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O fim do 'apartheid' sexual

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Mensagem por Vitor mango Sáb Jan 23, 2010 1:35 am

O fim do 'apartheid' sexual

por RUI PEDRO ANTUNESHoje
O fim do 'apartheid' sexual

No mês em que a Assembleia da República aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o DN encontrou um país onde já não existem "guetos homossexuais". Do Porto a Lisboa, as cores do arco-íris esbatem-se, apagando uma diferença que é cada vez mais igual. Porém, continuam a destacar-se os espaços onde o preconceito fica à porta. São autênticos oásis de liberdade para aqueles que têm uma opção sexual diferente da maioria.

Afonso passa a mão pela face do namorado e, de seguida, dá-lhe um beijo na boca. Está no meio de um café do Porto, à luz do dia, mas isso não importa. Os olhares indiscretos, os cochichos seguidos de sorrisos trocistas e as "bocas homofóbicas" ficam à porta do Atelier. "Aqui sinto-me completamente à vontade e quando estou com alguém, somos como um casal hetero num qualquer bar do Porto", explica o estudante.

Afonso Correia (nome fictício) frequenta o Atelier desde que o café abriu há dois anos e sempre se sentiu "em casa". Tal como outros espaços que são referenciados em roteiros gays, este café é uma espécie de "oásis onde os homossexuais sabem que não vão ser discriminados". Num país que viu recentemente o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser aprovado no Parlamento, já não existe um mundo paralelo com as cores do arco- -íris, mas continuam a distinguir- -se os espaços onde a "diferença" não existe.

Foi um projecto assim que o proprietário do Atelier quis criar. Um espaço onde, independentemente da opção sexual, as pessoas pudessem trocar afectos sem olhares recriminadores. "Às vezes até ficam à vontade de mais, esticam- -se, e eu tenho que chamar a atenção", conta Miguel Rodrigues. "Desde que haja decência, todos podem entrar aqui. Não me interessa que sejam gays, heteros ou do Futebol Clube do Porto", acrescenta.

No Atelier, destacam-se um piano brilhante e máquinas de cerveja camufladas por saxofones prateados. Afonso, enquanto cliente habitual, tem outra visão sobre o espaço: "Os homossexuais que são assumidos ficam mais junto à porta, enquanto aqueles que não o fizeram escolhem as zonas mais recatadas do café para se sentarem."

Quando Miguel, 49 anos, descobriu a sua homossexualidade só havia um bar no Porto onde podia estar à vontade: o Bustos. "Tinha de vir a pé ou apanhava o eléctrico para ir da Foz até à Baixa e esse barzinho por cima do hotel D. Henrique era o único onde era tolerada a homossexualidade", explica o empresário. Hoje, ele próprio é dono de dois espaços que "fazem parte do roteiro gay do Porto" e se situam numa rua também ela conotada com a comunidade: a Barbosa de Castro, perto da Torre dos Clérigos.

Mas se durante o dia o Atelier é um café, à noite tudo muda. O preço de um cimbalino, por exemplo, passa de sessenta cêntimos para dois euros. O dono admite que o preçário acaba por fazer uma "triagem" relativamente ao público que ali se dirige. As melodias que se ouvem nas rádios da moda são trocadas por Frank Sinatra, Louis Armstrong e música francesa. O piano começa a tocar, os uísques são proeminentes em cima das mesas. Às vezes, alguém traz um violino, noutras, dança-se o tango. No entanto, desengane-se quem pensar que se trata de um círculo homossexual fechado. "Às vezes 90% das pessoas que aqui estão são gays, mas também acontece o contrário", explica Miguel Rodrigues.

Miguel também é dono do Boys'R'Us, localizado a poucos metros do Atelier e um dos bares mais famosos entre a comunidade homossexual. Apesar de ter um público mais ecléctico, esbatido pela escuridão do espaço, Miguel Rodrigues garante que "curiosamente, vão mais políticos, actores e pessoas da alta sociedade ao 'Boys' do que ao Atelier". Motivo: "O Atelier tem muita luz, não tem cortinas e quem não saiu do armário sente-se mais constrangido."

"Uma vez estava uma figura pública no 'Boys', quando de repente viu uma mulher de vestido vermelho a descer as escadas. Assim que a viu, atirou-se para trás do balcão e ficou lá de cócoras. Fui atrás do balcão e essa pessoa disse-me: 'Miguel, tens de me tirar daqui sem ninguém me ver.' Chovia a potes nesse dia, mas o único sítio onde o podia pôr era no logradouro. E ele ali ficou das 02.00 às 04.30, à chuva e à espera que o bar ficasse vazio, só porque não se queria assumir." Esta é uma das muitas histórias que se passaram naquele espa- ço que Miguel conta com humor.

Quem anda há menos tempo nestas andanças é Stéphane Fanucchio, que há seis meses abriu o Marais, na Rua de Santa Catarina, em Lisboa. O nome diz tudo. "Les Marais" é um bairro parisiense que dá cor a uma margem do Sena e está associado à comunidade gay.

No entanto, foi em Portugal que tudo começou. Há dois anos, Stéphane veio passar férias a Lisboa e conheceu o seu namorado, português, na discoteca Trumps. Aliás, esta 'disco', situada na zona do Príncipe Real, é associada ao círculo LGBT, como comprova o rótulo dado pelos responsáveis: "Hetero friendly".

Em Junho de 2009, Stéphane e Tó Zé conseguiram finalmente abrir o bar. Até agora tudo tem corrido bem e, como explica Stéphane, "em breve o Marais vai passar a ser referenciado no guia [homossexual] Spartacus e no mapa gay de Lisboa". É com orgulho que o diz.

O espaço é acolhedor e, por obra do acaso, a televisão projecta um beijo lésbico numa das paredes coloridas. Trata-se do reality show da MTV, Doube Shot of Love, que pouco antes da hora do jantar passava tanto naquele bar como em muitos lares do País. A aceitação da homossexualidade em Portugal é cada vez maior, diminuindo a guetização a que a comunidade gay já esteve sujeita.

No entanto, há ainda passos a dar. É por isso que Stéphane diz que o Marais pretende intervir de forma mais activa na causa gay. "Queríamos ter participado mais na luta pelo casamento homossexual e queremos passar a participar no Gay Pride", conta.

Porém, se o Marais não esconde o lado friendly, Stéphane lembra que "o bar está aberto a toda a gente". Os vários casais homossexuais que frequentam o espaço chegam a partilhá-lo, "por exemplo, com uma senhora de 72 anos que aqui vem beber café todos os dias".

O espaço é acolhedor e mistura um mobiliário IKEA com uma linha mais aristocrata. Símbolo gay, só mesmo num olhar mais repescado a uma garrafa de vodka ou aos livros de banda desenhada que acompanham a mesa de apoio. Salta à vista um livro do Tintim em francês, no mês em que um colunista do Times defendeu a homossexualidade do repórter belga. Coincidência?

Em Portugal já não existem "apartheid s sexuais" nem "guetos homossexuais". "O 'aqui menino não entra' ou 'aqui menina não entra' já acabaram há muito tempo", defende o co-proprietário do bar Maria Caxuxa, João Gonzalez, que rejeita "rotular" o seu bar como "gay friendly". Porém, é assim que este bar situado no Bairro Alto em Lisboa é conotado.

"Nós somos gay friendly. E então? Todo o Bairro é gay friendly", dispara João Gonzalez. O empresário admite que tem "30 ou 40% de clientes homossexuais", mas reforça que falar em espaços gays "é uma não questão, pois pouco importa se as pessoas dormem com homens, mulheres ou com o cão. É irrelevante".

João Gonzalez garante que "aqui os homossexuais hão-de sempre estar à vontade" e defende que "a verdadeira liberdade sexual do País se deve ao Bairro". De noite ou de dia, os casais homossexuais que deambulam pelas estreitas ruas do Bairro Alto, pouco se importam com o que os rodeia.

João dirige-se ao Capela, também rotulado de gay friendly. Ao mesmo tempo, vai explicando como o Bairro se tornou numa "ilha de liberdade onde não há tabus". Na Bica é igual. Quem o garante é o proprietário do Bicaense, conhecido por "Micas", que afiança que "foram bares como estes que acabaram com os guetos de homossexuais em Portugal".

A poucos metros dali, encontra-se o Sétimo Céu, também associado ao público homossexual. As paredes vermelhas daquele espaço são ornamentadas com fotografias e objectos de troncos masculinos desnudos.

Porém, são duas mulheres que trocam sorrisos cúmplices numa mesa mais recatada. Filipa e Lídia (nomes fictícios) vão explicando que preferem aquele espaço para passar a noite porque ali estão "completamente à vontade" e não correm o risco de "ser chateadas". Já foram a outros bares de Lisboa onde sentiram "discriminação" pela opção sexual e, por isso, preferem "sair à noite para o Sétimo Céu ou para o Purex". O facto de ser bastante frequentado pelo público homossexual já valeu ao Purex uma designação deselegante na gíria da noite lisboeta: "fufex".

Contam-se pelos dedos os estabelecimentos em que os proprietários assumem que têm uma oferta direccionada para o público gay. No entanto, há vários espaços conotados com a comunidade homossexual. Em termos de discotecas, o Lux, o Maria Lisboa, o Trumps (em Lisboa) e o Zoom (no Porto) estão no top das referências gay friendly em fóruns e sites direccionados para homossexuais.

Porém, o Lux é um dos exemplos em como os espaços acabam por ter tanto heteros como homossexuais como público-alvo. O mesmo acontece com restaurantes de luxo como o Pap'Açorda ou a Bica do Sapato, onde a sexualidade dos clientes é secundária. Ao contrário, claro, da carteira. Num fórum de um site homossexual podia ler-se um comentário sobre a Bica do Sapato que dizia: "Não é um restaurante gay friendly, é um restaurante money friendly."

Ainda assim, há espaços que envergam sem problemas a bandeira do arco-íris. Na discoteca Finalmente, situada no Príncipe Real, entram pessoas de "todos os estratos sociais".

Logo à entrada, cartazes com homens nus decoram uma parede rosa choque, enquanto clientes habituais cumprimentam o porteiro com dois beijos na cara.

Em cerca de dez minutos, o porteiro Joel Gil falou inglês, francês, espanhol e deu cartões a clientes "dos 18 aos 80".

Joel Gil não tem pudor em admitir que "o bar é mesmo direccionado a gays. Temos um show diário de travesti, gostamos muito do termo gay friendly, mas até somos mais do que isso".

Na loja de decoração Eder Val, um S. Sebastião - símbolo gay - dá as boas-vindas a quem entra. Da mesma forma descomplexada que aquela figura de porcelana foi ali colocada, Mário Martins assume que na loja "há vários objectos direccionados para o público homossexual". O gerente da Eder Vale, também ele homossexual, explica que a "atitude gay friendly da loja deixa os homossexuais que aqui vêm mais à vontade".

A Eder Vale oferece serviços de decoração de interiores e quando "vamos a casa dos clientes homossexuais eles não têm rodeios connosco". No entender de Mário Martins, "os homossexuais são mais ousados na escolha das cores, na escolha dos modelos e das marcas". Pelas prateleiras e expositores da Eder Vale vêem-se desde produtos de marcas de luxo, como a Hermès, a outros igualmente caros e com "motivos associados aos homossexuais, como os Etruscos".

Existem ainda em Portugal outro tipo de serviços conotados com a comunidade gay. Exemplo disso é a Zayas Editora que funciona através da Internet e é uma assumida "editora LGBT". A banda desenhada gay ou o guia Spartacus são alguns dos artigos em destaque na "livraria online" desta editora. Há ainda agências de viagem exclusivamente direccionadas à comunidade homossexual, como é exemplo a Rainbowpoint. Esta agência oferece serviços como "escapadelas, dentro e fora de Portugal e viagens de médio e longo curso com estadias exclusivas em hotéis Very Welcome Gay ".

Na mesma postura de todos os proprietários com quem o DN falou, Alberto Ferreira, 43 anos, diz que o seu salão de cabeleireiro é "gay friendly, mas também é black friedly, chinese friendly, e por aí fora, pois só não atendemos intolerantes". Alberto Ferreira é dono do Anjos Urbanos, situado na Baixa do Porto, onde todos os funcionários são homossexuais.

Não sendo um café, como o Atelier, o Anjos Urbanos também tem um piano e uma decoração arrojada. O ambiente é descontraído e de brincadeira, como se notou quando Alberto se preparava para posar para as objectivas. Nesse momento, um dos seus funcionários disse: "Parece a America Next Top Model." Depois da risada geral, foi com bom humor que Alberto respondeu: "Pelo menos não tenho que dar um beijinho à Tyra."

Alfredo - que já foi espancado "por um indivíduo de extrema-direita" - confessa "estar farto" da temática gay , pois acredita que o País "já ultrapassou essa fase". O cabeleireiro partilha um desejo com os outros homossexuais com quem o DN falou: que um dia as reportagens sobre homossexualidade, como esta, deixem de existir.
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Mensagem por Vitor mango Sáb Jan 23, 2010 1:42 am

calma pessoal eu nao li o artigo nem vou le.lo mas vou seguir as bases de anotaçoes
Ja garanti a vossas excelencias que nao tenho a pax de espirito para analisar o gozo que um gay tem a levar no pacote
Como nunca experimentei ja me arrisco de saber que perco algo ou alguma coisa
Se o plano for levadao para o sentimental ..ai bye bye
Um paralitico tem Jopgos olimpicos para deficientes e nao pode competir com os ANICULOS de perna veloz
A gasosa nao pode ser misturada no vinho nos altares

E se a liberdade de sexo deve ser lçevada ao extremo
Pergunto

Qial a razao de uma fruta nao ter legalizada a sua profissao ?
Afinal ela leva naquilo que é dela e quem la vai despejar as bolas o faz por vontade de aperto sexual ( ou outro )
Um padre nao despeja as bolinhas na prima porque vai para o inferno e portanto escolhe o santificado do despejo hormonal
Assim meus caros amigos o Socrates levou na facies com o discurso do carde<azl Patriaraca
No duro !
ahh ahha ahhh o cardeal que va levar na ```` pois ..pois brinquem ka igreja e depois quando quizerem batatinha ajoelhem e ergam as maozinhas ao ceu

repito
bye bye gays lewvem onde quizerem mas longe do manguelas
Vitor mango
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