Do golpe militar ao golpe palaciano
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O Pedro Correia teve a amabilidade de me convidar para escrever um post no Delito de Opinião, o que aceitei de imediato e agradeço. Ainda pensei alinhavar as minhas notas de leitura ao recente livro de Carlos Brito, Álvaro Cunhal Sete Fôlegos do Combatente. Ou, pelo menos, a uma parte que considero relevante: se o golpe militar de 25 de Abril de 1974 tivesse fracassado (e podia ter acontecido) seria tratado, por Álvaro Cunhal, como uma aventura «putchista e oportunista» – assim tinha classificado a saída da coluna das Caldas da Rainha, a 16 de Março. Como se tratou de um golpe militar vitorioso, passou a ser o resultado da estratégia definida pelo dirigente comunista, em 1964, no Rumo à Vitória. A história – a interpretação dos factos a posteriori – é feita destes pequenos nadas. Mas achei que, apesar do interesse, este não era um tema actual, um assunto do nosso quotidiano.
Por isso, deslizo para outro tema. Mais actual, a saltar de fresquinho: o apoio do PS – decidido na Comissão Nacional, no Domingo – à candidatura presidencial de Manuel Alegre (nesta reunião escapou-me um pormenor: como é que uma votação envolvendo um nome é feita por braço no ar?). Penso que à actual direcção do PS não lhe restava outra alternativa. Os dados estavam lançados há muito tempo e o PS amarrado a Alegre, desde há muito tempo, nas presidenciais. José Sócrates teve o mérito de impedir uma profunda clivagem no interior do partido, ao apoiar o poeta, sem deixar de se distanciar do apoio concedido. A partir de agora, a batata quente passou para as mãos do candidato que tanto se empenhou na «frente popular» entre a extrema-esquerda e o socialismo democrático, uma quimera provavelmente ainda de origem argelina. Durante os próximos seis meses, Manuel Alegre vai andar num rodopio, em bolandas entre os apelos de Louçã contra os «banqueiros e os capitalistas sanguessugas» e as medidas de austeridade do governo a atingirem também os desempregados. Será um autêntico cata-vento, sem coerência, sem estratégia, sem rumo.
Mas, nesta novela «presidencial», em que o PS se deixou envolver, o mais relevante é o facto de Manuel Alegre, deputado do PS durante 34 anos, se ter disponibilizado para protagonizar a estratégia política do BE, mil vezes confessada: crescer eleitoralmente à custa de uma derrocada do PS.
Neste golpe eu não alinho. Se não aparecer outro candidato, escolho o mal menor: voto Fernando Nobre.
Tomás Vasques
O Pedro Correia teve a amabilidade de me convidar para escrever um post no Delito de Opinião, o que aceitei de imediato e agradeço. Ainda pensei alinhavar as minhas notas de leitura ao recente livro de Carlos Brito, Álvaro Cunhal Sete Fôlegos do Combatente. Ou, pelo menos, a uma parte que considero relevante: se o golpe militar de 25 de Abril de 1974 tivesse fracassado (e podia ter acontecido) seria tratado, por Álvaro Cunhal, como uma aventura «putchista e oportunista» – assim tinha classificado a saída da coluna das Caldas da Rainha, a 16 de Março. Como se tratou de um golpe militar vitorioso, passou a ser o resultado da estratégia definida pelo dirigente comunista, em 1964, no Rumo à Vitória. A história – a interpretação dos factos a posteriori – é feita destes pequenos nadas. Mas achei que, apesar do interesse, este não era um tema actual, um assunto do nosso quotidiano.
Por isso, deslizo para outro tema. Mais actual, a saltar de fresquinho: o apoio do PS – decidido na Comissão Nacional, no Domingo – à candidatura presidencial de Manuel Alegre (nesta reunião escapou-me um pormenor: como é que uma votação envolvendo um nome é feita por braço no ar?). Penso que à actual direcção do PS não lhe restava outra alternativa. Os dados estavam lançados há muito tempo e o PS amarrado a Alegre, desde há muito tempo, nas presidenciais. José Sócrates teve o mérito de impedir uma profunda clivagem no interior do partido, ao apoiar o poeta, sem deixar de se distanciar do apoio concedido. A partir de agora, a batata quente passou para as mãos do candidato que tanto se empenhou na «frente popular» entre a extrema-esquerda e o socialismo democrático, uma quimera provavelmente ainda de origem argelina. Durante os próximos seis meses, Manuel Alegre vai andar num rodopio, em bolandas entre os apelos de Louçã contra os «banqueiros e os capitalistas sanguessugas» e as medidas de austeridade do governo a atingirem também os desempregados. Será um autêntico cata-vento, sem coerência, sem estratégia, sem rumo.
Mas, nesta novela «presidencial», em que o PS se deixou envolver, o mais relevante é o facto de Manuel Alegre, deputado do PS durante 34 anos, se ter disponibilizado para protagonizar a estratégia política do BE, mil vezes confessada: crescer eleitoralmente à custa de uma derrocada do PS.
Neste golpe eu não alinho. Se não aparecer outro candidato, escolho o mal menor: voto Fernando Nobre.
Tomás Vasques
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