Gestos e laços sem fim
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Gestos e laços sem fim
Gestos e laços sem fim
Publicação: 03 de Janeiro de 2010 às 00:00
Cláudio Emerenciano - Professor da UFRN
A paz é um dom de Deus. Expressão perceptível da harmonia universal. Imantada no coração e na alma de cada um. Aspiração e sentimento. Estado de espírito e ação. Prerrogativa da humanidade em todos os tempos. Circunstância indispensável à ascensão espiritual, moral e cultural. Caminho da verdadeira civilização. Sem supremacias nem submissões. Aspiração de todos os povos, sem a qual não desfrutam plenamente de liberdade, justiça, bem-estar, dignidade, desenvolvimento e saber.
Os rostos de todos os homens. O olhar terno de uma criança e as feições suplicantes de um ancião. A perspectiva do futuro e a contemplação do passado. Todas as idades convergem para o sentido e a dimensão da paz. Que se ampliam na junção dos mais variados sentimentos humanos. Que se abrigam, por exemplo, nas casas dispersas na vastidão dos campos. Simples, humildes, pobres, mas riquíssimas em conteúdo humano. Pelos gestos e laços que cultivam. Onde luzes, à distancia, na escuridão da noite, parecem revelar o universo de sentimentos dos seus habitantes. Os sonhos. Os encantamentos. As esperanças. As promessas cumpridas, desfeitas ou renovadas. Atitudes e vínculos transbordantes de amor. A doação de uns pelos outros. A renúncia em favor de outrem. O ambiente de paz dos simples e humildes de coração. Jesus, despedindo-se dos seus apóstolos, na noite em que foi entregue aos seus algozes, dimensionou a importância, o sentido, o peso e a natureza divina da paz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá" (João 14,27). Infelizmente, em todos os tempos e lugares, a totalidade dos homens não alcança nem se identifica com o amor e a paz, elos indissolúveis entre Deus e a humanidade. Paz e amor são inseparáveis. Destinam os homens à sua verdadeira vocação, que transpõe à transitoriedade das coisas. Os meios se legitimam quando estão a serviço do bem e da felicidade dos homens. Os autoritarismos, bem definidos ou disfarçados, institucionalizados ou embrionários, são facilmente desmascarados por sua práxis: negar autonomia de cada homem, cada cidadão, para definir seus rumos e os da pátria.
A ação mais original e humana: a divisão do pão de uns com os outros. A solidariedade, sem privilégios, de alegrias e tristezas, de júbilo e dor, de êxitos e fracassos, de ascensão e declínio, que legitimamente converte uma comunidade num só corpo e num só espírito. A busca, de todos ao mesmo tempo, da felicidade em sua expressão ilimitadamente humana, incorporando sua substância espiritual. Que existe sem conviver com ambições, vaidades, desvarios de poder, violência em suas múltiplas formas, mentiras, injustiças, arbitrariedades e hipocrisias. Germinando um humanismo que reside na densidade crescente das relações e dos laços humanos. Sedimentando e usufruindo a paz, que torna cada ser humano parte de uma pátria, de uma civilização, de uma concepção do mundo e da vida. Confere a cada pessoa consciência de sua responsabilidade e do seu papel. Exorciza o estigma dos egoísmos e das vaidades.
O pensador e historiador cristão Daniel-Rops, em excepcional biografia de Jesus Cristo ("Jesus no seu tempo") exorta a humanidade a vencer seus desafios através da paz, a paz interior, de espírito, que fortalece o homem e expurga todos os medos. Cita Nosso Senhor, ao testemunhar: "Eu vos disse tais coisas para terdes paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo" (João 16,33). As principais lideranças do mundo, que governam povos ditos cristãos, ignoram, com seus atos, a magnitude da paz. Que também é um mandamento, pois emerge de Deus. Fazer a paz. Construir a paz. Praticar a paz. Em escala planetária. E, particularmente, no âmbito de cada país. Os governantes não podem assumir uma postura de agressividade, deflagrando uma espécie de "guerra santa" contra seus adversários. Por quê? O radicalismo inviabiliza a paz. O Oriente Médio é exemplar.
Publicação: 03 de Janeiro de 2010 às 00:00
Cláudio Emerenciano - Professor da UFRN
A paz é um dom de Deus. Expressão perceptível da harmonia universal. Imantada no coração e na alma de cada um. Aspiração e sentimento. Estado de espírito e ação. Prerrogativa da humanidade em todos os tempos. Circunstância indispensável à ascensão espiritual, moral e cultural. Caminho da verdadeira civilização. Sem supremacias nem submissões. Aspiração de todos os povos, sem a qual não desfrutam plenamente de liberdade, justiça, bem-estar, dignidade, desenvolvimento e saber.
Os rostos de todos os homens. O olhar terno de uma criança e as feições suplicantes de um ancião. A perspectiva do futuro e a contemplação do passado. Todas as idades convergem para o sentido e a dimensão da paz. Que se ampliam na junção dos mais variados sentimentos humanos. Que se abrigam, por exemplo, nas casas dispersas na vastidão dos campos. Simples, humildes, pobres, mas riquíssimas em conteúdo humano. Pelos gestos e laços que cultivam. Onde luzes, à distancia, na escuridão da noite, parecem revelar o universo de sentimentos dos seus habitantes. Os sonhos. Os encantamentos. As esperanças. As promessas cumpridas, desfeitas ou renovadas. Atitudes e vínculos transbordantes de amor. A doação de uns pelos outros. A renúncia em favor de outrem. O ambiente de paz dos simples e humildes de coração. Jesus, despedindo-se dos seus apóstolos, na noite em que foi entregue aos seus algozes, dimensionou a importância, o sentido, o peso e a natureza divina da paz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá" (João 14,27). Infelizmente, em todos os tempos e lugares, a totalidade dos homens não alcança nem se identifica com o amor e a paz, elos indissolúveis entre Deus e a humanidade. Paz e amor são inseparáveis. Destinam os homens à sua verdadeira vocação, que transpõe à transitoriedade das coisas. Os meios se legitimam quando estão a serviço do bem e da felicidade dos homens. Os autoritarismos, bem definidos ou disfarçados, institucionalizados ou embrionários, são facilmente desmascarados por sua práxis: negar autonomia de cada homem, cada cidadão, para definir seus rumos e os da pátria.
A ação mais original e humana: a divisão do pão de uns com os outros. A solidariedade, sem privilégios, de alegrias e tristezas, de júbilo e dor, de êxitos e fracassos, de ascensão e declínio, que legitimamente converte uma comunidade num só corpo e num só espírito. A busca, de todos ao mesmo tempo, da felicidade em sua expressão ilimitadamente humana, incorporando sua substância espiritual. Que existe sem conviver com ambições, vaidades, desvarios de poder, violência em suas múltiplas formas, mentiras, injustiças, arbitrariedades e hipocrisias. Germinando um humanismo que reside na densidade crescente das relações e dos laços humanos. Sedimentando e usufruindo a paz, que torna cada ser humano parte de uma pátria, de uma civilização, de uma concepção do mundo e da vida. Confere a cada pessoa consciência de sua responsabilidade e do seu papel. Exorciza o estigma dos egoísmos e das vaidades.
O pensador e historiador cristão Daniel-Rops, em excepcional biografia de Jesus Cristo ("Jesus no seu tempo") exorta a humanidade a vencer seus desafios através da paz, a paz interior, de espírito, que fortalece o homem e expurga todos os medos. Cita Nosso Senhor, ao testemunhar: "Eu vos disse tais coisas para terdes paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo" (João 16,33). As principais lideranças do mundo, que governam povos ditos cristãos, ignoram, com seus atos, a magnitude da paz. Que também é um mandamento, pois emerge de Deus. Fazer a paz. Construir a paz. Praticar a paz. Em escala planetária. E, particularmente, no âmbito de cada país. Os governantes não podem assumir uma postura de agressividade, deflagrando uma espécie de "guerra santa" contra seus adversários. Por quê? O radicalismo inviabiliza a paz. O Oriente Médio é exemplar.
Vitor mango- Pontos : 117530
Re: Gestos e laços sem fim
E, particularmente, no âmbito de cada país. Os governantes não podem assumir uma postura de agressividade, deflagrando uma espécie de "guerra santa" contra seus adversários. Por quê? O radicalismo inviabiliza a paz. O Oriente Médio é exemplar.
Vitor mango- Pontos : 117530
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