Os muçulmanos e o meu panamá
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Os muçulmanos e o meu panamá
Notas de viagem
[size=51]Os muçulmanos [size=51]e o meu panamá[/size][/size]
O meu panamá! Coto/rodo na ferreira Borges por 300ÍOO. Ff! um briliiarfie nu/na aldeia a 6.000 hn de Coimbra. |
O telefonema que recebi da sede na Suíça, era bom daro. Monteiro, a oossa fábrica do Noite do Paquisfão, de-baíe-se com probicmas.
Os refugiados aícgãos estavam a abaler árvores com quatro anos, e a comprometer todoo futuro florestei da zona.
Recebido no aeroporto fui encaminhado rapidamente para um hotel nos arredores de Lhore, a capita).
A saída para o Norte era do dia seguinte bem cedo.
O calor era tórrido e abafado, apesar do jeep ler ar condicionado e o motorista ser impecável a conduzir. Nos cruzamentos a solução era fechar os olhos quando via à minha frente, animais de carga, camiões, bicicletas e peões, tudo a aftinilar para o centro.
Como saímos ilesos da confusão, nunca o soube.
Ainda a propósito, gostaria de esclarecer que nunca ouvi um palavrão neste amontoado de conflitos de trânsito.
Chegárrfos a uma aJdeiá várias horas depois. Era o meu primeiro contado com estas genles e paragens.
A aldeia estava em festa. Suponho que havia uni casamento, e neccssariarncnte fui levado à presença do chefe tocai.
O calor era simplesmente sufocante.
Discuti e apreciei alguns problemas técnicos. Pouco depois convidaram-nos para almoço.
Iogurte, galinha, um pão achatado !Ípo piza, tudo comido à mão com os importantes do íugar.
Sorrisos largos e fartos.Sentia-me alvo de atenta curiosidade - estava a milhares de quilómetros de Coimbra.
Alargando o sorriso, tentava espiolhar todo o compor-tamento desta genle de diferentes estratos sociais.
Na maioria eram altos, secos, com turbantes muito escuros, e com pele nitidamente queimada pelo soí.
Apenas uma pessoa falava inglês, mal, e com sotaque.
Mu nido de vídeo, máquina fotográfica e gravador, tentava abarcar todas as vistas turísticas para a posteridade. Por não conhecer os hábitos, pedia autorização para tudo.
Só tinha sede. Agua, água, sóqueria água (vinho ou cerveja nem me ocorriam nesta terra an ti-alcoólica).
Levei ocopo ã boca - água morna.
O copo era novo, tinha ainda o preço e õ lal loca! de
compra, e arrepia vá-me só de pensar nos conselhos que me tinham dado: água só de garrafa e aberta â tua frente.
Que kc dane.Cada músculo da minha cara era examinado, miravam-me. A galinha não tinha gordura, só febra.
Tinha as mãos gordurosas. Saquei um pedaço de pão tipo disco voador. Só dizia para comigo: calma, pá. Se mostras má cara ou qualquer descontentamento, a tua missão pode ir pró maneta.
Eiogiei a gaiiniia. Divinal. O iogurte, os limões do tamanho de bolas de ping-pong, e elogiei o pão, o MELHOR, nunca tinha visto nada assim.
Sorriram. Pegaram-me no braço. Venha ver como fazemos o pão.
Com um caior tórrido, atravessei a aldeia de casas de barro sem janelas.
Paramos num alpendre onde uma mulher misturava bosta de vaca, cora terra e água.
As moscas eram aos milhões. O cheiro a urina insuportável.
O meu interlocutor deve ler dito qual quer coisa. Apes-soa sentada no chão para além da bosta de vaca, limpava o ranho a um dos putos.
Olhou para mira, verteu alguma farinha num alguidar, misturou, amassou e de seguida abriu o fomo no chão, e atirou com a supcr-hóstia para uma das paredes do fomo bem quentes.
Fotografei tudo.Quis saber tudo, e troquei ares cúmplices para tudo.
Pressentia que a aldeia se sentia feíiz pela visi ia.
Regressei ao banquete.Pausadamente, elogiei o modo como tinha sido recebido. Incomodou-me a ideia de não ler nada para oferecer, para além das minhas boas intenções.
De repente, lembrei-me do panamá que tinha com prado cinco dias antes na f-crrcira Borges, por 300$fXl.
Era a solução!Caima. Havia dois chefes. Notava-se pelo trajar e pelos modos distintos.
O meu olhar baleu na solução.
O puto tinha de 14 a 15 anos.
Avancei um passo,-e coloquei o meu panamá na cabeça do puto.
Napoleão não fez melhor na sua coroação.
Tinha a aldeia em peso na mão.
Oferecer um chapéu neste clima, era dar o nosso melhor.
Comovidamente o puto puxou de u m discurso que não necessitava de tradução. Pareceu-me ale ver-lhe duas fugitivas lágrimas. Os parentes babados.
Tirámos fotos e fizemos votos de felicidade.
Moral da história.Preciso de comprar outro panamá. 300 paus chegam?
Doutros deve já fazer parte do museu da aldeia a mais de 6.000 km de distância. José Meneses Monteiro_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117438
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