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Comem crianças ao matabicho

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Mensagem por Vitor mango Seg Jun 07, 2010 7:56 am

06 Junho 2010









Comem
crianças ao matabicho






Comem crianças ao matabicho Anti_Japanese_Propaganda3-ww2shots%5B1%5D
Sei
que entre os asiáticos a reputação dos norte-americanos foi caindo
década a década desde aquele longínquo ano de 1833 em que Edmund Roberts
e W. S. W. Ruschenberger tentaram estabelecer relações diplomáticas com
o sultanato de Omã, com o Sião e o Dai Viet. Para os governantes desses
potentados, os EUA não
existiam senão como vaga referência geográfica, mas os enviados do
presidente vinham tão entusiasmados com os sonhos de amizade perpétua e
comércio que as cortes tiveram a paciência de os receber e, até (Omã e
Sião) com eles assinarem uns tratados que nunca passaram do papel. Os
Eua não tinham império asiático, não interferiam, não incomodavam.

Comem crianças ao matabicho Aaaa
Porém,
em 1853, a simpática imagem começou a desvanecer-se quando os quatro navios
negros
comandados por Perry chegaram a Yokosuka
(Japão) com ordens expressas para abrir fogo sobre juncos, portos e
cidades costeiras se os teimosos Tokugawa persistissem no isolacionismo
das ilhas nipónicas. O Japão cedeu. Três anos depois foi a vez do Sião,
quando um diplomata soi–disant chamado Townsend Harris chegou a
Banguecoque com todo o tipo de ameaças se o Reino do Elefante Branco
não se submetesse ao "livre comércio". O Sião cedeu e os americanos
ganharam confiança e passaram a executar a política de canhoneira a todo
o Pacífico e Mar da China, direito da força que aplicaram
indistintamente a concorrentes europeus (Espanha, 1898), a evasivos
asiáticos (China, 1900) ou a exóticos ilhéus (Havái, 1894). Todos se
vergaram perante o Americano que seguia na peugada do mais enxuto
triunfalismo imperialista.

Comem crianças ao matabicho Aaaa+%281%29
Os Eua exportavam aventureiros e
missionários e importavam coolies. De quando em vez, um
jornalista romântico percorria as rotas da Ásia e insinuava-se junto dos
candidatos a ditadores, como foi Edgar Snow, amigo de Zhou En-Lai,
propagandista do mito de Mao que fez mais pela angelização do tirano
vermelho que qualquer remessa de canhões e granadas oferecida por
Estaline ao abrigo do "internacionalismo proletário". A sua Red Star
Over China
é, indiscutivelmente, uma das mais bem conseguidas
campanhas de propaganda pró-comunista do século XX, apenas comparável ao
Ten Days that Shook the World, de John Reed, outro americano
que fez de Lenine um salvador aos olhos da opinião que se publicava no
crédulo Ocidente.

Comem crianças ao matabicho Aaaa+%282%29
Depois, foi
a Segunda Guerra. Via há dias a série televisina Pacific
e perguntei-me se aquilo que ali se escancarava - um velho mito
adubado pela propaganda de guerra - poderia ser apresentado no Japão,
que continua a resistir à visão hollywoodiana de uma guerra entre
fanáticos kamikaze e o "individualismo democrático" dos americanos. Ora,
os EUA não ficaram aquém dos nipónicos na prática das mais refinadas
patifarias. Aquilo foi uma guerra de extermínio sem contemplação que só
ficou a dever à barbárie nazista-comunista de Hitler e Estaline por ter
lugar numa parte do mundo pouco coberta pelas câmaras do jornalismo. Os
americanos arrasaram o Japão com fósforo e, no derradeiro instante, como
a criança que quer experimentar o novo brinquedo, lançaram bombas
atómicas. Foram duas, mas se tivessem mais à mão, teriam sido cinco, dez
ou vinte até o Sol Nascente se converter num deserto.
Comem crianças ao matabicho Vancouver-war-painting-11%5B1%5D
Os
asiáticos, apercebi-me há pouco, veneram o very british, sentem
curiosidade pelo raffinement dos franceses, atracção pelo
excesso de italianos e espanhóis e mantêm a ideia, certamente viciada
pela memória, do pioneirismo da "Potência Histórica" portuguesa. Dos
americanos têm medo; diria, sentem uma quase repugnância pelo mascar
convulsivo de pastilhas-elásticas, pela linguagem gestual que estimam
ameaçadora, pelo falar sem-cerimónias, pela violência que pressentem nas
fitas americanas. Têm, em suma, reputação de selvagens. Como os mitos
são mais importantes que tudo o mais, dos EUA ficou a imagem da guerra
de aérea que MacArthur desencadeou na Coreia, no seu pedido de
lançamento de 100 bombas atómicas sobre a China, aliada de Kim-il-Sung,
de My Lai e do Agente Laranja no Vietname. Para os asiáticos, é estreita
e dubitativa a opção entre America e Comunismo, pois dos dois receberam
as maiores provações. Acresce que a política asiática dos EUA,
invariavelmente nas mãos de gente tola e alvar, favorece a preservação
do "carácter asiático" das tiranias comunistas, pelo que as pessoas
tendem a desculpar os vermelhos pela inépcia norte-americana.
Há tempos, falando com um bom amigo tailandês sobre a
sua família, abordámos os tempos da guerra. O avô fora um dos últimos
Luang (Visconde) sob a monarquia dita absoluta e nos anos 30 e 40 serviu
o Estado ocupando relevantes postos na administração. Quando veio a
guerra, o Sião optou pelo campo japonês, mas era uma guerra a fingir,
sem campanhas no exterior das fronteiras. Em 1943, os EUA começaram uma
campanha de bombardeamentos visando minar as vias de comunicações
japoneses. Pensaram os tailandeses: "isto é uma guerra que não nos diz
respeito, pois no fundo nunca fomos inimigos de americanos e
britânicos". Ilusão infantil. Os americanos passaram a bombardear
Banguecoque de noite e de dia. Queimaram bairros inteiros, mataram
milhares de pessoas. A tragédia foi tal, que a capital foi abandonada em
finais de 1944 e a população enviada para os campos. É um assunto tabú,
mas basta esgravatar um pouco e sai uma torrente de ressentimento
anti-americano. Os Eua foram, de facto, o maior acicatador de ódio
anti-Ocidental na Ásia.






THE
TURKEY SHOOT





Publicada por
Combustões


em
6.6.10






1 comentários










Etiquetas:
América na Ásia
Vitor mango
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