kant.
Ainda não é o filósofo trágico que deseja ser.
É a partir desta altura que surgem os dois grandes temas da obra, além da Morte de Deus: a Vontade de Poder e o Eterno Retorno.
(*) O niilismo é uma corrente filosófica que, em princípio, concebe a existência humana como desprovida de qualquer sentido.
(Notas da conferência do Prof. Roberto Machado na Flup)
Anarca- Admin
- Pontos : 1203
Re: ASSIM FALAVA ZARATUSTRA - II
Recua até à criação de Deus pelo homem.
Não é Deus o criador, é o homem que tem vontade criadora.
Gostei
da para meditar
Vitor mango- Pontos : 117438
Re: ASSIM FALAVA ZARATUSTRA - II
amen
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
Re: ASSIM FALAVA ZARATUSTRA - II
amen
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
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