"fogo cruzado" entre José Faria e Ferrreirinha torres......Jeje!!!

Ferreira Torres: Testemunha diz que foi penalizada pelo Fisco por causa do "fogo cruzado" entre José Faria e o autarca


Temas: Crime, lei e justiça, Julgamentos, Tribunal, Autoridades locais
Marco de Canaveses

Uma das cinco testemunhas, hoje ouvidas no julgamento de Avelino Ferreira Torres, que vendeu várias propriedades a José Faria, afirma-se lesada em dezenas de milhares de euros porque os terrenos foram revendidos por preços muito superiores aos que efectivamente recebeu.

António Vahia reconheceu que "foi enganado" ao ter confiado a José Faria uma procuração irrevogável, dando-lhe poderes para vender diversas propriedades nas freguesias de Tuías e Avessadas, ambas no Marco de Canaveses.

Como as propriedades foram vendidas posteriormente por José Faria por preços "muito superiores" aos montantes que tinha recebido, António Vahia foi chamado pelas Finanças para corrigir o anexo das mais-valias entregue juntamente com a declaração anual do IRS.

"Pagamos às Finanças mais de 70 mil euros", afirmou a testemunha.

Vahia declarou ao tribunal que tem esperança que fique provado no processo que não recebeu de José Faria mais do que os valores que constam no processo - 60 mil euros no primeiro negócio e 150 mil euros no segundo, este relativo a vários prédios, todos rústicos.

A testemunha, que sustenta que fez todos os negócios com José Faria, confessou que tentou por diversas vezes procurá-lo para ser ressarcido do diferencial das mais-valias, isto é, entre o valor efectivamente recebido e aquele por que Faria vendeu os terrenos a terceiros.

Por não ter conseguido resolver o problema António Vahia referiu que também procurou Avelino Ferreira Torres na Câmara do Marco de Canaveses mas nem assim conseguiu ser ressarcido.

Ferreira Torres garantiu-lhe que pagou tudo a José Faria e já não tinha nada a ver com o assunto, enquanto aquele sempre afirmou que nada recebeu.

"Ficamos com este prejuízo devido ao fogo cruzado entre José Faria e Ferreira Torres", concluiu a testemunha.

António Vahia pediu ao tribunal que dê como provado no acórdão que apenas recebeu os 210 mil euros pela totalidade dos terrenos, como provam as cópias dos cheques recebidos, de modo a sustentar junto do Fisco a devolução do que pagou a mais.

O tribunal ouviu ainda mais quatro testemunhas, três por terem sido compradores de terrenos e um engenheiro da câmara, que confirmou a utilização de terras de uma quinta de Ferreira Torres na construção de um caminho municipal.

O julgamento prossegue dia 24 de Setembro.