«Coelho é uma versão pior de Sócrates»

«Coelho é uma versão pior de Sócrates»
Hugo Velosa não ficou surpreendido com o episódio provocado por Pedro Passos Coelho, anteontem quando tentou se desculpar a Jardim. O incidente acabou por marcar os trabalhos à noite e pode ter custado votos a Passos Coelho, apesar de ontem de manhã o candidato já ter dito não acreditar nessa hipótese.
Tal como ontem demos conta, no final da sua intervenção sábado à noite, Passos Coelho quis, aparentemente, guardar o machado de guerra no relacionamento com Jardim e fê-lo da seguinte forma: «Não é só o senhor que sabe perdoar ao engenheiro Sócrates. Eu também sei perdoar, e também espero que saiba perdoar».
Ora, logo depois, o presidente do PSD-M anunciou o apoio a Paulo Rangel e sobre o episódio apenas disse não saber o que Pedro Passos Coelho tinha a perdoar, porque não sabe o que lhe terá feito.
Hugo Velosa, deputado à Assembleia da República, considera que o caso não foi acidental.
«Foi o Pedro Passos Coelho igual a si próprio», comentou Hugo Velosa, considerando que se este candidato for eleito líder do PSD será «uma versão pior do engenheiro José Sócrates».
Não obstante, Hugo Velosa não quer falar em rupturas nas relações entre as estruturas do partido, lembrando «que a história tem sido feita, por vezes, de relações difíceis entre o PSD-Madeira e o PSD nacional e as situações foram sempre ultrapassadas, como agora julgo que deverá acontecer».
Guilherme Silva assume um discurso mais apaziguador, mas reconhece que Passos Coelho não foi feliz. «Esse incidente foi algo mal conduzido pelo próprio Passos Coelho, mas não passou disso», referiu.
De qualquer dos modos, o social-democrata entende que o aperto de mão entre os dois protagonistas «significa o encerramento de qualquer conflito e acho que ambos têm dimensão e estatura para que assim seja», desejou.
Correia de Jesus, também deputado à Assembleia da República, entende, no entanto, que neste momento Passos Coelho já não tem hipótese na corrida à liderança do PSD.
«Para quem assistiu com atenção, compreende que hoje a disputa é mais entre o Paulo Rangel e o Aguiar-Branco, porque a candidatura de Passos Coelho está com um declive que não susceptível de ser neste momento encarada seriamente», disse, acusando ainda aquela candidatura de recorrer a métodos «pouco democráticos».
Porém, caso Passos Coelho vença, «o PSD-Madeira tem estado sempre a altura das circunstâncias e também saberá conviver com essa situação», reagiu.

Palco importante para candidatos

No final dos trabalhos do XXXII Congresso, que decorreu este fim-de-semana em Mafra, Guilherme Silva disse que só a afluência dos congressistas, muitos ficaram até às 03h00, já justificou, por si, esta reunião.
O social-democrata interpreta esta circunstância como «um sinal de que o país está empenhado, vivo e que naturalmente antecedendo este congresso as eleições directas serviu palco importante para que os candidatos e os diferentes apoiantes das candidaturas pudessem aqui anunciar os seus pontos salientes dos seus programas».
Face a uma eventual mudança de forças de poder no país, Guilherme Silva explicou que o posicionamento da Madeira no congresso foi o de «apoiar o candidato mais claro». É sabido que Guilherme vai votar Rangel, é até seu mandatário regional. E ontem voltou a fazer a defesa da candidatura: «Toda a gente refere-se a Paulo Rangel como o novato do partido, mas em termos de Autonomia tem uma história decorrente da circunstância de ser docente universitário de Direito Constitucional e ter obra escrita relativamente às autonomia, e isso dá-nos alguma tranquilidade», salientou.

Alberto João Jardim não compareceu no segundo dia do XXXII Congresso do PSD, que se realizou em Mafra. A delegação da Madeira estava aliás menos representada do que no primeiro dia.

Por não ser electivo, os restantes partidos políticos não foram convidados para estarem presentes no encerramento do Congresso

Não há indicações expressas do PSD-Madeira sobre quem apoiar nas eleições de 26 de Março, mas já são vários os notáveis que anunciaram o apoio a Paulo Rangel. Alberto João Jardim, João Cunha e Silva, Hugo Velosa e Guilherme Silva são alguns dos nomes já conhecidos.

O XXXII Congresso Nacional do PSD aprovou com aclamação uma moção na qual a reunião magna dos social-democratas se solidariza com os madeirenses e enaltece o esforço do povo na reconstrução da ilha. O pri­meiro subscritor desta moção foi Nuno Deleure.


Alberto Pita

Correia de Jesus, também deputado à Assembleia da República, entende, no entanto, que neste momento Passos Coelho já não tem hipótese na corrida à liderança do PSD.
«Para quem assistiu com atenção, compreende que hoje a disputa é mais entre o Paulo Rangel e o Aguiar-Branco, porque a candidatura de Passos Coelho está com um declive que não susceptível de ser neste momento encarada seriamente», disse, acusando ainda aquela candidatura de recorrer a métodos «pouco democráticos».
Porém, caso Passos Coelho vença, «o PSD-Madeira tem estado sempre a altura das circunstâncias e também saberá conviver com essa situação», reagiu.

O puro clubismo, no seu melhor... ou pior?!?!

O social-democrata interpreta esta circunstância como «um sinal de que o país está empenhado, vivo e que naturalmente antecedendo este congresso as eleições directas serviu palco importante para que os candidatos e os diferentes apoiantes das candidaturas pudessem aqui anunciar os seus pontos salientes dos seus programas».

O país estará empenhado e vivo, mas não assiste ao Sr. Guilherme Silva(Silva = Silva) o direito a interpretações nacionais gerais, a partir de um acontecimento partidário, que só vincula (e nem sempre)os repectivos militantes e simpatizantes...