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Loureiro dos Santos: "Vamos continuar a ver guerras. A nossa paz é ilusória"

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Loureiro dos Santos: "Vamos continuar a ver guerras. A nossa paz é ilusória" Empty Loureiro dos Santos: "Vamos continuar a ver guerras. A nossa paz é ilusória"

Mensagem por Vitor mango Dom Dez 27, 2009 8:07 am

Loureiro dos Santos: "Vamos continuar a ver guerras. A nossa paz é ilusória"


por Gonçalo Venâncio, Publicado em 18 de Dezembro de 2009








Em
entrevista ao i, o general aborda os grandes desafios estratégicos na
actual conjuntura internacional. As guerras, estão para ficar














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Loureiro dos Santos no seu escritório onde já não cabem mais licros
filipe casaca














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Loureiro dos Santos: "Vamos continuar a ver guerras. A nossa paz é ilusória" ZoomIcon









A sala está repleta de espadas, punhais, condecorações e f
















otos de
família. É a vida inteira de um militar em exibição. Passam poucos
minutos das 11 horas da manhã quando o general José Alberto Loureiro
dos Santos recebe o i
na sua casa em Oeiras, um dia depois de ter lançado a sua mais recente
reflexão estratégica: "As guerras que já aí estão e as que nos esperam
- se os políticos não mudarem." O título denuncia as intenções do
autor. Mais do que uma "reflexão", as 384 páginas da obra são um alerta
para os decisores políticos nacionais numa altura em que ordem
internacional assiste a reajustamentos geopolíticos sem precedentes.
"Em toda a história global, não se conhece uma alteração das relações
de forças global em tão curto período."

A crise internacional,
que afectou em particular as economias ocidentais, funcionou apenas
como catalisador para um processo que já estava em curso há 20 anos: "A
globalização abriu as possibilidades de desenvolvimento máximas a
vários países. Hoje são potências emergentes como a Índia, a China e o
Brasil, que estão a promover uma rotação do poder do Ocidente para
Oriente, e de Norte para Sul. Nunca, no mundo, houve uma situação deste
tipo", afirma o general.

A configuração da ordem internacional
depois destes reajustamentos até pode reservar surpresas para muitos.
Mas uma coisa é clara para Loureiro dos Santos: vamos continuar a ter
de lidar com os conflitos armados. "A humanidade e a civilização têm
avançado muito mas há uma coisa que não mudou: a natureza humana. As
razões que levam os homens a combater são as mesmas apontadas por
Tucídides nas Guerras do Peloponeso."

A Europa vive hoje numa
bolha de prosperidade, e muitos europeus acreditam que a guerra é um
anacronismo. Porém, como avisa o antigo chefe de Estado- Maior do
Exército, a paz Kantiana "é uma ilusão."

E quais são as
guerras que nos esperam? "Há as guerras necessárias e há as guerras por
escolha. No primeiro caso, são campanhas que os Estados decidem levar a
cabo para defender os seus interesses nacionais. Para dar um exemplo, o
Afeganistão. No segundo, é preciso perceber que motivações estão em
causa e muitas vezes percebemos que não são interesses vitais de um
país. Tem efeitos terríveis e o exemplo da intervenção no Iraque é
elucidativo. Infelizmente, vamos continuar a ver das duas. "

África
a Sul do Sara, Ásia (Centro e Sul) e América Central, regiões onde se
multiplicam estados falhados e narco-estados, podem ser o palco para
algumas dessas guerras "por necessidade" (ver caixas). Também ela
globalizada, a guerra já não se faz - nem se fará - apenas com armas.
Não é só na terra, na ar ou no mar. É também no ciberespaço e no palco
mediático que, muitas vezes as, campanhas se resolvem.

A
leitura do quadro geopolítico actual permite também a Loureiro dos
Santos antecipar algumas das características da ordem internacional que
se segue: "As cinco grandes potências, "ilhas de poder global" (Estados
Unidos, China, Índia, Rússia e Brasil), constituirão o núcleo duro do
governo mundial" apesar de os Estados Unidos continuarem a ser a maior
entre as grandes potências. A multipolaridade está a caminho. E os
diversos "G's" que vão surgindo são bem elucidativos das alterações na
distribuição do poder global.

Para já, todos os actores vão
tentando reposicionar-se. É um grande jogo, ou aquilo a que o general
chama a liga das potências. "A Rússia e a China têm muito interesse que
os Estados Unidos estejam no Afeganistão, no Iraque e envolvidos no
dossiê nuclear iraniano. Porque enquanto isso acontece não têm os
americanos a morder-lhes os calcanhares." Em Washington, o presidente
Obama está alerta e tenta reduzir o esforço americano nos teatros de
guerra. "Fazendo isso, os americanos ficam com grande margem de manobra
para exercer influência sobre as restantes potências", assinala
Loureiro dos Santos.

E Portugal, que papel? Europa, CPLP, NATO e
Atlântico Sul são os caminhos para a afirmação estratégica nacional
(ver caixa ao lado). Neste tabuleiro, os militares vão continuar a ser
"um dos mais influentes instrumentos da política externa nacional" e
acrescentam "valor estratégico ao país." Mas os desinvestimentos nas
Forças Armadas e nas carreiras desapontam o general: "Fazem-se leis de
programação que não se cumprem e continuamos com a espingarda que
combatemos em África."
Vitor mango
Vitor mango

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