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Antigos cinemas do Porto estão vazios ou a viver novas vidas 00h25m

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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 12, 2010 12:36 pm

Antigos cinemas do Porto estão vazios ou a viver novas vidas
00h25m
Dora Mota

foto José Mota/Global Imagens
Antigos cinemas do Porto estão vazios ou a viver novas vidas


Cidade já teve 50 salas ao longo de 100 anos. Agora quase não há cinema na Baixa. Salas fecharam, desapareceram ou foram entregues a usos diferentes.Há, no entanto, sinais de renascimento com projectos de proximidade.

Fechadas, com as portas de vidro grafitadas ou com cartazes de “aluga-se” ou “vende-se”. Vazias ou com outros usos que não a exibição de filmes. Estão assim muitas das antigas salas de cinema do Porto, que, desde o início do século XX e ao longo de 100 anos, terá tido perto de 50 locais para ver filmes.

O Estúdio Foco, que foi uma sala com tecnologia de ponta no seu tempo, está fechado e vandalizado. O Pedro Cem, na Rua de Júlio Dinis, junto ao Palácio de Cristal, está à venda e o Charlot, no Brasília, para arrendar. É propriedade de uma imobiliária do Porto, que depois de dez anos com a sala fechada, a colocou no mercado por 3800 euros/mês.

O cine-teatro Vale Formoso está na posse da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que se prepara para inaugurar uma nova sede, em Serpa Pinto. A IURD já afirmou que o edifício não vai encerrar e que estuda alternativas. De outros outros cinemas, como o do Terço, demolido, nada resta.

As galerias Lumière, na zona de Carlos Alberto, ganharam nova vida, mas não com filmes, embora lá dentro quase pareça estar-se numa fita. Há livrarias, profusas montras de antiquários, lojas ainda a cheirar a novo, um piano a tomar conta de uma esplanada tranquila e cheia de luz.

As galerias reabriram assim há pouco mais de meio ano, por mão do empresário José Albuquerque, que comprou de uma assentada as 13 lojas, com intenção de ali criar um ambiente alternativo. Ainda há espaços por ocupar, mas a bola de neve está claramente lançada.

Outro espaço que provavelmente nunca mais será cinema é o Águia D´Ouro. Fechado desde o último dia de 1989, depois de uma década em declínio, está a ser transformado em hotel. Outro emblema do cinema do Porto, o Trindade, está fechado e a empresa que o detém, a Neves & Pascaud, também dona do Batalha, não tem projectos para o edifício.

Margarida Neves, administradora, tem uma herança ao mesmo tempo pesada e luminosa: é bisneta de Manuel da Silva Neves, que criou a tal primeira sala/barraco de cinema no Porto, com Eduardo Pascaud, em 1906, no local onde viria a surgir a actual Rotunda da Boavista.

“O Trindade está mais ou menos parado. Tínhamos um projecto de habitação para o terraço e chegámos a ter um projecto do Agostinho Ricca para as salas de cinema”, relatou ao JN. Neste momento, admite vender o imóvel se tiver uma boa proposta.

O outro edifício da Neves & Pascaud, o Batalha, pode, todavia, ser um dos focos do renascimento lento do cinema na cidade, onde recentemente fecharam mais quatro salas de cinema independente, no shopping Cidade do Porto. Está a ser explorado pelo Gabinete Comércio Vivo (parceria da ACP/Associação de Comerciantes com a Câmara), mas o contrato termina no fim do ano.

Nuno Camilo, presidente da ACP, sublinha não haver interesse em continuar uma exploração que só tem dado prejuízo. “Não é vocação do Comércio Vivo gerir salas de espectáculo, mas dinamizar o comércio”, salientou. Mário Dorminsky, director da cooperativa Cinema Novo, que organiza o Fantasporto, já declarou estar interessado em arrendar o Batalha.

O renascimento tem sido surgido, essencialmente, pela vontade dos promotores, como são os casos do Nun´Álvares ou do Passos Manuel, um espaço multiusos, com bar e um cartaz de cinema constante, mas não frequente. Em ambos os casos, do lado de lá das portas há pessoas que vivem para os seus cinemas, tendo criado projectos de proximidade.

Elias Macovela, que ressuscitou o Nun´Álvares através da empresa Malayka Cinemas, capta espectadores na internet e no bairro. “Acompanho todas as actividades do cinema, conheço as pessoas que vêm cá, os miúdos e os pais”, disse. O único cinema aberto na Baixa (excluindo os filmes porno do Estúdio 111) é o Passos Manuel, outra aposta pessoal.

O inquilino é António Guimarães, que foi dono do famoso bar Anikibobó, e agora é um faz-tudo no cinema, que explora em conjunto com o bar com o mesmo nome. Imprime e vende bilhetes, faz luzes, promove ciclos ou apoia quem os queira passar na sala de 180 lugares onde também há concertos. “Se fosse só cinema, isto já tinha fechado”, admite.
Vitor mango
Vitor mango

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