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O jornalismo de investigação é muito caro e as empregadas de limpeza dos Tribunais são mais baratas

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O jornalismo de investigação é muito caro e as empregadas de limpeza dos Tribunais são mais baratas Empty O jornalismo de investigação é muito caro e as empregadas de limpeza dos Tribunais são mais baratas

Mensagem por Viriato Sex Nov 27, 2009 9:32 am

O jornalismo de investigação é muito caro e as empregadas de limpeza dos Tribunais são mais baratas

Alguém, que até sabe do que fala, me disse aqui atrasado que em Portugal não havia jornalismo de investigação. É muito caro. É mais simples ( e mais barato ) os jornalistas estarem sentados nas redacções à espera de telefonemas.
E o tal jornalismo é caro porquê ?
Porque o jornalista que investiga tem que se dedicar a sério ao assunto a investigar. Tem de lhe dedicar tempo. Entrevistar pessoas. Compilar documentos. Verificar a credibilidade das fontes, etc. Por (e para) isso tem de ser bem pago. Os nossos capitalistas sempre foram uns unhas de fome.
Porque o que é publicado tem de ter credibilidade e ser fundamentado. Pois se o visado ( ou visados ) pela investigação decide(m) levar o jornal ( ou rádio ou TV ) a tribunal , o proprietário do jornal corre o risco de pagar fortunas se a decisão lhe é desfavorável. Veja-se o caso do grupo Murdoch que, em Inglaterra, para evitar ir à barra dos tribunais tem pago, em acordos extra judiciais, milhões aos investigados. Geralmente por difamação e calúnia.
Por isso, cá em Portugal, recorre-se a um método aparentemente barato, ou como diria o digníssimo Prof. Hernâni Lopes à chico-espertice ( será com x ? ), que é os jornais publicarem o que os agentes de justiça ( PJ, MP, Funcionários Judiciais, Juizes, advogados e parece que até as empregadas da limpeza dos tribunais que coitadas foram promovidas por alguns juizes mas não lhe aumentaram o salário ) bufam aos jornalistas.
A partir daí o jornalista tenta construir uma história. Sei que há músicas para piano tocadas a 4 mãos. Que eu saiba nunca uma centopeia escreveu um romance. Pelo menos com êxito.
Assim sendo não deixa de ser curioso que , cá no burgo, não haja concorrência entre jornais ou rádios e TV's nos ditos casos. Todos publicam tudo e de todos. Citam-se uns aos outro dizendo o mesmo centenas de vezes. E algumas vezes têm a lata de dizer que é um seu exclusivo. Passados minutos ouço ou leio a concorrência dizer o mesmo também em exclusivo. Passados umas semanas o que temos não é história nenhuma mas um emaranhado de peças soltas que cumpriram o seu objectivo : lançar a suspeição sobre alguém que judicialmente não está envolvido no caso.
Se a investigação fosse jornalística isso aconteceria ? Pelo que observo em Inglaterra, duvido. As investigações do News of the World ( p.ex. ) são desse jornal. Com os seus meios. Com os seus jornalistas. Os outros jornais quando se referem ao assunto investigado citam o News of The World e dizem que é uma investigação desse jornal.
Ainda bem que existe jornalismo de investigação.
Mas não me venham dizer que essa actividade existe em Portugal.

* António P. em "Fim de semana alucinante"
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