Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Uma esperança

5 participantes

Ir para baixo

Uma esperança Empty Uma esperança

Mensagem por Viriato Sex Ago 01, 2008 2:31 pm

“Há um novo lobby judeu na América e não tem medo de criticar Israel”

31 Julho 2008 | por Filipe Moura

O seguinte artigo do Público de 22 de Julho aborda um dos poucos temas tabu nos EUA: é impossível ter-se uma posição (moderadamente) pró-palestiniana no conflito israelo-árabe. Um político que não jure “apoio incondicional a Israel” não tem hipótese de ser eleito. Um comentador que critique frontalmente Israel nos EUA não pode ser levado a sério.
Felizmente há um grupo - de judeus - que pretende altera minimamente est situação. Conseguirá? Pelo “apoio incondicional” a Israel já manifestado por Barack Obaa, este novo e bem vindo lóbi judeu ainda tem muito que fazer. Boa sorte é o que eu lhes desejo.

Chama-se J Street. Porque não há rua J em Washington e porque a K Street está cheia de lobbies que “apoiam ruidosamente Israel em situações de guerra mas ficam silenciosos em negociações de paz”. Tem um poderoso adversário: o grande lobby judeu AIPAC, “infiltrado” pela direita israelita, por neo-conservadores e cristãos fundamentalistas. Mas também um potencial aliado: Barack Obama, que hoje chega a Jerusalém.

Em Washington não há nenhuma J Street (as ruas horizontais vão directamente do I ao K), mas é aqui que as palavras de Barack Obama durante a visita que hoje inicia a Israel serão ouvidas, provavelmente, com mais atenção. J Street é o nome de um novo lobby judeu nos Estados Unidos que alguns analistas prevêem irá “mudar o mapa político americano e do Médio Oriente”.
Reparem no que diz ao P2, por telefone, Daniel Levy, um dos cem membros do conselho consultivo de J Street. “Hoje em dia, é muito difícil dizer ‘Eu apoio Israel, ponto final’. Porque a pergunta a seguir é. ‘Que Israel? Israel dos colonos ou Israel que quer acabar com a ocupação? Israel que quer destruir o Hamas ou Israel que acredita que é preciso negociar, ainda que indirectamente, com o Hamas? Israel que quer reter os Montes Golã e não acha importante dialogar com a Síria ou Israel que quer tratados de paz com os vizinhos sendo que isso implica devolver territórios?”
“Hoje, já não é convincente o argumento de que o modo incondicional como a América apoia Israel é bom para a América e para Israel”, frisa Levy, asseverando que J Street não terá medo de enfrentar um primeiro-ministro israelita que não comungue as posições do grupo - sondagens apontam como favorito em próximas legislativas o “falcão” Benjamin Netanyahu. E até podem acusá-lo de ser “anti-semita” ou “self-hating Jew” (judeu que se odeia a si próprio) - expressões frequentemente usadas para silenciar os críticos das acções de Israel. “Os israelitas, por estreita ou larga margem, podem eleger um líder que se opõe ao processo de paz, mas não seremos apoiantes de opositores de paz.”.
“Haverá pessoas que irão intimar-nos: ‘Vocês têm de apoiar o governo israelita!’”, reconhece Levy. “Mas eu responderei que isso não se aplica a nenhum outro país. Eu posso ser pró-Venezuela e não apoiar a política de Hugo Chávez. Posso ser um grande admirador da República Checa mas posso não achar uma boa ideia instalar ali um sistema americano de defesa antimíssil. Todos nós, na América, sobretudo os judeus, temos ligações emocionais a Israel, mas não podemos deixar de ser racionais, como se Israel vivesse noutro planeta. Será uma política destrutiva ajudar Israel avaliando-o segundo padrões diferentes. Israel precisa de fronteiras negociadas e reconhecidas. Às vezes abraçamos Israel quase até à morte. Amamos Israel de uma maneira que não é saudável. É como darmos as chaves do carro a um amigo embriagado.”
Israel é o maior receptor de ajuda dos Estados Unidos (3000 milhões de dólares anuais). No entanto, como já havia notado Levy num artigo na American Prospect, não é submetido a qualquer pressão. Pelo contrário, “pode gozar uma ocupação de luxo - já gastou mais de dez mil milhões de dólares em colonatos desde 1967.” Ora, este “vício de mau comportamento sem consequências conduz à tentação de uma escalada (…) e estrangula uma solução viável de dois Estados.”
Alternativa ao AIPAC
As palavras são duras, mas Levy é um “peso-pesado”. Cientista político de origem inglesa, é filho de Michael Levy, membro da Câmara dos Lordes, líder da comunidade judaica no Reino Unido e um dos maiores angariadores de fundos da campanha de Tony Blair. Foi conselheiro de três líderes israelitas - Ehud Barak, Yossi Beilin e Haim Ramon. Participou nas negociações com os palestinianos em 1995 (Oslo B) e em 2001 (Taba). Foi um dos principais redactores da Iniciativa de Genebra (um ambicioso plano de paz) e agora é senior fellow da Century Foundation e da New American Foundation. O seu blogue, Prospects for Peace, é um dos mais lidos na Web.
Não o confundam com os anti-sionistas de extrema-esquerda Noam Chomsky ou Norman Finkelstein. Mas também não o incluam no grupo de neo-conservadores de Bernard Lewis. Assumidamente “liberal e progressista”, coloca-se no “centro político”. Embora não pertença ao “núcleo duro” de J Street, cujo director executivo é Jeremy Ben-Ami, antigo conselheiro do ex-Presidente Bill Clinton e neto dos fundadores de Telavive, Daniel Levy tem sido descrito como “o ideólogo” e Ben-Ami como o “chefe de operações” do novo lobby.
E este, apresentando-se como “braço político do movimento pró-Israel e pró-paz” nos EUA (as suas bases são organizações como American for Peace Now e Israel Policy Forum), quer ser “uma alternativa” ao velho establishment judaico, “infiltrado” pela direita israelita do Likud, pelos neocon e por cristãos evangélicos fundamentalistas. Ou como Levy os caracterizou, “uma combinação que tem sido um desastre para a política americana e para Israel.”
É uma tarefa árdua, “redefinir o que é ser pró-Israel”, já que o AIPAC tem 200 funcionários, 100 mil membros e um orçamento anual de 60 milhões de dólares, enquanto J Street tem quatro funcionários, 1,5 milhões de dólares e, por enquanto, apenas 40 mil “filiados”. Nada que atemorize Daniel Levy. “Conseguir a adesão de 40 mil pessoas em apenas três meses é significativo”, sublinha. Mais: do orçamento de 1,5 milhões, cerca de 1,1 milhões já foram angariados online.
A Internet é uma das ferramentas com que J Street tenciona fazer a diferença. “Estamos a usar os instrumentos modernos de organização política, como o MoveOn.org [um projecto virtual que inspirou também a campanha de Obama]. Queremos criar uma grande circunscrição online, que permita financiar candidatos favoráveis à paz, já que somos também um PAC [Political Action Committee]“.
Uma morada na Internet
Entre os primeiros candidatos ao Congresso apoiados por J Street está um republicano, Charles Boustany, o que responde às dúvidas dos que se interrogavam sobre se o novo lobby só estaria ao lado de democratas. Há quem acredite que estes apoios vão abalar, ainda que modestamente, a influência do big brother AIPAC no Capitólio. Exemplo: Agora, sempre que alguém vir o seu financiamento reduzido por ter feito declarações que o AIPAC considera “anti-Israel”, pode sempre telefonar para J Street a pedir o dinheiro que faltou, ainda que J Street seja mais um endereço URL do que um edifício.
O nome foi propositadamente escolhido para preencher um vazio, tem explicado Ben-Ami. Porque não há rua J em Washington e porque a K Street está cheia de lobbies que “apoiam ruidosamente Israel em situações de guerra mas ficam silenciosos em negociações de paz”. Esta frase, colocada num anúncio no New York Times, é uma implícita referência ao AIPAC com o qual muitos judeus americanos e israelitas já não se identificam.
Entre os 100 membros do conselho consultivo de J Street há rabis, académicos, políticos, CEO e prémios Nobel. E entre os supporters (apoiantes) em Israel estão diplomatas, políticos, ex-generais e antigos operacionais dos serviços secretos. É o caso de Yossi Alpher, que foi responsável da Mossad e agora colabora no site israelo-palestiniano bitterlemons.
Inquirido pelo P2 sobre a sua adesão ao novo lobby, Alpher respondeu por e-mail: “Estou convicto de que Israel merece estar mais bem representado entre os judeus americanos no que diz respeito a questões do processo de paz. J Street, ao contrário do AIPAC, é muito mais representativo da opinião dos judeus americanos.”
Isso não dissuadiu, porém, Barack Obama de discursar na conferência anual da AIPAC. O senador do Illinois, cujo nome do meio é Hussein, tinha de provar as suas credenciais “pró-Israel”, até porque precisa do eleitorado judeu que está a ser cortejado pelos republicanos em swing states, como a Florida. Foi aplaudido de pé quando declarou que “Jerusalém permanecerá a capital de Israel e deve continuar indivisível”.
Claro está que os árabes, encorajados por anteriores declarações de Obama em que admitiu “não concordar com todas as acções do Estado de Israel” e retratou o conflito israelo-palestiniano como “uma ferida aberta que infecta toda a política externa dos EUA” (The Atlantic), ficaram decepcionados. Dias depois, Obama deu uma entrevista à CNN, esclarecendo que o estatuto de Jerusalém ” é uma questão a ser negociada pelas partes”.
Levy achou importante esta clarificação. “Ele aceitou os ‘Parâmetros Clinton’, ou seja, que os bairros árabes em Jerusalém serão palestinianos e os bairros judeus serão israelitas. O que ele quis dizer é que não deve haver um arame farpado a dividir a cidade como em 1967 [antes da Guerra dos Seis Dias], e até admitiu que a frase que usou [na convenção do AIPAC] não foi bem escolhida. Também disse que Israel precisa, para sua segurança, de uma solução de dois Estados. E esta é uma posição encorajadora.”
Além disso, mais do que a referência à Jerusalém, o que foi importante, para Levy, no discurso de Obama ao AIPAC foi a promessa de que resolver o conflito israelo-palestiniano será uma prioridade. O apoio que exprimiu às negociações entre Israel e a Síria. E a afirmação de que, na abordagem ao Irão, privilegiará a diplomacia e não uma nova guerra.
O Irão e o reverendo Hagee
Quanto ao generalizado sentimento israelita de que o Irão constitui uma ameaça existencial e tem de ser contido, a análise de Levy é esta: “Acho que, em Israel, há uns genuinamente preocupados e outros que criam um pânico desnecessário, por causa das coisas nojentas que o Presidente [Mahmoud] Ahmadinejad diz e também das ambições do Irão de ser uma potência regional. Há uma mobilização em Israel para a necessidade de bombardear o Irão. Os israelitas olham para o passado e dizem: ‘Bombardeámos o reactor no Iraque, bombardeámos algo na Síria e por isso OK, podemos bombardear os vizinhos, porque resulta. O problema é que o debate público não está a considerar que a situação no Irão é muito diferente e muito perigosa se houver uma guerra.”
Levy compara o ambiente em Israel com o que existe em muitas sociedades em conflito. “Os israelitas são frequentemente tentados a pensar: ‘Não há solução, vamos bombardeá-los’, o que até é compreensível, mas não é uma boa política. Uma maioria de israelitas apoiou a guerra no Líbano há dois anos, mas agora admitem que foi um fucking mistake, mas na altura achavam que era uma grande ideia. A maioria dos israelitas apoia ataques militares na Faixa de Gaza mas também apoia o cessar-fogo com o Hamas. Há muitas dissonâncias nas sociedades em conflito. Eu creio que os israelitas ficariam muito felizes se houvesse uma solução diplomática para o Irão.”
Levy está, por isso, entusiasmado com a campanha de J Street contra uma guerra no Irão: “Uma carta a todos os candidatos ao Congresso obteve mais de 30 mil assinaturas online numa semana”. Outro sucesso que o novo lobby reclama é uma petição que forçou o candidato republicano, John McCain, a renegar o apoio do reverendo John Hagee, pastor da congregação Christians United for Israel (CUI), aliada do AIPAC.
Na ânsia de apressar o “segundo regresso do Messias”, Hagee fez recentemente um sermão que causou uma onda de repulsa: “Deus disse a Jeremias: ‘Enviarei muitos pescadores e depois enviarei muitos caçadores’. Os pescadores são os sionistas, homens como Theodor Herzl. (…) E os caçadores? Hitler foi um caçador. Como é que isso [o Holocausto] aconteceu? Porque Deus permitiu que acontecesse. Por que aconteceu? Porque Deus disse: ‘A minha máxima prioridade é fazer retornar o povo judeu à Terra de Israel.”


Blog 5 dias
Viriato
Viriato

Pontos : 16657

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por Admin Sáb Ago 02, 2008 2:40 am

Rui Aguiar escreveu:“Há um novo lobby judeu na América e não tem medo de criticar Israel”

31 Julho 2008 | por Filipe Moura

O seguinte artigo do Público de 22 de Julho aborda um dos poucos temas tabu nos EUA: é impossível ter-se uma posição (moderadamente) pró-palestiniana no conflito israelo-árabe. Um político que não jure “apoio incondicional a Israel” não tem hipótese de ser eleito. Um comentador que critique frontalmente Israel nos EUA não pode ser levado a sério.
Felizmente há um grupo - de judeus - que pretende altera minimamente est situação. Conseguirá? Pelo “apoio incondicional” a Israel já manifestado por Barack Obaa, este novo e bem vindo lóbi judeu ainda tem muito que fazer. Boa sorte é o que eu lhes desejo.

Chama-se J Street. Porque não há rua J em Washington e porque a K Street está cheia de lobbies que “apoiam ruidosamente Israel em situações de guerra mas ficam silenciosos em negociações de paz”. Tem um poderoso adversário: o grande lobby judeu AIPAC, “infiltrado” pela direita israelita, por neo-conservadores e cristãos fundamentalistas. Mas também um potencial aliado: Barack Obama, que hoje chega a Jerusalém.

Em Washington não há nenhuma J Street (as ruas horizontais vão directamente do I ao K), mas é aqui que as palavras de Barack Obama durante a visita que hoje inicia a Israel serão ouvidas, provavelmente, com mais atenção. J Street é o nome de um novo lobby judeu nos Estados Unidos que alguns analistas prevêem irá “mudar o mapa político americano e do Médio Oriente”.
Reparem no que diz ao P2, por telefone, Daniel Levy, um dos cem membros do conselho consultivo de J Street. “Hoje em dia, é muito difícil dizer ‘Eu apoio Israel, ponto final’. Porque a pergunta a seguir é. ‘Que Israel? Israel dos colonos ou Israel que quer acabar com a ocupação? Israel que quer destruir o Hamas ou Israel que acredita que é preciso negociar, ainda que indirectamente, com o Hamas? Israel que quer reter os Montes Golã e não acha importante dialogar com a Síria ou Israel que quer tratados de paz com os vizinhos sendo que isso implica devolver territórios?”
“Hoje, já não é convincente o argumento de que o modo incondicional como a América apoia Israel é bom para a América e para Israel”, frisa Levy, asseverando que J Street não terá medo de enfrentar um primeiro-ministro israelita que não comungue as posições do grupo - sondagens apontam como favorito em próximas legislativas o “falcão” Benjamin Netanyahu. E até podem acusá-lo de ser “anti-semita” ou “self-hating Jew” (judeu que se odeia a si próprio) - expressões frequentemente usadas para silenciar os críticos das acções de Israel. “Os israelitas, por estreita ou larga margem, podem eleger um líder que se opõe ao processo de paz, mas não seremos apoiantes de opositores de paz.”.
“Haverá pessoas que irão intimar-nos: ‘Vocês têm de apoiar o governo israelita!’”, reconhece Levy. “Mas eu responderei que isso não se aplica a nenhum outro país. Eu posso ser pró-Venezuela e não apoiar a política de Hugo Chávez. Posso ser um grande admirador da República Checa mas posso não achar uma boa ideia instalar ali um sistema americano de defesa antimíssil. Todos nós, na América, sobretudo os judeus, temos ligações emocionais a Israel, mas não podemos deixar de ser racionais, como se Israel vivesse noutro planeta. Será uma política destrutiva ajudar Israel avaliando-o segundo padrões diferentes. Israel precisa de fronteiras negociadas e reconhecidas. Às vezes abraçamos Israel quase até à morte. Amamos Israel de uma maneira que não é saudável. É como darmos as chaves do carro a um amigo embriagado.”
Israel é o maior receptor de ajuda dos Estados Unidos (3000 milhões de dólares anuais). No entanto, como já havia notado Levy num artigo na American Prospect, não é submetido a qualquer pressão. Pelo contrário, “pode gozar uma ocupação de luxo - já gastou mais de dez mil milhões de dólares em colonatos desde 1967.” Ora, este “vício de mau comportamento sem consequências conduz à tentação de uma escalada (…) e estrangula uma solução viável de dois Estados.”
Alternativa ao AIPAC
As palavras são duras, mas Levy é um “peso-pesado”. Cientista político de origem inglesa, é filho de Michael Levy, membro da Câmara dos Lordes, líder da comunidade judaica no Reino Unido e um dos maiores angariadores de fundos da campanha de Tony Blair. Foi conselheiro de três líderes israelitas - Ehud Barak, Yossi Beilin e Haim Ramon. Participou nas negociações com os palestinianos em 1995 (Oslo B) e em 2001 (Taba). Foi um dos principais redactores da Iniciativa de Genebra (um ambicioso plano de paz) e agora é senior fellow da Century Foundation e da New American Foundation. O seu blogue, Prospects for Peace, é um dos mais lidos na Web.
Não o confundam com os anti-sionistas de extrema-esquerda Noam Chomsky ou Norman Finkelstein. Mas também não o incluam no grupo de neo-conservadores de Bernard Lewis. Assumidamente “liberal e progressista”, coloca-se no “centro político”. Embora não pertença ao “núcleo duro” de J Street, cujo director executivo é Jeremy Ben-Ami, antigo conselheiro do ex-Presidente Bill Clinton e neto dos fundadores de Telavive, Daniel Levy tem sido descrito como “o ideólogo” e Ben-Ami como o “chefe de operações” do novo lobby.
E este, apresentando-se como “braço político do movimento pró-Israel e pró-paz” nos EUA (as suas bases são organizações como American for Peace Now e Israel Policy Forum), quer ser “uma alternativa” ao velho establishment judaico, “infiltrado” pela direita israelita do Likud, pelos neocon e por cristãos evangélicos fundamentalistas. Ou como Levy os caracterizou, “uma combinação que tem sido um desastre para a política americana e para Israel.”
É uma tarefa árdua, “redefinir o que é ser pró-Israel”, já que o AIPAC tem 200 funcionários, 100 mil membros e um orçamento anual de 60 milhões de dólares, enquanto J Street tem quatro funcionários, 1,5 milhões de dólares e, por enquanto, apenas 40 mil “filiados”. Nada que atemorize Daniel Levy. “Conseguir a adesão de 40 mil pessoas em apenas três meses é significativo”, sublinha. Mais: do orçamento de 1,5 milhões, cerca de 1,1 milhões já foram angariados online.
A Internet é uma das ferramentas com que J Street tenciona fazer a diferença. “Estamos a usar os instrumentos modernos de organização política, como o MoveOn.org [um projecto virtual que inspirou também a campanha de Obama]. Queremos criar uma grande circunscrição online, que permita financiar candidatos favoráveis à paz, já que somos também um PAC [Political Action Committee]“.
Uma morada na Internet
Entre os primeiros candidatos ao Congresso apoiados por J Street está um republicano, Charles Boustany, o que responde às dúvidas dos que se interrogavam sobre se o novo lobby só estaria ao lado de democratas. Há quem acredite que estes apoios vão abalar, ainda que modestamente, a influência do big brother AIPAC no Capitólio. Exemplo: Agora, sempre que alguém vir o seu financiamento reduzido por ter feito declarações que o AIPAC considera “anti-Israel”, pode sempre telefonar para J Street a pedir o dinheiro que faltou, ainda que J Street seja mais um endereço URL do que um edifício.
O nome foi propositadamente escolhido para preencher um vazio, tem explicado Ben-Ami. Porque não há rua J em Washington e porque a K Street está cheia de lobbies que “apoiam ruidosamente Israel em situações de guerra mas ficam silenciosos em negociações de paz”. Esta frase, colocada num anúncio no New York Times, é uma implícita referência ao AIPAC com o qual muitos judeus americanos e israelitas já não se identificam.
Entre os 100 membros do conselho consultivo de J Street há rabis, académicos, políticos, CEO e prémios Nobel. E entre os supporters (apoiantes) em Israel estão diplomatas, políticos, ex-generais e antigos operacionais dos serviços secretos. É o caso de Yossi Alpher, que foi responsável da Mossad e agora colabora no site israelo-palestiniano bitterlemons.
Inquirido pelo P2 sobre a sua adesão ao novo lobby, Alpher respondeu por e-mail: “Estou convicto de que Israel merece estar mais bem representado entre os judeus americanos no que diz respeito a questões do processo de paz. J Street, ao contrário do AIPAC, é muito mais representativo da opinião dos judeus americanos.”
Isso não dissuadiu, porém, Barack Obama de discursar na conferência anual da AIPAC. O senador do Illinois, cujo nome do meio é Hussein, tinha de provar as suas credenciais “pró-Israel”, até porque precisa do eleitorado judeu que está a ser cortejado pelos republicanos em swing states, como a Florida. Foi aplaudido de pé quando declarou que “Jerusalém permanecerá a capital de Israel e deve continuar indivisível”.
Claro está que os árabes, encorajados por anteriores declarações de Obama em que admitiu “não concordar com todas as acções do Estado de Israel” e retratou o conflito israelo-palestiniano como “uma ferida aberta que infecta toda a política externa dos EUA” (The Atlantic), ficaram decepcionados. Dias depois, Obama deu uma entrevista à CNN, esclarecendo que o estatuto de Jerusalém ” é uma questão a ser negociada pelas partes”.
Levy achou importante esta clarificação. “Ele aceitou os ‘Parâmetros Clinton’, ou seja, que os bairros árabes em Jerusalém serão palestinianos e os bairros judeus serão israelitas. O que ele quis dizer é que não deve haver um arame farpado a dividir a cidade como em 1967 [antes da Guerra dos Seis Dias], e até admitiu que a frase que usou [na convenção do AIPAC] não foi bem escolhida. Também disse que Israel precisa, para sua segurança, de uma solução de dois Estados. E esta é uma posição encorajadora.”
Além disso, mais do que a referência à Jerusalém, o que foi importante, para Levy, no discurso de Obama ao AIPAC foi a promessa de que resolver o conflito israelo-palestiniano será uma prioridade. O apoio que exprimiu às negociações entre Israel e a Síria. E a afirmação de que, na abordagem ao Irão, privilegiará a diplomacia e não uma nova guerra.
O Irão e o reverendo Hagee
Quanto ao generalizado sentimento israelita de que o Irão constitui uma ameaça existencial e tem de ser contido, a análise de Levy é esta: “Acho que, em Israel, há uns genuinamente preocupados e outros que criam um pânico desnecessário, por causa das coisas nojentas que o Presidente [Mahmoud] Ahmadinejad diz e também das ambições do Irão de ser uma potência regional. Há uma mobilização em Israel para a necessidade de bombardear o Irão. Os israelitas olham para o passado e dizem: ‘Bombardeámos o reactor no Iraque, bombardeámos algo na Síria e por isso OK, podemos bombardear os vizinhos, porque resulta. O problema é que o debate público não está a considerar que a situação no Irão é muito diferente e muito perigosa se houver uma guerra.”
Levy compara o ambiente em Israel com o que existe em muitas sociedades em conflito. “Os israelitas são frequentemente tentados a pensar: ‘Não há solução, vamos bombardeá-los’, o que até é compreensível, mas não é uma boa política. Uma maioria de israelitas apoiou a guerra no Líbano há dois anos, mas agora admitem que foi um fucking mistake, mas na altura achavam que era uma grande ideia. A maioria dos israelitas apoia ataques militares na Faixa de Gaza mas também apoia o cessar-fogo com o Hamas. Há muitas dissonâncias nas sociedades em conflito. Eu creio que os israelitas ficariam muito felizes se houvesse uma solução diplomática para o Irão.”
Levy está, por isso, entusiasmado com a campanha de J Street contra uma guerra no Irão: “Uma carta a todos os candidatos ao Congresso obteve mais de 30 mil assinaturas online numa semana”. Outro sucesso que o novo lobby reclama é uma petição que forçou o candidato republicano, John McCain, a renegar o apoio do reverendo John Hagee, pastor da congregação Christians United for Israel (CUI), aliada do AIPAC.
Na ânsia de apressar o “segundo regresso do Messias”, Hagee fez recentemente um sermão que causou uma onda de repulsa: “Deus disse a Jeremias: ‘Enviarei muitos pescadores e depois enviarei muitos caçadores’. Os pescadores são os sionistas, homens como Theodor Herzl. (…) E os caçadores? Hitler foi um caçador. Como é que isso [o Holocausto] aconteceu? Porque Deus permitiu que acontecesse. Por que aconteceu? Porque Deus disse: ‘A minha máxima prioridade é fazer retornar o povo judeu à Terra de Israel.”


Blog 5 dias



M;ano RUI
Acho que ambos ja passamos por isto
lembra-se do antes 25 de Abril em que desgraçado de alguem que dissesse mal das Colónias ( este nome era ate proibido )
SDaltava-lhe em cima o Ramiro Valadão e tudo o que fosse nota do Dia desde o DN ate ao New Bedford e toda a musica contraria o lapis azul cortava
Portugal era Colonial Unido em provinvias para alem dos 500 anos de feitura ...e o povo acreditava na Fe e no Imperio
Só que os ventos da Historia nos tinham varrido para debaixo do carpete da vergonha mundial em que tinhamos medo de dizer que eramos portugueses
Matavamo pretos !
Pois
Tudo o que era Onu ou foruns começava com uma critica a Portugal
Ora Hoje se assistir a Israel
Temos 20 % da população árabe que se auto suicidam
Uma nova geração farta de guerra e de se ver metida em Getos
O Mundo a reclamar que eles andam a matar arabes ....
Os judeus a passearem-se me NY com o smoking sebento da historia tempo nos bolos biliões caçados em sangue guerra e negocio de sangue b
A ame rica com o petisco do Iraque e os Presidente totalmente agarrado pelos Tomates ( Rice incluido )
O que fazer ?
Como sair da guerra ?
Só existe um meio
falar com o inimigo
Quem é o inimigo ? Os arabes todos ...e Os judeus ?
...QUANDO AI CHEGARMOS AO AJUSTE DE HISTORIAS CONTADAS NO DURO O POVO DA AMeRICA VAI VER AS SACANICES JUDAICAS PARA ONDE LEVARAM O POVO AMERICANO
Só que os judeus tal como os brancos na África do Sul ou o Gandhi souberam que a causa deles mais dia menos dia ...o azeite vinha ao de cima
Judeus são ainda controlados pelos Ortodoxos que nao admitem sequer que se assopre algo da historia
..mas isso esta a mudar
....é impossivel travar o vento da historia
[b]
Admin
Admin
Admin

Pontos : 5709

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por Admin Sáb Ago 02, 2008 2:43 am

Porque o blog anexado tem real interesse futuramente vou fazer e comentar parte dele
Admin
Admin
Admin

Pontos : 5709

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por RONALDO ALMEIDA Sáb Ago 02, 2008 11:13 am

OS FALSOS JUDEUS!!! E como os Portugueses que querem pertencer a ESPANHA!!! Mentes ESQUERDISTAS!!
RONALDO ALMEIDA
RONALDO ALMEIDA

Pontos : 10367

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por Anarca Sáb Ago 02, 2008 1:02 pm

Quando os Manuscritos do Mar Morto forem do conhecimento geral, é que vai ser bonito...
Anarca
Anarca
Admin

Pontos : 1203

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por Vitor mango Sáb Ago 02, 2008 1:52 pm

a resposta a este tema caiu-me noutra janela
Sorry about
mas podem continuar a lerem os escritos nos perga Minhos no mar vivo ( ou morto ... ) para os que sabem ler grego ou arame aiku
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 117576

Ir para o topo Ir para baixo

Uma esperança Empty Re: Uma esperança

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos