O Licor Beirão ontem e hoje
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O Licor Beirão ontem e hoje
O Licor Beirão ontem e hoje
Tenho por hábito ver os postais publicitários colocados nos restaurantes e cafés. Já fazia isso no estrangeiro e agora, que também já são frequentes em Portugal, faço o mesmo.
Uma grande maioria não me diz nada, há alguns que me deixam espantada e outros, em especial os de “comidas e bebidas” fazem as minhas delícias. Selecciono estes últimos e penso sempre que posso um dia vir a utilizá-los. Ainda não tinha acontecido.
Há dois dias entrei numa casa para tomar um café e, ao sair vi num escaparate vários desses postais. Entre eles encontravam-se dois de publicidade ao Licor Beirão.
Um deles reproduzia uma majorette americana vestida de encarnado, com um curtos calções e um blusa ainda mais curta que, segundo uma entrevista dada pelo fundador da fábrica[1], o senhor José Carranca Redondo (1916-2005), causou na altura grande escândalo. Estava-se em 1951 e a moral então existente achou a imagem demasiado escandalosa, por pouco vestida. As letras LB, na blusa e no megafone da jovem eram a única ligação ao Licor Beirão. A legenda dizia «É de bom gosto servi-lo... É de bom gosto bebê-lo...». A publicidade é que não era de bom gosto, ao contrário de todas as outras que a empresa, grande precursora das técnicas publicitárias, veio a utilizar.
A história do Licor Beirão pode ser consultada no site da própria empresa ou no da Câmara da Lousã, mas vou resumi-la rapidamente.
Nos finais do século XIX, a Farmácia Serrano, na Lousã produzia uma bebida, tipo licor, com várias ervas (funcho, erva-doce, orégãos, etc) e que era vendida como bebida medicinal.
Luís de Pinho um caixeiro-viajante, que vendia vinho do Porto, após ter casado com a filha do farmacêutico, decidiu comercializar a bebida num local separado da farmácia. O licor, após o Congresso Beirão, que teve lugar em 1929, passou a chamar-se Licor Beirão. Foi para essa empresa, a Lousanense, que foi trabalhar José Carranca Redondo, vindo posteriormente a adquiri-la, em 1940, quando Luís Pinho faleceu.
Carranca Redondo teve, desde o início, uma percepção da importância da publicidade, notável para a época.
Se bem que o mais conhecido cartaz publicitário desta bebida seja o que inclui uma placa de madeira com a palavra Licor Beirão, sobre a qual repousa um pequeno pássaro, frente a uma paisagem calma, feito em cartão ou em azulejos, espalhados por Portugal, muitas outras surgiram.
O anúncio feito para televisão, interpretado pelo cantor romântico Tony de Matos, é um momento a recordar com prazer e pode ser visto no youtube ou em vários blogues.
E chegamos agora ao segundo postal que recolhi e que se trata de um anúncio sobre um concurso de design Licor Beirão. Com a imagem tradicional da placa de madeira em várias cores, num grafismo tipo Andy Wharhol, segue as pisadas do fundador da casa e procura manter vivo o imaginário da bebida, agora renovada pela nova geração herdeira.
E para finalizar, deixo a imagem de dois suportes de guardanapo, dos anos 60-70, da minha colecção e que aguardavam um momento para serem apresentados.
Distribuídos por bares e cafés, tinham a mesma missão que sempre guiou o seu fundador: a de divulgar a imagem da bebida e colá-la à ideia de Licor de Portugal.
[1] “Diário de Notícias”, 17 de Junho de 1998.
Publicada por Ana Marques Pereira
Tenho por hábito ver os postais publicitários colocados nos restaurantes e cafés. Já fazia isso no estrangeiro e agora, que também já são frequentes em Portugal, faço o mesmo.
Uma grande maioria não me diz nada, há alguns que me deixam espantada e outros, em especial os de “comidas e bebidas” fazem as minhas delícias. Selecciono estes últimos e penso sempre que posso um dia vir a utilizá-los. Ainda não tinha acontecido.
Há dois dias entrei numa casa para tomar um café e, ao sair vi num escaparate vários desses postais. Entre eles encontravam-se dois de publicidade ao Licor Beirão.
Um deles reproduzia uma majorette americana vestida de encarnado, com um curtos calções e um blusa ainda mais curta que, segundo uma entrevista dada pelo fundador da fábrica[1], o senhor José Carranca Redondo (1916-2005), causou na altura grande escândalo. Estava-se em 1951 e a moral então existente achou a imagem demasiado escandalosa, por pouco vestida. As letras LB, na blusa e no megafone da jovem eram a única ligação ao Licor Beirão. A legenda dizia «É de bom gosto servi-lo... É de bom gosto bebê-lo...». A publicidade é que não era de bom gosto, ao contrário de todas as outras que a empresa, grande precursora das técnicas publicitárias, veio a utilizar.
A história do Licor Beirão pode ser consultada no site da própria empresa ou no da Câmara da Lousã, mas vou resumi-la rapidamente.
Nos finais do século XIX, a Farmácia Serrano, na Lousã produzia uma bebida, tipo licor, com várias ervas (funcho, erva-doce, orégãos, etc) e que era vendida como bebida medicinal.
Luís de Pinho um caixeiro-viajante, que vendia vinho do Porto, após ter casado com a filha do farmacêutico, decidiu comercializar a bebida num local separado da farmácia. O licor, após o Congresso Beirão, que teve lugar em 1929, passou a chamar-se Licor Beirão. Foi para essa empresa, a Lousanense, que foi trabalhar José Carranca Redondo, vindo posteriormente a adquiri-la, em 1940, quando Luís Pinho faleceu.
Carranca Redondo teve, desde o início, uma percepção da importância da publicidade, notável para a época.
Se bem que o mais conhecido cartaz publicitário desta bebida seja o que inclui uma placa de madeira com a palavra Licor Beirão, sobre a qual repousa um pequeno pássaro, frente a uma paisagem calma, feito em cartão ou em azulejos, espalhados por Portugal, muitas outras surgiram.
O anúncio feito para televisão, interpretado pelo cantor romântico Tony de Matos, é um momento a recordar com prazer e pode ser visto no youtube ou em vários blogues.
E chegamos agora ao segundo postal que recolhi e que se trata de um anúncio sobre um concurso de design Licor Beirão. Com a imagem tradicional da placa de madeira em várias cores, num grafismo tipo Andy Wharhol, segue as pisadas do fundador da casa e procura manter vivo o imaginário da bebida, agora renovada pela nova geração herdeira.
E para finalizar, deixo a imagem de dois suportes de guardanapo, dos anos 60-70, da minha colecção e que aguardavam um momento para serem apresentados.
Distribuídos por bares e cafés, tinham a mesma missão que sempre guiou o seu fundador: a de divulgar a imagem da bebida e colá-la à ideia de Licor de Portugal.
[1] “Diário de Notícias”, 17 de Junho de 1998.
Publicada por Ana Marques Pereira
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Re: O Licor Beirão ontem e hoje
Para alindar o ramalhete!!!
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