Televisão pública japonesa não vai transmitir torneio de sumo após escândalo

Televisão pública japonesa não vai transmitir torneio de sumo após escândalo
Depois da tempestade – um gigantesco escândalo relacionado com apostas desportivas de estrelas do sumo, um dos mais tradicionais desportos do Japão – os detritos: a televisão pública nipónica não vai transmitir um torneio da modalidade pela primeira vez em décadas, tal é a desilusão dos espectadores



Desde 1957 que a NHK transmitia os seis torneios anuais de sumo no Japão, mas depois de um escândalo relacionado com apostas de algumas vedetas da modalidade, o torneio que arranca domingo em Nagoya não terá direito a transmissão em directo.

Ao desapontamento dos adeptos do desporto, em particular, e dos japoneses, em geral, segue-se algum desinteresse para com a modalidade, que atravessa a maior crise do último século.

A decisão é, acima de tudo, simbólica, mas a NHK é clara ao dizer que depois do escândalo esta era a única solução possível.

Em causa estão dezenas de lutadores e treinadores de topo que, segundo a Associated Press, terão apostado ilegalmente milhares de dólares em provas de basebol.

Isto depois de um dos maiores vultos ter sido afastado por alcoolismo, um treinador ter sido criminalmente punido após um incidente que terminou na morte de uma pessoa, e vários lutadores terem sido expulsos devido ao consumo de marijuana.

A repulsa por estes comportamentos é tanto maior quanto o sumo tem origens em rituais religiosos, e o campo de luta é tido como terreno sagrado, o que exige dos envolvidos padrões de ética e comportamento ainda mais elevados.

A própria Associação Japonesa de Sumo tomou medidas duras e até já o ministro da Educação veio a terreiro: «Gostaríamos que todos vocês envolvessem a vossa vida nisto e começassem de novo».

A tradição já não é mesmo o que era: o número um do ranking, que não está envolvido no escândalo, é da Mongólia, e muitos dos melhores praticantes são estrangeiros.

SOL com agências