Presidente dos EUA quer garantir cobertura universal da população

Presidente dos EUA quer garantir cobertura universal da população

Obama diz aos médicos que reforma da saúde é uma necessidade e não um luxo
16.06.2009 - 08h49 Rita Siza, Washington

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu ontem a urgência de uma reforma do sistema de saúde perante a desconfiada audiência da Associação Médica Americana (AMA), a maior organização de profissionais do sector e que se opõe à criação de um sistema governamental de seguros de saúde concorrente com a iniciativa privada.

"Preciso da vossa ajuda, médicos", confessou Obama, que quer a reforma aprovada até Outubro, mas até agora ainda não conseguiu cativar uma maioria de legisladores. "Para os americanos, vocês são o sistema de saúde: ouvimos o que vocês dizem e fazemos o que recomendam."

A Casa Branca elegeu a reforma do sistema de saúde como uma prioridade e atribuiu ao Congresso a responsabilidade de encontrar um consenso para a revisão da legislação, de 2,5 milhões de milhões de dólares, para garantir a cobertura universal da população. Quase 50 milhões de pessoas não têm seguro de saúde, nem acesso a cuidados médicos, algo que Obama disse ser "inadmissível".

A maioria da população depende dos seus empregadores para ter planos de saúde. Com a crise, as empresas têm deixado de financiar a cobertura médica. E quem entra no desemprego perde o seguro. Mas mesmo em tempos de expansão económica o acesso à saúde é um empecilho à mobilidade do mercado de trabalho e factor na competitividade.

"O custo do sistema de saúde é uma das maiores ameaças para a economia. Tem um peso significativo nas contas das famílias e das empresas. É uma bomba-relógio para o orçamento federal", disse Obama, na conferencia anual da AMA, em Chicago.

"A reforma não é um luxo, é uma necessidade", sublinhou o Presidente, lembrando, por exemplo, que as despesas de saúde compradas a preços demasiado altos contribuíram para a falência das construtoras automóveis General Motors e Chrysler. "Se não agirmos já, acabaremos todos como a GM: a pagar mais, receber menos e na falência", estimou.

"Os EUA gastam mais de dois milhões de milhões de dólares por ano na saúde, quase 50 por cento mais por pessoa do que o segundo país com maior despesa na saúde", informou. "Mesmo assim, temos cada vez mais cidadãos sem seguro, a qualidade do serviço tem-se deteriorado a população não está mais saudável."

Uma das ideias da Casa Branca é criar um plano público de saúde que sirva como opção para a população que não tem condições para comprar seguros privados.

Os republicanos estão fervorosamente contra, alegando que a Casa Branca vai empurrar as empresas para a falência e criar um sistema de saúde nacionalizado. "Qualquer proposta com um plano público será chumbada", informou o líder da minoria no Senado, Mitch McConnell.

A AMA não esconde o seu cepticismo num sistema público, que terá reflexos nos reembolsos que os médicos recebem das seguradoras. A AMA foi contra o programa Medicare, que subsidia a saúde da terceira idade, e nos anos 90 esteve à frente da luta contra o plano Clinton de reforma da saúde. Mas fontes da Administração citadas pela AP dizem que há abertura para um compromisso: criar um programa cooperativo, participado pelo Governo, mas sem a sua intervenção directa.

Arrancando aplausos da plateia, Obama reconheceu que uma das razões por trás da subida dos custos da medicina é a litigação judicial envolvendo processos de más práticas - o que leva, por exemplo, os médicos a receitar em excesso ou a pedir uma bateria de exames complementares. "Imagino que deve ser difícil considerar estas mudanças, quando os médicos vivem com o medo de ser processados", disse.


Comentários

16.06.2009 - 10h48 - costa do castelo, Portugal Profundo

Pois a Associação de Médicos Americanos fazia questão de os seus associados actuarem sós e sem gratuitidades, porque o reino da Medicina na América, era deles. E chamam a isto o País mais poderoso do Mundo que nem um sistema de saúde tem, porque quem manda são os médicos barões. Força Obama, acabar com a Mama, quero dizer, com a AMA e proteger os americanos pobres com saúde gratuita e pôr os médicos na Ordem, digo, na ordem.

16.06.2009 - 10h15 - Anónimo, Lisboa

Força, Obama! Se conseguir o que pretende, parece-me que fica candidato à canonização. O não-sistema de saúde nos EUA é vergonhoso, uma nódoa na civilização, um dos aspectos mais gritantes do capitalismo selvagem. I hope YOU can!

16.06.2009 - 10h08 - António Batista, Portela-loures

Na América teria que haver uma revolução para mudar o sistema desumano que vigora no país. Ora, por enquanto, ainda não apareceu uma força política capaz de mobilizar as populações para fazer tal mudança. Obama pertence também ao sistema, pelo que será muito difícil, senão impossível, fazer alteracões seja no que for. É certo que ele fez algumas nacionalizações, mas apenas aconteceram devido à crise financeira que assolou (e por tabela o mundo) a América e, fundamentalmente, para tirar da bancarrota o país, isto é, foi obrigado a fazê-lo e não porque fosse essa a sua vontade.

16.06.2009 - 09h39 - Alexandre Constantino, Lisboa dorme?

Quer este país ser um exemplo para o mundo e nem sistema público de saúde tem! Quem não tem dinheiro pode morrer longe...

PALERMICE ATRAZ DE PALERMICE. OBAMA que meta no C-U o SNS que quer IMPOR!!! NAO VAI CONSEGUIR. OBAMA e uma FRAUDE!!!! o sistema iria custar mais de 2 000 000 000 000 ao POVO, MAIS BUROCRACIA!!!! E um BUREAUCRATA MEDIOCRATA a DECIDIR a minha SAUDE. F-ODAM-SE que NAO HA MAIS PACIENCIA!!!

obama QUE SE PONHA A pau!!