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"A democracia iraniana é exemplo para o mundo"!

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"A democracia iraniana é exemplo para o mundo"! Empty "A democracia iraniana é exemplo para o mundo"!

Mensagem por Vitor mango Sáb Jul 11, 2009 1:16 am

"A democracia iraniana é exemplo para o mundo"!
Publicado na Sábado, dia 11 de Julho de 2009, por Paulo Casaca



Em resposta ao meu artigo "Bye bye Diktatur", publicado no "Público" de 25 de Junho, a Embaixada do Irão publicou no mesmo jornal, no passado dia 6 de Julho, um artigo intitulado "O papel do povo no Irão é um exemplo para o mundo", que é um primor do discurso do fanatismo islâmico contemporâneo.



Aparentemente, torna-se hoje difícil às autoridades iranianas fazer passar na imprensa portuguesa as suas acusações e os seus artigos como se fossem pontos de vista "ocidentais", como fizeram impunemente no passado no jornal "Expresso" ("O amigo iraniano", de 29 de Outubro de 2005, "Eurodeputado socialista dança com 'mujahedines'", de 19 de Janeiro de 2007), e vêem-se agora obrigadas a recorrer ao seu próprio nome para darem conta do seu estado de espírito e da consideração em que me têm.
Ficámos assim a saber que o Irão não é uma ditadura teocrática, mas antes uma vibrante democracia em que o povo é quem mais ordena; que não é o regime iraniano o promotor e o responsável pelo terror generalizado dentro e fora de fronteiras, mas sim quem lhes resiste; que as vítimas da sangrenta repressão são afinal as próprias forças de segurança, enfim, como diz de forma eloquente em título "o Irão é um exemplo para o mundo".
Precisamente! A esse propósito convém referir que o Presidente Mahmoud Ahamdi-Nejad tem sido muito claro: o que o Irão pratica dentro das suas fronteiras é o que pretende vir a aplicar primeiro no seu vizinho Grande Médio Oriente e depois no mundo inteiro e, sobre isso, não tenho dúvidas da sinceridade das suas palavras.
Por cegueira, falta de inteligência, por anti-ocidentalismo ou anti-americanismo primário, por desumanidade, racismo para com o Grande Médio Oriente ou por mero interesse material - o Irão é um dos países do mundo que mais recicla a sua riqueza de hidrocarbonetos em influência político-mediática - existe um considerável número de personagens pronto a acreditar na bondade dos responsáveis pela ditadura iraniana.
É verdade que cada vez que o carácter assassino, terrorista, fanático, não reformado nem reformável do regime se torna mais claro - como aconteceu com a recente mascarada eleitoral e a subsequente repressão que se abateu sobre os iranianos - fica mais difícil a todos esses personagens fazerem de conta que os responsáveis pelo regime iraniano não são assim tão maus e que quando fazem algo de menos digerível é por causa do Saddam Hussein (que inacreditavelmente os dirigentes iranianos continuam a culpar por tudo, mesmo depois de o enforcarem), da CIA ou dos "hipócritas" MKO, "braço político de organizações terroristas" e outra das expressões seleccionadas pelos serviços de contra-informação iranianos para designarem a sua oposição política.
Torna-se então necessário dar a cara, abandonar disfarces e tornar óbvio o carácter assumidamente surrealista da sua postura e da sua propaganda política.
Por ora, confrontado com uma das maiores carnificinas do século XXI, o Ocidente, de forma relutante, tem resistido ao total alinhamento com as ambições da teocracia iraniana, embora os principais estrategas da política do apaziguamento estejam já empenhados em encontrar desculpas para voltar à posição do costume.
Um dos argumentos avançados é que confrontar Teerão no tema da sua repressão interna (como de resto, no tema do fomento do terrorismo e da desestabilização além-fronteiras) iria levar o Irão a não conferenciar sobre a questão nuclear com o Ocidente e essa falta de diálogo levá-lo-ia a prosseguir o seu projecto nuclear.
Aquilo que a análise dos factos revela é, no entanto, precisamente o contrário: cada vez que o Ocidente quis apaziguar Teerão, apelidando a oposição iraniana de terrorista, entregando o Iraque ao seu controlo ou acomodando as suas agressões no Líbano ou em Israel, o único efeito que obteve foi o de reforçar o à vontade com que Teerão prossegue o seu plano nuclear.
O futuro da nossa segurança, da nossa liberdade e da nossa paz está hoje a discutir-se nas ruas de Teerão. Só a democracia no Irão pode ultrapassar a maior ameaça actual a todos os nossos valores, no Grande Médio Oriente ou no resto do mundo. Espero que haja o discernimento suficiente para entender esta realidade entre os dirigentes políticos ocidentais.
Vitor mango
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