Os operadores portugueses vão ter um ano bom para Israel’

Os operadores portugueses vão ter um ano bom para Israel’

Fátima Valente
Hoje

Como correu a operação charter da El Al? Tanto quanto sabemos houve alguns cancelamentos…Não. Foi só o primeiro voo, devido a um problema técnico.

Mas a operação charter foi muito boa. Foi uma surpresa muito agradável ver em todas as saídas grupos de peregrinos portugueses para Televavive. Este foi o primeiro ano do charter, de Julho a Setembro, como tínhamos previsto. Sabíamos que o voo teria uma aceitação muito grande em Israel, pela comida, bebida, música, cultura, história e, claro, pelo passado judaico. E de facto, foram muitos mais os israelitas que visitaram Portugal do que os portugueses que visitaram Israel.

O número de portugueses para Israel diminuiu quase 50%, a operação acabou por ter mais sucesso no sentido inverso. Porquê?

O fluxo de portugueses diminuiu 40%. Na realidade toda a Europa Ocidental caiu em relação a Israel. Uma diminuição compreensível devido aos conflitos na Faixa de Gaza, à crise económica, nos primeiros meses do ano. Mas mesmo perante estas adversidades quisemos manter o charter.

Estávamos convencidos de que seria um êxito e de facto foi. É certo que gostaríamos de ter mais portugueses do que tivemos. Mas um dos factores que contribuiu para o menor fluxo para Israel foi o facto deste ter sido o Ano Paulino, pelo que muito do tráfego religioso foi para a Turquia.

Quantos portugueses viajaram para Israel este Verão?

Tivemos pelo menos um grupo de portugueses, em cada saída. Foram 10 grupos; perto de 500 portugueses no Verão. O restante tráfego foram israelitas que vieram a Lisboa pela primeira vez.

E isso aconteceu porquê? Houve mais promoção para destinos europeus do que propriamente para Israel?

O israelita conhece melhor Portugal do que o português conhece Israel. Sabíamos que existia uma procura muito forte por Portugal.

Então a quem se deve apontar o dedo? É ao Turismo de Israel? À EL AL Israel Airlines?

A EL AL responde às necessidades do mercado; não gerimos a procura.

Isso é mais um assunto do Turismo de Israel. A EL AL é uma companhia aérea privada e faz mais do que uma companhia normal. Participamos activamente na promoção do país, falamos com as agências de viagens de forma a dar ideias para vender de formas diferentes Israel. Mas somos uma companhia aérea e somos produto da oferta e da procura.

Em Espanha, por exemplo, várias comunidades judaicas juntaram-se para a promoção do património judaico (rede de judiarias) para desta forma poderem trazer turismo de todo o mundo para visitar o que foi a história dos judeus em Espanha.

Em Portugal isso não acontece; não sei porquê. A EL AL adoraria ajudar. Portugal teve uma presença judaica muito importante.

Contemplam fazer charters além da temporada alta, tendo em conta que já não há voos directos?

É tudo uma questão de oferta e procura. Sabemos que a procura forte em Portugal é no Verão, portanto a nossa resposta como companhia aérea é no Verão.

No próximo ano, e pelos encontros que temos tido com o mercado e pelo que ouvimos do nosso embaixador, a procura portuguesa vai aumentar de forma incrível. A balança vai ficar mais equilibrada. O que é muito bom pois vai permitir prolongar os meses do charter.

Já para 2010?

Estamos a falar para 2011. Para 2010 já está assente que começamos a operação charter no dia 2 de Julho e terminamos a 10 de Setembro. Teremos um voo semanal e o mesmo horário de saída que este ano, ou seja, de sexta (meia noite e meia) para sábado e regresso de Telavive, na sexta-feira à tarde. Possivelmente a procura para Israel irá aumentar. Se conseguirmos duplicar o número de portugueses que viajaram para Israel este ano e também trazer mais israelitas já é uma boa oportunidade para começar o charter mais cedo, em Junho, e terminá-lo em Outubro.

Os horários dos voos têm sido também objecto de crítica, pelo facto do Sábado, dia da chegada do voo, estar tudo fechado…

Depende para quê. O banco logicamente está fechado, os serviços públicos também. Mas o turista não precisa disto, quer é ver o Muro das Lamentações, o Santo Sepulcro, o Monte das Oliveiras. Isto falando do segmento religioso.

O charter não é propriamente para o mercado de negócios…

De negócios seguramente não, mas tem a possibilidade de oferecer um destino turístico. Neste momento vamos concentrarmos-nos no mercado do turismo religioso.

Com o abandono de rota Lisboa/Israel em 1999 acabaram por perder esse mercado para outras companhias.

Também com a EL AL, mas via Madrid.

O que tem a dizer sobre as dificuldades do hub em Madrid e sobre a falta de capacidade para o mercado português, que acaba por ser absorvido por outras companhias que estão em Lisboa?

Temos um acordo de colaboração com a TAP, temos um número importante de passageiros mas estamos conscientes que apenas podemos captar uma pequena parte do mercado.

Ainda não se justifica o retomar da ligação directa em Lisboa?

Neste momento ainda não. Por exemplo, há 10 anos a EL AL tinha dois voos para Barcelona só no Verão e no Inverno não voava. Neste momento a EL AL voa todos os dias para Barcelona e estamos a pensar na possibilidade de aumentar o número de voos por semana.

Lisboa tem esse potencial, sobretudo se os israelitas começarem a visitar Lisboa, o que não acontecia há 10 anos. Se conseguirmos através destes voos charters dar a conhecer Portugal aos israelitas e fazer com que eles continuem a vir, teremos uma base muito boa para, daqui a algum tempo, retomar os voos regulares em Lisboa.

O voo regular não será antes de 2011?

Não antes de 2011, seguramente. A EL AL começou a operar em Lisboa em 1979, antes de Madrid. Foram quase 20 anos a operar em Lisboa. A EL AL adoraria regressar. Mas na minha opinião, a fruta ainda não está madura. Primeiro queremos alargar o período dos charters.

Podemos contar com um aumento de capacidade dos aviões?

Sim, claro. De acordo com a procura a capacidade do avião pode aumentar.

A programação de 2010 ainda não foi divulgada. Não é um pouco tarde para a divulgar às agências, tendo em conta que os grupos religiosos programam as viagens com bastante antecedência?

Quem tem de saber dos nossos programas já sabe há muito tempo. Vamos estar na BTL para finalizar a divulgação.

Israel é um país muito pequeno mas tem muitas potencialidades turísticas fantásticas: praias, arqueologia, cultura. É um país com uma história impressionante. E é um país gay-friendly.

Daqui a um mês vamos lançar programas em Israel para Portugal. O viajante israelita, ao contrário do português, não gosta de pacotes de viagens organizados.

Gosta de alugar um carro, gosta de explorar por sua conta e risco.

Este ano houve menos 40% de portugueses a viajar para Israel. Para o próximo ano, as perspectivas são melhores. O que seria bom para a EL AL e para o turismo em geral?

São vários os objectivos. Aumentar o número de portugueses que visitam a Terra Santa e chegar, pelo menos, ao mesmo número que em 2008, em que 12 mil portugueses visitaram Israel.

Queremos aumentar o número para que no ano seguinte o tempo ou as frequências do charter aumentem. Os operadores ficaram muito contentes com o destino e com o serviço, e pelo que estamos a ouvir do mercado, as agências vão ter um ano razoavelmente bom para Israel em 2010. E por último, o objectivo final é regressar a Lisboa.

Fátima Valente e Susana Leitão

Suponho que o Mango está sintonisado com o conteúdo da notícia.
Existe é um problema que deve incomodar o Mango, a saber: Os portugueses parece que não estão sintonisados com ele.

Vagueante escreveu:Suponho que o Mango está sintonisado com o conteúdo da notícia.
Existe é um problema que deve incomodar o Mango, a saber: Os portugueses parece que não estão sintonisados com ele.

eu?

sou alergico a barretes kikas e burkas mano vagueante