Polícia indonésia mata cérebro de atentados de Bali

Polícia indonésia mata cérebro de atentados de Bali

por SUSANA SALVADOR
Hoje


Autoridades de Jacarta aguardam os resultados dos testes de ADN para celebrarem a morte do perito em bombas, Dulmatin

Em 2008, as autoridades filipinas anunciaram a morte de Dulmatin, "O Génio" da Jemaah Islamiyah, suspeito de detonar as bombas que mataram 202 pessoas em Bali, em Outubro de 2002. Depois, tiveram de desmentir a informação. Agora, a polícia indonésia revelou ter morto três membros do grupo islâmico, um dos quais um "nome grande". Até ter os resultados dos testes de ADN, Jacarta não quer confirmar que é Dulmatin, como indicam as fontes anónimas.

"Se a sua identidade for confirmada, nós ficaremos muito satisfeitos pelo terrorista mais procurado ter sido morto", disse à AFP o responsável da luta antiterrorista no Ministério da Segurança da Indonésia, Ansyaad Mbai. O alegado cérebro dos atentados de Bali, de 40 anos, terá sido morto num cybercafé em Pamulang, arredores de Jacarta, depois de uma troca de tiros com a polícia.

Os EUA ofereciam dez milhões de dólares em recompensa por informações que pudessem levar à sua detenção. As últimas informações eram de que estava nas Filipinas. Dulmatin será o único membro da Jemaah Islamiyah com formação no fabrico de bombas. Em finais da década de 1990 terá recebido treino nos campos da Al- -Qaeda no Afeganistão.

Outros dois membros do grupo cujo nome significa "Comunidade Islâmica" foram também mortos ontem noutra operação policial em Jacarta, quando tentavam fugir de mota. As autoridades indonésias têm intensificado as suas acções contra o terrorismo nos últimos dias, em especial na província de Aceh, em vésperas da visita do Presidente dos EUA, Barack Obama, a 20 de Março. Tem sido graças ao apoio norte-americano e australiano que o país tem conseguido enfraquecer a Jemaah Islamiyah - que luta desde o início dos anos 1990 pelo estabelecimento de um Estado islâmico no Sudeste asiático.

O atentado suicida de 12 de Outubro de 2002 ocorreu numa zona turística de Bali, razão pela qual 168 das 202 vítimas eram estrangeiros (a maioria australianos). Esse foi o mais grave atentado em solo indonésio. Pelo menos 30 pessoas foram julgadas e condenadas pelos ataques, tendo três dos alegados bombistas sido executados em Novembro de 2008. O seu líder, Dulmatin, escapou sempre às autoridades.

O último atentado na Indonésia ocorreu a 17 de Julho de 2009 e teve como alvo dois hotéis de luxo de Jacarta, resultando na morte de sete pessoas (além dos dois bombistas suicidas). O alegado cérebro destes ataques, o malaio Noorden M. Top, foi morto numa operação policial indonésia dois meses mais tarde.

In DN