Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Militar fez 'bluff' e conseguiu sozinho tomar o aeroporto

Ir para baixo

Militar fez 'bluff' e conseguiu sozinho tomar o aeroporto Empty Militar fez 'bluff' e conseguiu sozinho tomar o aeroporto

Mensagem por Vitor mango Seg Mar 08, 2010 6:52 am

Militar fez 'bluff' e conseguiu sozinho tomar o aeroporto

Hoje

O coronel Costa Martins, que morreu no acidente aéreo de sábado, tornou-se conhecido por ter feito bluff na revolução de 25 de Abril de 1974. Este capitão de Abril estava responsável pela tomada de um dos pontos estratégicos naquela operação, o Aeroporto Internacional da Portela, em Lisboa, onde chegou sozinho. Mas não desistiu, avançou, anunciou que a zona estava cercada por forças militares e acabou por conseguir, sozinho, tomar o controlo do aeroporto.

Estava tudo estudado e programado, prevendo-se então que José Inácio da Costa Martins teria o apoio das forças terrestres, "que deveriam ter secundado a aproximação, mas atrasaram-se", recordou Tasso Figueiredo, outro militar da Revolução de Abril.

Costa Martins percebeu que "estava sozinho, mas disse que o aeroporto estava cercado por forças militares", lembrou o amigo.

Com o sucesso da operação, o marechal António Spínola, então presidente da Junta de Salvação Nacional - e o primeiro presidente da República após a Revolução dos Cravos -, convidou Costa Martins para ser membro do Conselho de Estado. Essa proposta foi-lhe feita no dia 31 de Maio de 1974.

Costa Martins seria também convidado para o cargo de ministro do Trabalho dos governos provisórios do primeiro-ministro Vasco Gonçalves. Aceitou a função que ocupou até Setembro de 1975, altura em que Vasco Gonçalves perdeu a sua influência, na sequência do Verão Quente.

Enquanto ministro do Trabalho, teve um papel importante na criação do salário mínimo nacional e do 13.º mês de salário e de outras conquistas sociais que vieram a ser consagradas na Constituição da República, frisou Rui Fernandes, da Comissão Política do PCP.

Com a transição do poder para o almirante Pinheiro de Azevedo (VI Gov.), o então major Costa Martins abandonou o cargo e o País.

Tasso Figueiredo recordou que a carreira de Costa Martins só foi "reconstruída" muitos anos mais tarde, após "um processo judicial que moveu contra o Estado" e que acabou por ordenar a sua reintegração na Força Aérea. Foi promovido ao posto de coronel, sem nunca ter voltado às fileiras.

O deputado e historiador Fernando Rosas lamentou ontem que Costa Martins tenha morrido sem conseguir do Governo a "reabilitação integral" após a justiça o ter ilibado de uma acusação de desvio de dinheiros públicos.

"Morreu seguramente amargurado pelo facto de o Governo nunca ter publicamente assumido a sua reabilitação integral quanto às acusações comprovadamente caluniosas e injustas que lhe foram feitas", disse Fernando Rosas.

Foi acusado de ter desviado fundos da campanha que lançou, enquanto ministro do Trabalho, "Um dia de salário para a Nação", tendo sido ilibado pelos tribunais.

"Mas houve aspectos da parte do Estado, da parte do Governo, em que nunca obteve justiça", assinalou Fernando Rosas à Lusa.

Revelou que, após uma conversa recente com Costa Martins, se preparava para apresentar um requerimento à actual ministra do Trabalho, Helena André, para que "tomasse a iniciativa de divulgar publicamente os resultados de um inquérito feito no ministério há uns anos e que o ilibavam".

Costa Martins, nascido em Messines, Silves, em 1938, dividia ultimamente o seu tempo entre a sua casa de Lisboa e o Algarve. O funeral realiza-se amanhã.
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 117576

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos