Usam máscara para sequestrar e roubar mulheres
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Usam máscara para sequestrar e roubar mulheres
Usam máscara para sequestrar e roubar mulheres
por ISALTINA PADRÃO
Hoje
Grupo de jovens altamente violento fez pelo menos nove vítimas em dois meses
Sempre mascarados, um deles com uma "caraça de Carnaval medonha" - como a descreve a própria Polícia Judiciária (PJ) e como se pode ver na foto -, um grupo de jovens na casa dos 20 anos e altamente violento sequestrou e roubou, sob ameaça de uma pistola, pelo menos nove mulheres em apenas dois meses.
A PJ deteve um desses homens, de 25 anos, na quarta-feira e que já está em prisão preventiva, mas garante estarmos perante um "grupo de marginais muito perigosos e constituído por seis a oito elementos ainda por identificar".
Os crimes decorreram entre o início de Janeiro e 3 de Março em Lisboa e arredores - Cacém, Odivelas, Alfragide e Caxias. Em todos, a abordagem foi similar. Trocando informações via telemóvel, os agressores abordavam mulheres durante a noite ou madrugada. Viam uma mulher sozinha e, independentemente do seu perfil, seguiam-na até ao carro e aí dois ou três homens sequestravam-na e transportavam-na no próprio automóvel até a roubarem.
"Um dos indivíduos tomava o comando da viatura, enquanto os outros dois manietavam e vendavam a vítima com cachecóis no banco de trás", disse ao DN fonte da PJ, adiantando que era nestas condições e sob ameaças à integridade física, que os agressores exigiam os cartões de débito e o código. Já junto a um multibanco eram levantadas elevadas quantidades de dinheiro - entre os 400 e os 1800 euros - que ao todo somaram mais de cinco mil euros.
De acordo com a Judiciária, quando as vítimas resistiam a dar os cartões (podia ser um ou mais) ou forneciam o código errado (o que aconteceu em algumas situações), as ameaças eram redobradas. "Algumas mulheres chegaram a ter a arma de fogo apontada à cabeça e foram ameaçadas de morte, uma situação altamente traumatizante para as vítimas", sublinhou a fonte da PJ, acrescentando que algumas das mulheres disseram nos seus depoimentos que os agressores recebiam, através de telemóvel, instruções de alguém - ainda por identificar pela PJ - de como prosseguir.
Já na posse do dinheiro e de todos os objectos das vítimas que pudessem gerar lucro, como jóias, telemóveis ou computadores portáteis, as mulheres eram transportadas sempre manietadas, vendadas e sob ameaça para um outro local onde eram largadas à sua mercê e após uma tortura que, se nalguns casos durou 45 minutos, outros chegou a ultrapassar as seis horas.
As mulheres eram libertadas geralmente na zona da Amadora, onde a PJ pensa ser a sede onde estes indivíduos se reuniam e a zona de residência do indivíduo agora detido. Aqui, e após largarem as vítimas, os agressores entravam numa viatura que já estava à sua espera. A chave do carro das vítimas não era deixada à vista para que estas perdessem algum tempo à sua procura. Tempo esse que lhes permitia afastarem-se sem que as autoridades fossem alertadas.
Mas logo que foi possível, estas nove mulheres denunciaram a situação e a PJ investigou, estando ainda a fazer diligências para chegar aos restantes indivíduos que se encontram a monte e para apurar se, até à data, houve mais vítimas.
Com um mandado de busca do Tribunal de Sintra, a PJ apreendeu uma caçadeira de dois canos serrados sobrepostos, munições, uma pistola, telemóveis, gorros, cachecóis e a máscara. "Só o facto de terem uma caçadeira com estas características denuncia a prática de crimes altamente violentos", concluiu a fonte da PJ.
In DN
por ISALTINA PADRÃO
Hoje
Grupo de jovens altamente violento fez pelo menos nove vítimas em dois meses
Sempre mascarados, um deles com uma "caraça de Carnaval medonha" - como a descreve a própria Polícia Judiciária (PJ) e como se pode ver na foto -, um grupo de jovens na casa dos 20 anos e altamente violento sequestrou e roubou, sob ameaça de uma pistola, pelo menos nove mulheres em apenas dois meses.
A PJ deteve um desses homens, de 25 anos, na quarta-feira e que já está em prisão preventiva, mas garante estarmos perante um "grupo de marginais muito perigosos e constituído por seis a oito elementos ainda por identificar".
Os crimes decorreram entre o início de Janeiro e 3 de Março em Lisboa e arredores - Cacém, Odivelas, Alfragide e Caxias. Em todos, a abordagem foi similar. Trocando informações via telemóvel, os agressores abordavam mulheres durante a noite ou madrugada. Viam uma mulher sozinha e, independentemente do seu perfil, seguiam-na até ao carro e aí dois ou três homens sequestravam-na e transportavam-na no próprio automóvel até a roubarem.
"Um dos indivíduos tomava o comando da viatura, enquanto os outros dois manietavam e vendavam a vítima com cachecóis no banco de trás", disse ao DN fonte da PJ, adiantando que era nestas condições e sob ameaças à integridade física, que os agressores exigiam os cartões de débito e o código. Já junto a um multibanco eram levantadas elevadas quantidades de dinheiro - entre os 400 e os 1800 euros - que ao todo somaram mais de cinco mil euros.
De acordo com a Judiciária, quando as vítimas resistiam a dar os cartões (podia ser um ou mais) ou forneciam o código errado (o que aconteceu em algumas situações), as ameaças eram redobradas. "Algumas mulheres chegaram a ter a arma de fogo apontada à cabeça e foram ameaçadas de morte, uma situação altamente traumatizante para as vítimas", sublinhou a fonte da PJ, acrescentando que algumas das mulheres disseram nos seus depoimentos que os agressores recebiam, através de telemóvel, instruções de alguém - ainda por identificar pela PJ - de como prosseguir.
Já na posse do dinheiro e de todos os objectos das vítimas que pudessem gerar lucro, como jóias, telemóveis ou computadores portáteis, as mulheres eram transportadas sempre manietadas, vendadas e sob ameaça para um outro local onde eram largadas à sua mercê e após uma tortura que, se nalguns casos durou 45 minutos, outros chegou a ultrapassar as seis horas.
As mulheres eram libertadas geralmente na zona da Amadora, onde a PJ pensa ser a sede onde estes indivíduos se reuniam e a zona de residência do indivíduo agora detido. Aqui, e após largarem as vítimas, os agressores entravam numa viatura que já estava à sua espera. A chave do carro das vítimas não era deixada à vista para que estas perdessem algum tempo à sua procura. Tempo esse que lhes permitia afastarem-se sem que as autoridades fossem alertadas.
Mas logo que foi possível, estas nove mulheres denunciaram a situação e a PJ investigou, estando ainda a fazer diligências para chegar aos restantes indivíduos que se encontram a monte e para apurar se, até à data, houve mais vítimas.
Com um mandado de busca do Tribunal de Sintra, a PJ apreendeu uma caçadeira de dois canos serrados sobrepostos, munições, uma pistola, telemóveis, gorros, cachecóis e a máscara. "Só o facto de terem uma caçadeira com estas características denuncia a prática de crimes altamente violentos", concluiu a fonte da PJ.
In DN
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