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Ainda no pós-27 de Setembro

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Mensagem por Viriato Dom Out 10, 2010 4:00 am

Ainda no pós-27 de Setembro

Toda a oposição culpou a maioria socialista dos males nacionais, e a oposição toda recusou-se a assumir qualquer parte na obrigatoriedade do País ter quem o governe. O resultado só pode ser um para Executivos sem maioria parlamentar: cada Orçamento funciona como uma moção de confiança ou de censura. Repete-se, pois, a dramatização do 1º, onde então se chegou logo a falar na possibilidade de eleições em caso de reprovação. Nesse como neste, o PSD podia escolher o cenário mais favorável aos seus interesses. Com Ferreira Leite de saída e o partido sem saber quem viria a seguir, a única decisão lógica era a viabilização do Orçamento, cobrindo o utilitarismo com a bandeira da responsabilidade. Com Passos Coelho à deriva e o partido pronto para o cuspir na primeira oportunidade, a única lógica é a de vender o mais caro possível a abstenção. Não tem nada a ver com qualquer questão que interesse aos portugueses, tão-só o último recurso do grupo que tomou conta do leme apenas para repetir os mesmos erros de navegação a que assistimos atónitos desde 2004.

Mas o problema mais grave da política nacional respeita ao papel do PCP e do BE. Num caso temos um partido onde as individualidades fingem que representam o colectivo, no outro um colectivo que finge não estar dependente de uma única individualidade. Ambos se enclausuram em redutos messiânicos. O BE, um conjunto de assanhados que vive da rapina, sonha com a destruição do PS. O PCP, uma seita imune à modernidade e ao efeito das telecomunicações, abancou no Kodesh Hakodashim da História e não tem qualquer vontade de sair. Consequentemente, por não dependerem do real para criarem a sua identidade, estes partidos satisfazem-se fodendo a governabilidade de todas as maneiras ao seu alcance – o que, no caso da manipulação sindical pelo PCP, pode causar continuado e poderoso desgaste às equipas ministeriais.

Nas próximas eleições legislativas, as quais ocorrerão assim que o calendário o permitir, veremos se o eleitorado aprendeu alguma coisa com esta experiência de um Governo minoritário e ostracizado. Se nós, os cidadãos cheios de dúvidas, não chegarmos a certezas depois deste espectáculo da demissão cívica da oposição, esses partidos, da esquerda à direita, permanecerão conservados em formol. E o País político com eles.

Publicado por Val
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