JUSTIÇA SINDICAL
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JUSTIÇA SINDICAL
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Por razões fúteis de explicar, não leio o i. Mas isto que me fizeram chegar dá que pensar. Em artigo assinado por Inês Cardoso, publicado anteontem, o jornal do grupo Lena revela:
«Os dois procuradores que conduzem a investigação ao processo Freeport não pretendiam denunciar as pressões de Lopes da Mota por entenderem que o caso não tinha a relevância que acabou por assumir. A acusação foi precipitada pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, havendo no processo disciplinar, a que o i teve acesso, alusões a uma “estratégia de política sindical” relativamente ao episódio que alimentou meses de debate público, levou por duas vezes o ex-ministro da Justiça, Alberto Costa, ao parlamento e culminou na demissão de Lopes da Mota da presidência da Eurojust.»
Também ficamos a saber que o procurador Paes de Faria confessou ter ficado «surpreendido e não menos incomodado» quando ouviu o presidente do sindicato, João Palma, prestar na televisão declarações sobre as pressões. Segundo o i, o procurador Paes de Faria seria «próximo de João Cravinho e eventualmente hostil ao primeiro-ministro».
Os comentadores que tão pressurosamente se babaram com a demissão de Lopes da Mota deviam reflectir nestas histórias de porteira. Uma vez instalada, a cultura da vendetta fará o seu caminho. Ou julgam que os seus, quando chegarem ao poleiro, têm direito a blindagem?
posted by Eduardo Pitta
Por razões fúteis de explicar, não leio o i. Mas isto que me fizeram chegar dá que pensar. Em artigo assinado por Inês Cardoso, publicado anteontem, o jornal do grupo Lena revela:
«Os dois procuradores que conduzem a investigação ao processo Freeport não pretendiam denunciar as pressões de Lopes da Mota por entenderem que o caso não tinha a relevância que acabou por assumir. A acusação foi precipitada pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, havendo no processo disciplinar, a que o i teve acesso, alusões a uma “estratégia de política sindical” relativamente ao episódio que alimentou meses de debate público, levou por duas vezes o ex-ministro da Justiça, Alberto Costa, ao parlamento e culminou na demissão de Lopes da Mota da presidência da Eurojust.»
Também ficamos a saber que o procurador Paes de Faria confessou ter ficado «surpreendido e não menos incomodado» quando ouviu o presidente do sindicato, João Palma, prestar na televisão declarações sobre as pressões. Segundo o i, o procurador Paes de Faria seria «próximo de João Cravinho e eventualmente hostil ao primeiro-ministro».
Os comentadores que tão pressurosamente se babaram com a demissão de Lopes da Mota deviam reflectir nestas histórias de porteira. Uma vez instalada, a cultura da vendetta fará o seu caminho. Ou julgam que os seus, quando chegarem ao poleiro, têm direito a blindagem?
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