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Está o Google a tornar-nos estúpidos?

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Está o Google a tornar-nos estúpidos? Empty Está o Google a tornar-nos estúpidos?

Mensagem por Vitor mango Dom Ago 31, 2008 1:53 am

Está o Google a tornar-nos estúpidos?


O motor de pesquisa mais popular do planeta revolucionou a forma como
acedemos à informação. Mas parece também ter ajudado a mudar a forma
como a lemos e processamos.



Nelson Marques











<table class="autorImg" align="right" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width="230"><tr><td>Está o Google a tornar-nos estúpidos? E23c2c02</td></tr><tr><td class="aiCenterCre" align="right">Ilustração Mário Cameira/who</td></tr><tr><td class="aiCenterDes" align="left">
</td></tr></table>



Está o Google a estupidificar-nos?" A inquietação, explorada pelo
ensaísta Nicholas Carr na última edição da revista americana 'The
Atlantic', fez soar o alarme. Como pode ser isso possível se, graças à
extraordinária invenção de Larry Page e Sergey Brin, até mesmo os menos
cultos têm à distância de um clique as respostas para se sentirem
capazes de ganhar o 'Quem Quer Ser Milionário?'. Como se, graças ao
mais famoso motor de pesquisa do mundo, deixou hoje de fazer sentido
saber menos que uma criança de 10 anos desde que haja um computador à
mão? Como, se pesquisas que antes poderiam levar dias numa qualquer
biblioteca pública podem ser agora realizadas em apenas minutos. Como?




O Expresso foi ouvir alguns especialistas sobre a forma como a
Internet tem afectado os nossos cérebros e as conclusões são
preocupantes: quanto mais tempo passamos na Internet, maior dificuldade
temos em nos concentrar numa leitura mais vasta e profunda, como a de
um livro. Da sociedade da informação nasceu um novo tipo de leitores:
mais contemplativos e menos interpretativos. Onde é que já ouvimos isto?




A pergunta de Carr é, naturalmente, provocatória. O autor não
pretende demonizar o Google, antes usá-lo como exemplo da forma como,
apesar das suas vantagens inequívocas, a afirmação da Web como o
"media" universal representa um elevado preço a pagar pelos nossos
mecanismos cognitivos. "Não me consigo concentrar se não houver
gratificação instantânea", admite Edson Medina, programador informático
há 10 anos, o que, nas suas próprias palavras, o coloca "no grupo dos
mais expostos" ao problema. "Tenho de reler inúmeras vezes as páginas
porque me distraio constantemente e perco-me. Muitas vezes, talvez a
maioria, acabo por desistir antes de terminar o livro. A minha
capacidade de concentração ruiu nos últimos anos e quer-me parecer que
não estou sozinho nisto".




Não está, de facto. Celso Martinho, co-criador do Sapo, o primeiro
motor de busca português, admite que a Internet também alterou a forma
como encara a leitura, bem como outras actividades que requerem
"concentração, atenção e dedicação". "Leio hoje de forma completamente
diferente do que fazia há cinco ou 10 anos. Faço-o em busca da
satisfação imediata, pulo capítulos ou partes desinteressantes, leio-o
na diagonal, adultero o livro".




Este tipo de comportamento foi identificado num dos poucos estudos
que relacionam o uso intensivo da Internet com alterações ao nível da
cognição. Investigadores do University College de Londres apontaram
algumas pistas sobre as mudanças que estão a ocorrer na forma como
lemos e pensamos. Os cientistas analisaram o comportamento dos
visitantes de dois sítios populares que permitem o acesso a livros
electrónicos, artigos e outras formas de informação escrita e
concluíram que os internautas efectuavam uma leitura superficial da
informação, saltando entre uma fonte e outra. Em média, não liam mais
de uma ou duas páginas de um livro ou artigo e raramente regressavam a
alguma fonte que já tivessem consultado.




"A consulta na Internet é geralmente feita de uma forma acelerada.
Muitas vezes, a leitura é feita na diagonal. O próprio modelo de
escrita é mais curto e, muitas vezes, menos cuidado. Está a ler-se
mais, mais rápido e em períodos mais curtos. A frase longa, tal como o
texto longo, não sobrevive", reconhece o neurologista António Freire. O
especialista admite também que as novas gerações, "com uma exposição
mais precoce e prolongada à Internet", possam estar a desenvolver
"novos modelos de formatação da leitura", rejeitando os hábitos de
leitura das gerações mais antigas, "que exigem uma enorme
disponibilidade, uma concentração mais prolongada e dirigida, e uma
reflexão mais profunda".




Apesar de não existirem ainda estudos aprofundados que explorem as
implicações cognitivas da nova sociedade da informação, parece inegável
que a Internet e invenções como o Google vieram alterar as formas
tradicionais de leitura. Os jovens de hoje não lêem necessariamente
menos que a geração anterior. Com o "instant messaging" e o SMS dos
telemóveis, lêem até provavelmente mais, mas fazem-no de forma
diferente, mais contemplativa e menos interpretativa, uma revolução
semelhante à que o advento da televisão provocou. "O problema", alerta
Celso Martinho, "é o tipo de informação que a Internet dá, e que os
motores de busca privilegiam, que é em grande parte desinformação,
efémera, sensacional, barata. É o "fast-food" dos conteúdos".




Para o professor universitário José Manuel N. Azevedo, o
desenvolvimento da sociedade da informação teve, pelo menos, uma
vantagem óbvia, ainda que esta tenha também um lado menos positivo.
"Sou um viciado em livros e se alguma coisa o Google e a Amazon, por
exemplo, fizeram foi facilitar a localização de livros interessantes e,
consequentemente, diminuir a minha conta bancária. Leio, por isso,
tanto ou mais do que lia há 10 anos".




Em particular no caso dos mais jovens, explica Azevedo, o reverso da
medalha está na dispersão, provocada por dois excessos: um de
informação e outro de solicitações. O primeiro faz com que os
estudantes tenham dificuldade "em separar o trigo do joio, isto é,
ajuizar a informação que encontram". O segundo, torna a concentração
muito mais difícil. "O computador junta muitos ambientes que
antigamente estavam separados. Estudávamos na biblioteca, trabalhávamos
nas salas de aula, conversávamos na cantina, ouvíamos música em casa ou
nos bares e discotecas. Agora está tudo reunido num único local. E há
tanta coisa interessante à distância de um clique.
Vitor mango
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Está o Google a tornar-nos estúpidos? Empty Re: Está o Google a tornar-nos estúpidos?

Mensagem por Vitor mango Dom Ago 31, 2008 2:00 am

"A consulta na Internet é geralmente feita de uma forma acelerada.
Muitas vezes, a leitura é feita na diagonal. O próprio modelo de
escrita é mais curto e, muitas vezes, menos cuidado. Está a ler-se
mais, mais rápido e em períodos mais curtos

mas há vantagens A gente nao sabendo se o mantorras é um astronauta ou um cientista vai ao Google e clica e retira a ignorância dos miolos
a gente precisa de uma foto de uma madame IN clica e aparece
A gente quer fazer uma tradução de russo para alentejano clicamos e jata
Vitor mango
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