Teerão recua à última hora em acordo sobre nuclear
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Teerão recua à última hora em acordo sobre nuclear
Teerão recua à última hora em acordo sobre nuclear
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Estados Unidos dispostos a esperarem "mais uns dias" por resposta iraniana.
Responsável deste país admite que estratégia seguida "encobre inúmeras mensagens" à comunidade internacional: o objectivo final é o fim das sanções em vigor há vários anos
O Governo iraniano recorreu ontem a uma táctica diplomática clássica - o adiamento - ao anunciar que só na próxima semana comunicará a sua resposta à proposta formulada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que permite àquele país enriquecer parte do seu combustível nuclear.
"A resposta final será dada na próxima semana quando regressar a Viena", afirmou o principal negociador iraniano junto da AIEA, Ali Asghar Soltanieh. Esta táctica confirma algo já notado por diplomatas: o nuclear é, para Teerão, além de desígnio estratégico, um meio de pressão negocial que ultrapassa a própria dimensão da questão. O que foi confirmado pelo director da agência nuclear do Irão, Ali Salehi, ao declarar quinta-feira que a estratégia do seu país "encobre inúmeras mensagens" à comunidade internacional.
Ao mesmo tempo que era revelado o adiamento, sabia-se que o regime apresentara uma contraproposta em que prevê o recurso à compra de urânio enriquecido. Processo que, como foi notado pelos especialistas, contribuiria para o aumento das suas reservas de combustível nuclear, não resolvendo as dúvidas levantadas pelas potências ocidentais sobre o objectivo último do seu programa nuclear (ver caixa).
Teerão tem como posição de princípio que procederá ao enriquecimento de urânio aos níveis necessários, se não lhe for permitida a sua aquisição no mercado internacional. E para que isto suceda, terá de ser levantada, pelo menos, uma parte das sanções em vigor ao regime. Esta pode ser a real moeda de troca que o regime iraniano pretende receber como contrapartida de uma maior cooperação com a AIEA.
A proposta da agência surgira quarta-feira em resultado de negociações entre os EUA, a Rússia, a França e o Irão com o director-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei.
Quarta-feira, Baradei e outros diplomatas sugeriram estar-se no bom caminho para um entendimento que findasse o clima de suspeita sobre o nuclear iraniano. Uma perspectiva em que Baradei insistia ontem ao declarar que a concretização do acordo é pedra basilar para se tornar "positiva" a influência do Irão na "questão palestiniana, no conflito afegão, no Iraque, na Síria e no Líbano". Baradei mantém como possível "uma resposta positiva" de Teerão. Atendendo às palavras do responsável da agência, entende-se a moderação da reacção americana, com um porta-voz do Departamento de Estado a afirmar que Washington está disposto a esperar "alguns dias" pela decisão iraniana.
Moscovo, Paris e Washington tinham anunciado ontem de manhã a aprovação do acordo, em que se permite ao Irão enriquecer 1200 quilos de urânio para uso hospitalar a 19,75% em instalações russas e franceses até final do ano.
O documento de Viena constituiu o primeiro resultado concreto desde que foram retomadas, no início de Outubro, os contactos entre o grupo dos seis (EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia e China) e o Irão, mecanismo negocial em que procura uma solução para o diferendo que os opõe desde que foi revelada a existência do nuclear daquele último país.
DN
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Estados Unidos dispostos a esperarem "mais uns dias" por resposta iraniana.
Responsável deste país admite que estratégia seguida "encobre inúmeras mensagens" à comunidade internacional: o objectivo final é o fim das sanções em vigor há vários anos
O Governo iraniano recorreu ontem a uma táctica diplomática clássica - o adiamento - ao anunciar que só na próxima semana comunicará a sua resposta à proposta formulada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que permite àquele país enriquecer parte do seu combustível nuclear.
"A resposta final será dada na próxima semana quando regressar a Viena", afirmou o principal negociador iraniano junto da AIEA, Ali Asghar Soltanieh. Esta táctica confirma algo já notado por diplomatas: o nuclear é, para Teerão, além de desígnio estratégico, um meio de pressão negocial que ultrapassa a própria dimensão da questão. O que foi confirmado pelo director da agência nuclear do Irão, Ali Salehi, ao declarar quinta-feira que a estratégia do seu país "encobre inúmeras mensagens" à comunidade internacional.
Ao mesmo tempo que era revelado o adiamento, sabia-se que o regime apresentara uma contraproposta em que prevê o recurso à compra de urânio enriquecido. Processo que, como foi notado pelos especialistas, contribuiria para o aumento das suas reservas de combustível nuclear, não resolvendo as dúvidas levantadas pelas potências ocidentais sobre o objectivo último do seu programa nuclear (ver caixa).
Teerão tem como posição de princípio que procederá ao enriquecimento de urânio aos níveis necessários, se não lhe for permitida a sua aquisição no mercado internacional. E para que isto suceda, terá de ser levantada, pelo menos, uma parte das sanções em vigor ao regime. Esta pode ser a real moeda de troca que o regime iraniano pretende receber como contrapartida de uma maior cooperação com a AIEA.
A proposta da agência surgira quarta-feira em resultado de negociações entre os EUA, a Rússia, a França e o Irão com o director-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei.
Quarta-feira, Baradei e outros diplomatas sugeriram estar-se no bom caminho para um entendimento que findasse o clima de suspeita sobre o nuclear iraniano. Uma perspectiva em que Baradei insistia ontem ao declarar que a concretização do acordo é pedra basilar para se tornar "positiva" a influência do Irão na "questão palestiniana, no conflito afegão, no Iraque, na Síria e no Líbano". Baradei mantém como possível "uma resposta positiva" de Teerão. Atendendo às palavras do responsável da agência, entende-se a moderação da reacção americana, com um porta-voz do Departamento de Estado a afirmar que Washington está disposto a esperar "alguns dias" pela decisão iraniana.
Moscovo, Paris e Washington tinham anunciado ontem de manhã a aprovação do acordo, em que se permite ao Irão enriquecer 1200 quilos de urânio para uso hospitalar a 19,75% em instalações russas e franceses até final do ano.
O documento de Viena constituiu o primeiro resultado concreto desde que foram retomadas, no início de Outubro, os contactos entre o grupo dos seis (EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia e China) e o Irão, mecanismo negocial em que procura uma solução para o diferendo que os opõe desde que foi revelada a existência do nuclear daquele último país.
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