José Eduardo Moniz e a TVI

Filipe Pacheco
filipepacheco@negocios.pt


O ex-director-geral da TVI, José Eduardo Moniz, disse hoje que o administrador da Media Capital, Juan Herrero, lhe terá transmitido que com a “sua saída da estação havia esperança da Prisa retomar negociações com outra empresas, até com a PT”.

O agora vice-presidente da Ongoing Media relatou na comissão de Ética parlamentar sobre liberdade de expressão várias pressões que partiram da Prisa e de administradores da Media Capital sobre a informação da estação. “O Miguel Gil chegou-me a falar de pressões ao mais alto nível vindas de Espanha”, contou.

José Eduardo Moniz referiu que as pressões sobre a direcção de informação existiram desde os tempos em que Miguel Pais do Amaral entrou como accionista da empresa. Pais do Amaral, segundo Moniz, afirmou que “não queria ver os seus negócios prejudicados pela informação da TVI”.

Moniz considerou ainda que a entrada Prisa na estação veio agravar ainda mais a situação. “Polanco disse que a Prisa não era socialista mas que tinha uma visão sobre a sociedades”, contou Moniz, que acrescentou que havia uma atitude dos administradores da Prisa no sentido de se aproximarem ao poder”, relata. Moniz, que nunca acrescentou nunca ter aceitado uma inflexão da linha editorial da estação como foi reiteradamente “pedido pelos administradores da Prisa”

Para quem tanto se queixa, Moniz não se saíu nada mal.

Além das prebendas que trouxe com a saída da TVI, ainda foi para vice-presidente da ONGOING que está neste momento a negociar a compra da TVI.

Provavelmente, de director geral da TVI, ainda vai ser promovido a Administrador da Ongoing, que passará a ser a dona da TVI.

Isto é o que se chama um "golpe de mestre".

E o mau da fita é o Sócrates!