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Os muçulmanos e o meu panamá

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Os muçulmanos e o meu panamá Empty Os muçulmanos e o meu panamá

Mensagem por Vitor mango Seg Jan 11, 2016 8:57 am

Notas de viagem

[size=51]Os muçulmanos [size=51]e o meu panamá[/size][/size]



Os muçulmanos e o meu panamá C:\Temp\msohtml1\01\clip_image002


O meu panamá! Coto/rodo na ferreira Borges por 300ÍOO. Ff! um briliiarfie nu/na aldeia a 6.000 hn de Coimbra.


O telefonema que recebi da sede na Suíça, era bom daro. Monteiro, a oossa fábri­ca do Noite do Paquisfão, de-baíe-se com probicmas.
Os refugiados aícgãos es­tavam a abaler árvores com quatro anos, e a comprometer todoo futuro florestei da zona.
Recebido no aeroporto fui encaminhado rapidamente para um hotel nos arredores de Lhore, a capita).
A saída para o Norte era do dia seguinte bem cedo.
O calor era tórrido e aba­fado, apesar do jeep ler ar con­dicionado e o motorista ser impecável a conduzir. Nos cruzamentos a solução era fe­char os olhos quando via à minha frente, animais de car­ga, camiões, bicicletas e peõ­es, tudo a aftinilar para o centro.
Como saímos ilesos da confusão, nunca o soube.
Ainda a propósito, gosta­ria de esclarecer que nunca ouvi um palavrão neste amontoado de conflitos de trânsito.
Chegárrfos a uma aJdeiá várias horas depois. Era o meu primeiro contado com estas genles e paragens.
A aldeia estava em festa. Suponho que havia uni casa­mento, e neccssariarncnte fui levado à presença do chefe tocai.
O calor era simplesmente sufocante.
Discuti e apreciei alguns problemas técnicos. Pouco depois convidaram-nos para almoço.
Iogurte, galinha, um pão achatado !Ípo piza, tudo comi­do à mão com os importantes do íugar.
Sorrisos largos e fartos.




Sentia-me alvo de atenta curiosidade - estava a milha­res de quilómetros de Coim­bra.
Alargando o sorriso, ten­tava espiolhar todo o compor-tamento desta genle de diferentes estratos sociais.
Na maioria eram altos, se­cos, com turbantes muito es­curos, e com pele nitidamente queimada pelo soí.
Apenas uma pessoa fala­va inglês, mal, e com sotaque.
Mu nido de vídeo, máqui­na fotográfica e gravador, ten­tava abarcar todas as vistas turísticas para a posteridade. Por não conhecer os hábitos, pedia autorização para tudo.
tinha sede. Agua, água, sóqueria água (vinho ou cerveja nem me ocorriam nesta terra an ti-alcoólica).
Levei ocopo ã boca - água morna.
O copo era novo, tinha ainda o preço e õ lal loca! de


compra, e arrepia vá-me só de pensar nos conselhos que me tinham dado: água só de gar­rafa e aberta â tua frente.
Que kc dane.




Cada músculo da minha cara era examinado, mira­vam-me. A galinha não tinha gordura, só febra.
Tinha as mãos gorduro­sas. Saquei um pedaço de pão tipo disco voador. Só dizia para comigo: calma, pá. Se mostras má cara ou qualquer descontentamento, a tua mis­são pode ir pró maneta.
Eiogiei a gaiiniia. Divinal. O iogurte, os limões do tama­nho de bolas de ping-pong, e elogiei o pão, o MELHOR, nunca tinha visto nada assim.
Sorriram. Pegaram-me no braço. Venha ver como fazemos o pão.
Com um caior tórrido, atravessei a aldeia de casas de barro sem janelas.
Paramos num alpendre onde uma mulher misturava bosta de vaca, cora terra e água.
As moscas eram aos mi­lhões. O cheiro a urina insu­portável.
O meu interlocutor deve ler dito qual quer coisa. Apes-soa sentada no chão para além da bosta de vaca, limpava o ranho a um dos putos.
Olhou para mira, verteu alguma farinha num alguidar, misturou, amassou e de segui­da abriu o fomo no chão, e atirou com a supcr-hóstia para uma das paredes do fomo bem quentes.
Fotografei tudo.




Quis saber tudo, e troquei ares cúmplices para tudo.
Pressentia que a aldeia se sentia feíiz pela visi ia.
Regressei ao banquete.




Pausadamente, elogiei o modo como tinha sido recebi­do. Incomodou-me a ideia de não ler nada para oferecer, para além das minhas boas intenções.
De repente, lembrei-me do panamá que tinha com pra­do cinco dias antes na f-crrcira Borges, por 300$fXl.
Era a solução!




Caima. Havia dois chefes. Notava-se pelo trajar e pelos modos distintos.
O meu olhar baleu na so­lução.
O puto tinha de 14 a 15 anos.
Avancei um passo,-e co­loquei o meu panamá na ca­beça do puto.
Napoleão não fez melhor na sua coroação.
Tinha a aldeia em peso na mão.
Oferecer um chapéu neste clima, era dar o nosso melhor.
Comovidamente o puto puxou de u m discurso que não necessitava de tradução. Pa­receu-me ale ver-lhe duas fu­gitivas lágrimas. Os parentes babados.
Tirámos fotos e fizemos votos de felicidade.
Moral da história.

Preciso de comprar outro panamá. 300 paus chegam?
Doutros deve já fazer par­te do museu da aldeia a mais de 6.000 km de distância. José Meneses Monteiro

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Os muçulmanos e o meu panamá Batmoon_e0
Vitor mango
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