A esquerda e as eleições
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A esquerda e as eleições
A esquerda e as eleições
Dr. Gica, pescada nº5
Este post,
que foi amavelmente publicado nas páginas da Joana e da Elisabeth,
mereceu comentários que agradeço (a todos e especialmente ao Joaquim )
e aí podem ser lidos.
É bom ter comentários não laudatórios. O tom deste post é demasiado reactivo.
Os
estados maiores dos partidos montam, a propósito das eleições, um circo
mediático esmagador. Como os partidos do poder dominam os meios de
comunicação, os seus argumentos são repetidos até à exaustão. O
conjunto dessa argumentação tem uma estrutura coerente e é aquilo a que
poderíamos chamar de ideologia dominante do momento. Essa
ideologia esconde-se a si própria e apresenta-se quase sempre como uma
evidência desencarnada, a-histórica, para lá dos “conceitos
ultrapassados de direita-esquerda”.
Os seus aspectos fundamentais são:
1. O fatalismo.
O
sistema económico não é posto em causa. As crises são inelutáveis,
castigos de deus, como as pestes medievais ou o pecado original.
2. A amnésia histórica.
Não há culpados. A desigualdade social, a exploração e a corrupção são
esquecidas. Espantosamente, a crise é vista, e as suas saídas, “do
ponto de vista dos credores” , para usar a expressão tão feliz de José
Medeiros Ferreira
3. A assunção da impotência das multidões.
O
FMI, a EU, o BCE são entidades divinas, existiram sempre, uma espécie de
Sacro Império em que a senhora Merckel fosse Carlos Magno. A única
atitude possível para com as suas decisões é a conformação passiva.
4. Uma democracia menor
A
democracia encarada como um sistema fechado, em que a participação
popular se esgota em eleições formais, administradas por partidos
geridos por profissionais irresponsáveis, desligados da realidade e
mais preocupados em agradar e gerir as suas clientelas do que com o
interesse geral.
Esta é a ideologia espontânea, segregada pela esmagadora maioria dos políticos, jornalistas, comentadores e bloguistas.
Por
vezes tento ignorá-la. Olho para a natureza, interesso-me pela ciência,
pelas bicicletas que passam,uma página de Julian Barnes (Não há que ter
medo) e, ao contrário do que sucedia ao Álvaro de Campos, caio nas
armadilhas do cérebro humano e o universo parece reconstruir-se com
ideal e esperança.
Outras vezes é demais. Tanto PSD já tão impante,
tanto Sócrates, tanta Câncio, tanta pomba assassinada, tanta gente
conformada, tanto banqueiro anónimo, tanta agência de rating, tanto
conselheiro de estrado. Um homem não é de ferro.
PS: As fotografias deste blog, quando não têm autoria declarada, são de André Bonirre ou minhas (as piores).
Esta é do Dr. Gica, dos pescadas nº5.
O
Dr. Gica não partilha as minhas posições políticas. A miuda da
bicicleta também não, tal como sucede com as que ocasionalmente aqui
surgem. Bendita seja a sua existência e, se tal for possível, que nos
perdoem o desrespeito leviano pelo direito de imagem.
Etiquetas: Enquanto há força
publicada por Luís às
7:45 AM
6 Comentários
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
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