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A Golpada

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Mensagem por Viriato Dom Ago 01, 2010 4:58 am

A Golpada

Aspirina B
Actualizado hoje!


Desde que se prenunciou a eleição de José Sócrates, em 2005, que o País vive em permanente ambiente de golpada. E é em ambiente, agudo, de golpada que actualmente vivemos.

Trata-se, em suma, de derrubar o Primeiro Ministro eleito, substituí-lo por um dirigente do Partido Socialista, escolhido pelos Senhores jornalistas, para um Governo que se dedique a preparar as próximas eleições, de que saia vencedor um dirigente do PSD designado pelos Senhores jornalistas. De preferência, um Primeiro Ministro e um Governo suficientemente fracos que reconduzam o País ao habitual e apetecido estado de desgoverno em que ninguém governa e todos mandam, nos seus assuntos, a partir das suas quintas, tudo com o habitual embrulho de escândalos que vendem jornais e promovem jornalistas.

Os golpistas – que visam irrelevar os efeitos, jurídicos e políticos, de uma eleição, anular o sentido do voto dos portugueses – acoitam-se em duas corporações, sem sombra de legitimidade democrática, mas poderosas, pelas suas auto-proclamadas isenção e imparcialidade: os jornalistas e o Ministério Público, que mutuamente se alimentam e se promovem.

Eles, as suas manobras, o eventual triunfo da golpada posta em marcha em 2005, que atingiu agora o paroxismo, põem severamente em causa o estado de direito e constituem a maior e verdadeira ameaça às liberdades públicas.

Ao Ministério Público, organizado num sindicato todo poderoso, cabe manter o Primeiro Ministro refém de sucessivos processos que se eternizam sem solução, cuja utilidade como arma de arremesso política é evidente (alguém ouve falar do “caso Freeport” fora dos tempos eleitorais?). Não importa que esses processos se iniciem por forma evidentemente crapulosa que, só por si, os faria morrer no ovo, se houvesse a mínima decência; não importa (ou importa muito) que os Senhores Magistrados do Ministério Público sejam, na sua generalidade, incompetentes, ineptos e preguiçosos, incapazes de, a sério – em Tribunal –, conseguirem condenar, sequer, o Rato Mickey.

Estes processos não se destinam a seguir o curso normal e legal de acusação/julgamento/sentença – servem apenas para estarem para ali, para fundamentarem escutas, para serem usados para bufar aos compadres jornalistas algumas sensações, para os Senhores Magistrados se promoverem como gente interessante, eventualmente heróica, para esconderem os inquéritos a que não dão andamento, os procedimentos que deixam prescrever, a péssima ortografia dos seus despachos, a indigência do seu direito, a sua culpa no estado a que chegou a nossa Justiça criminal.

E os Senhores jornalistas, rapaziada de poucos estudos e escassa habilitação, moços de recados e de fretes, irresponsáveis e insensatos, alinham na golpada, embriagados em sonhos de poder, de importância e de dinheiro. Percebem que, se conseguirem derrubar este Governo, este Primeiro Ministro, nenhum aspirante a governante cairá no erro de José Sócrates, de os desprezar, que, previamente ao ensaio de qualquer voo, deverá ir lamber-lhes as botas, como vi fazer recentemente a um Venerando Juiz Desembargador, de quem o mínimo que se pode dizer é que tem fraquíssima memória, ou fortíssima gratidão a quem lhe poupou a próxima às cruzes das escutas.

Pouco importa que sejam incompetentes, que bolsem mentiras, vigarices, insinuações nunca confirmadas, que sejam desmentidos e continuem – gente que, depois de cruamente desmascarada pelo dono do recado e pelo patrão que os despediu, deveria se proibida de, sequer, acercar-se de uma banca de jornais, continua a escrever neles, como se nada fosse, como se nada tivesse sido.

Acrescente-se um pormenor aterrorizador: esta gente não age em nome de ninguém, senão deles próprios, de nenhum interesse, bom ou mau, superior a eles, senão o deles.

Por isso, o que visam não é um golpe de estado – o derrube, por meios inconstitucionais, do poder legalmente instalado e a sua substituição por um outro poder que se irá legitimar por mecanismos constitucionais – é uma misérrima golpada, destinada a garantir um País sem governo, onde medrem as corporações (eles) pela força da mentira e da rua.
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