Cavaco entre a memória e a emoção
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Cavaco entre a memória e a emoção
Cavaco entre a memória e a emoção
EMANUEL CARNEIRO
O primeiro dia da visita do presidente da República à Áustria teve a emoção como paradigma. Encontrou-se ontem com algumas das 5000 pessoas acolhidas por famílias portuguesas após a II Guerra Mundial. Eram, então, crianças.
Aliás, Cavaco Silva realçou que o seu primeiro contacto com a Áustria deu-se, precisamente, "com as crianças austríacas que foram recebidas na aldeia do meu pai, em Boliqueime, concelho de Loulé, para fugirem dos horrores da guerra".
A Sociedade Austro-Portuguesa - responsável pelo encontro - engloba uma comunidade assinalável de sexagenários e septuagenários que têm na recuperação das memórias de vivências lusas actividade preferencial.
Uma das mais destacadas entusiastas é Ursula Mertin, que chegou a Portugal em 1948, com sete anos, proveniente de Viena. E se ela já saiu de território lusitano, o território lusitano não saiu dela. "O meu tio adoptivo era presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso e a minha mãe portuguesa ainda é viva, tem 96 anos", afirma, com discurso num Português muitíssimo razoável. Que ela tem tido oportunidade de treinar nas diversas viagens que faz ao país de Fátima, por onde passa amiúde.
Por seu lado, Sigrun Ronfeld, que esteve no Ribatejo entre 1949 e 1951, sintetiza exemplarmente as diferenças entre Graz e Vila Franca de Xira: "Não conhecia nem sabia como comer bananas, laranjas e romãs". O peixe era "muito estranho para nós". Foi o que a esguia austríaca achou aos sete anos...
Na intervenção na capital, Cavaco Silva fez questão de salientar o trabalho da Cáritas no auxílio à fuga das crianças do desastre austríaco do pós-guerra, reforçando a tese com a referência a um livro, "Um laço de amizade entre Portugal e Áustria", que agrupa histórias de 50 meninas e meninos que passaram pelas condições de Ursula e de Sigrun. E de Friedrich Rischanek, chegado a São Martinho do Campo, "entre Santo Tirso e Guimarães", em 1949, com uma dezena de primaveras às costas. É de Viena, mas já tem partida prevista. Não é definitiva, mas é épica: "Vou de carro. Já não vou àquele paraíso desde 1997".
Se necessário fosse reforçar o "factor pessoal" subjacente a esta visita - que termina no domingo - , o encontro com o ex-chanceler Franz Vranitzky e a mulher, Christine (ela própria uma das crianças acolhidas por famílias portuguesas), cumpriria o papel irrepreensivelmente. "Christine deu-me a confirmação de que estes austríacos guardam o nome de Portugal nos seus corações".
EMANUEL CARNEIRO
O primeiro dia da visita do presidente da República à Áustria teve a emoção como paradigma. Encontrou-se ontem com algumas das 5000 pessoas acolhidas por famílias portuguesas após a II Guerra Mundial. Eram, então, crianças.
Aliás, Cavaco Silva realçou que o seu primeiro contacto com a Áustria deu-se, precisamente, "com as crianças austríacas que foram recebidas na aldeia do meu pai, em Boliqueime, concelho de Loulé, para fugirem dos horrores da guerra".
A Sociedade Austro-Portuguesa - responsável pelo encontro - engloba uma comunidade assinalável de sexagenários e septuagenários que têm na recuperação das memórias de vivências lusas actividade preferencial.
Uma das mais destacadas entusiastas é Ursula Mertin, que chegou a Portugal em 1948, com sete anos, proveniente de Viena. E se ela já saiu de território lusitano, o território lusitano não saiu dela. "O meu tio adoptivo era presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso e a minha mãe portuguesa ainda é viva, tem 96 anos", afirma, com discurso num Português muitíssimo razoável. Que ela tem tido oportunidade de treinar nas diversas viagens que faz ao país de Fátima, por onde passa amiúde.
Por seu lado, Sigrun Ronfeld, que esteve no Ribatejo entre 1949 e 1951, sintetiza exemplarmente as diferenças entre Graz e Vila Franca de Xira: "Não conhecia nem sabia como comer bananas, laranjas e romãs". O peixe era "muito estranho para nós". Foi o que a esguia austríaca achou aos sete anos...
Na intervenção na capital, Cavaco Silva fez questão de salientar o trabalho da Cáritas no auxílio à fuga das crianças do desastre austríaco do pós-guerra, reforçando a tese com a referência a um livro, "Um laço de amizade entre Portugal e Áustria", que agrupa histórias de 50 meninas e meninos que passaram pelas condições de Ursula e de Sigrun. E de Friedrich Rischanek, chegado a São Martinho do Campo, "entre Santo Tirso e Guimarães", em 1949, com uma dezena de primaveras às costas. É de Viena, mas já tem partida prevista. Não é definitiva, mas é épica: "Vou de carro. Já não vou àquele paraíso desde 1997".
Se necessário fosse reforçar o "factor pessoal" subjacente a esta visita - que termina no domingo - , o encontro com o ex-chanceler Franz Vranitzky e a mulher, Christine (ela própria uma das crianças acolhidas por famílias portuguesas), cumpriria o papel irrepreensivelmente. "Christine deu-me a confirmação de que estes austríacos guardam o nome de Portugal nos seus corações".
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
Se necessário fosse reforçar o "factor pessoal" subjacente a esta visita - que termina no domingo - , o encontro com o ex-chanceler Franz Vranitzky e a mulher, Christine (ela própria uma das crianças acolhidas por famílias portuguesas), cumpriria o papel irrepreensivelmente. "Christine deu-me a confirmação de que estes austríacos guardam o nome de Portugal nos seus corações".
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
O cavaleiro tauri matico
Zenkel era um destes putos que veio da geurra e depois cresceu aqui entre toiros e cavalos
Zenkel era um destes putos que veio da geurra e depois cresceu aqui entre toiros e cavalos
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
Admin escreveu:O cavaleiro tauri matico
Zenkel era um destes putos que veio da geurra e depois cresceu aqui entre toiros e cavalos
Conheci-o muito bem. A irmã, casada com um seu colega da Escola Agrícola, Xico Graça, foram os padrinhos do meu primeiro casamento.
Viriato- Pontos : 16657
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
Viriato escreveu:Admin escreveu:O cavaleiro tauri matico
Zenkel era um destes putos que veio da geurra e depois cresceu aqui entre toiros e cavalos
Conheci-o muito bem. A irmã, casada com um seu colega da Escola Agrícola, Xico Graça, foram os padrinhos do meu primeiro casamento.
olha olha entao o mundo é micro
Muito loiro
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
Admin escreveu:
olha olha entao o mundo é micro
Muito loiro
Muito loiro mas bem montado na família Infante da Câmara. Apesar de tudo fomos muito amigos....
Viriato- Pontos : 16657
Re: Cavaco entre a memória e a emoção
O que eu reparo e que os POLITICOS PPORTUGUESES, passam MAIS TEMPO la fora que em PORTUGAL!! VIENA , ja la passei 3 dias.
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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