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Ninguém quer adoptar o acordo recém-nascido

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Mensagem por Vitor mango Dom Dez 20, 2009 2:13 am

Ninguém quer adoptar o acordo recém-nascido

por J.C.S.Hoje
Ninguém quer adoptar o acordo recém-nascido

Após uma euforia que durou minutos, provocada pela notícia de que havia acordo na Dinamarca, ninguém levanta a voz para apoiar o texto minimalista e sem ambição que resultou de uma megarreunião de 12 dias entre representantes de todo o planeta.

O acordo encontrado para combater as alterações climáticas que a sociedade civil de todo o planeta tanto pressionou para ser firmado em Copenhaga não agrada a ninguém. Nem à meia dúzia de políticos que conseguiu à última hora encontrar uma fórmula mágica de entendimento, que se encaixou em duas páginas e meia, nem a todos os que foram ultrapassados na recta final das negociações, como a União Europeia, a presidência dinamarquesa e a ONU.

O Presidente Obama bem alertara para as fragilidades do acordo que forçou em parceria com a China, após um braço-de-ferro nos dias anteriores entre ambos os países, e imediatamente abandonou o Centro Bella. Para trás ficaram os restantes líderes políticos com uma espécie de acordo por terminar, ao qual ninguém queria dar um sinal claro de querer adoptar, mas, por outro lado, não estão em condições de poder enjeitar um texto que ajudaram a dar à luz - principalmente, os dirigentes europeus.

Pode afirmar-se que a reacção mundial ao Acordo de Copenhaga foi consensual, só que na apreciação negativa. Desta vez, e após doze dias em que os governantes, as delegações, os negociadores e as ONG andaram de costas voltadas, a sua apreciação comum da questão era muito aproximada, designadamente no que respeita à ausência de substância no texto para firmar as metas ambiciosas que estavam sobre a mesa nesta COP15 e que resultava de dois anos de trabalho. O texto que ficou por aprovar no dia seguinte [ontem] ocupou ainda durante algumas horas os líderes que não seguiram as pegadas de Obama. As negociações continuaram madrugada fora até se encontrar um enunciado que as Nações Unidas pudessem validar, como veio a acontecer ontem, o resultado directo da Conferência de Copenhaga sobre Alterações Climáticas.

O processo de ratificação do acordo encontrado ao fim da noite de sexta em Copenhaga foi validado pela assinatu-ra de três dezenas de países, situação que lhe dá o estatuto de operacional. Esta primeira etapa, denominada como "tomar nota do acordo", foi o passo necessário para lhe conceder um estatuto jurídico suficiente e dispensar a aprovação por parte de todos os países envolvidos, as partes.

Ontem, por mais que os líderes tentassem dar a volta ao resultado frustrante da Conferência de Copenhaga, ninguém conseguia esconder a desilusão. Apesar de o ter sancionado, nem o secretário-geral da ONU, Ban Ki- -moon, estava muito feliz com o texto. "Não é, porventura, tudo o que esperávamos, mas esta decisão da Conferência das Partes é uma etapa essencial", disse, laconicamente. A declaração saída da Conferência de Copenhaga exige agora a sua conclusão até ao fim de 2010, no México, mas poderá ser antecipada para Bona, daqui a seis meses.

O primeiro-ministro português foi rápido a comentar e, ao mesmo tempo, a lamentar os passos muito curtos que foram dados. Para José Sócrates, foi "claro que ficámos desapontados com o facto de não ter ficado expressamente consagrada a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 50% até 2050. Mas não estão ainda identificadas todas as contribuições dos países para a mitigação". A organização não governamental Quercus considerou que "nem o símbolo da Convenção das Nações Unidas deverá vir a estar presente no texto final, que, mesmo depois de terminada a cimeira, ainda recebe algumas correcções". Definiu o texto como "frustrante" e responsabiliza os EUA e a China.

Na madrugada de Copenhaga, houve até uma festa com milhares de pessoas para esquecer o que acontecera aos objectivos da COP15.
Vitor mango
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