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África nossa: resistência da memória..in combustoes

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Mensagem por Vitor mango Qua Set 08, 2010 9:23 am


África nossa: resistência da memória







África nossa: resistência da memória..in combustoes  Xxxxxx
A
minha mãe não é uma figura literária nem uma muleta ideológica, uma
bandeira ou uma frase-feita. Existe. Nasceu em África há setenta e sete
anos, viveu no mato e cresceu, como qualquer filha de quadro
administrativo colonial, numa casa branca de dois andares, com um
jardinzinho à frente e o pau da bandeira onde, todas as manhãs, o meu
avô fazia continência à bandeira portuguesa que subia no mastro enquanto
o corneteiro soava a ordem de respeito. Durante anos, foi a única
criança branca num concelho do tamanho do Baixo Alentejo, pelo que
aprendeu os idiomas locais e brincou com as crianças negras das aldeias
vizinhas. Em vez das bonecas, encontrou no desenho e na pintura
companhia para os seus sonhos e fez-se artista sem frequeentar
academias. Pinta há setenta anos. Teve o seu momento de consagração em
1973, quando realizou na Casa Amarela de Mouzinho de Albuquerque, em
Lourenço Marques, uma exposição que concitou os maiores aplausos. Foi
com o dinheiro dessa exposição que saímos de África para não mais
voltar, pois o cataclismo abateu-se sobre todos, nós os que partimos
para o exílio, eles que ficaram entregues ao que sabemos. Da sua boca
nunca ouvi um lamento, uma frase ditada pelo ódio. Aliás, se há pessoa
menos racista neste mundo, mais amante de África e daquilo que a África é
para nós - nossa pátria - essa será certamente a minha mãe.

Aos
setenta e sete anos continua a cultivar o seu jardim de memórias. Vive
em África em pleno Alto do Lagoal, em Caxias. Tudo o que a cerca - os
objectos, os livros, as fotografias - são o magro espólio desse século
em que por lá esteve a minha família. Finalmente, depois de 37 anos de
silêncio, os seus quadros voltarão a ser expostos, agora na Fundação
Marquês de Pombal, em Linda-a-Velha. A sua obra é já considerada única,
pois constituiu a mais extensa galeria de memórias coloniais existente
em Portugal. Estou certo que a minha mãe, aos 77 anos, será uma
revelação para muitos, ela que nunca teve lóbis nem nunca andou atrelada
a grupos e galeristas que fazem o sucesso postiço de tanto artista. O
tempo acaba sempre por chegar, mesmo que seja aos 77 anos. Parabéns, Ana
Plácido.
Vitor mango
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Mensagem por stefanivs Seg Set 13, 2010 9:54 pm

Pena que Portugal demorou um pouco a se tocar que usar escravos indíginas das suas próprias colônias Africanas era mais útil que os índios brasileiros, em relação aos ciclos econômico que tiveram no Brasil.

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Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 14, 2010 3:25 am

stefanivs escreveu:Pena que Portugal demorou um pouco a se tocar que usar escravos indíginas das suas próprias colônias Africanas era mais útil que os índios brasileiros, em relação aos ciclos econômico que tiveram no Brasil.

Em contrapartida, foi Portugal que tomou a dianteira na abolição da escravatura:

Portugal

Na época anterior à formação de Portugal como reino existe registo da prática de escravatura pelos Romanos, pelos Visigodos e durante o Al-Andaluz a escravidão dos cristãos capturados e dos Saqaliba. Depois da independência de Portugal tem-se conhecimento de ataques de piratas normandos a vilas costeiras, das razias que Piratas da Barbária faziam entre a população costeira e das ilhas. As vilas ficavam geralmente desertas e a população era vendida no mercado de escravos do norte de África. Havia chefes corsários que vinham do norte de África até à península que eram elches, "renegados" da fé cristã ou mouriscos capturados que mudavam de "lado". Os prisioneiros de guerra capturados na península tornavam-se escravos. Só em 6 de julho de 1810 com a assinatura do primeiro tratado luso-argelino de tréguas e resgate, confirmado em 1813, com a assinatura do Tratado de Paz, acabou a razia nas vilas costeiras de Portugal e captura de portugueses para a escravatura no norte de África.

Antes de 1415, através do resgate de cativos portugueses fizeram-se os primeiros contactos com comércio de escravos na cidade de Ceuta. Resgatar familiares era obrigação cujo descumprimento poderia originar pesadas penas. As igrejas mantinham caixinhas de peditório para resgate dos cativos. Crianças e mulheres tinham prioridade de serem resgatadas.

Quando em 1415 Portugal conquistou Ceuta havia aí um importante centro comercial onde confluíam rotas de escravos trazidos da África subsariana por comerciantes beduínos. A conquista de Ceuta pelos portugueses, levou os traficantes de escravos a desviar as suas rotas de comércio para outras cidades. Ceuta perdeu então importância comercial, mas tornou-se importante ponto estratégico-militar de vigilância ao comércio de outras mercadorias entre as costas europeias do Atlântico e a península itálica. Com a presença portuguesa no ocidente do Norte de África, o comércio de escravos não mais recuperou a importância que havia tido sob o domínio muçulmano.

Os portugueses, nas viagens que fizeram ao longo da costa na direcção do sul de África, contactaram também aí com o comércio de escravos. O primeiro lote de escravos africanos transportados para Portugal foram os que a tripulação do navegador Antão Gonçalves comprou na costa do Argüim (hoje Mauritânia) em 1441. Quando, passado cerca de meio século, os primeiros Portugueses começaram a chegar à Guiné, contactaram também com o tráfico negreiro aí existente, mas nessa altura o objectivo dos portugueses era já a Índia das especiarias. O desenvolvimento do comércio de escravos, com envolvimento de portugueses, só veio a acontecer no século XVII em competição com holandeses, ingleses e franceses, vindo a ter o seu auge no Século XVIII com o comércio dos escravos africanos para o Brasil.

No entanto, o corpo legislativo emanado das chancelarias régias portuguesas é abundante em diplomas destinados a reprimir a escravatura e a proteger os indígenas: provisões de D. João II, de 5 de Abril e 11 de Junho de 1492, e alvarás de 18 de Julho e 10 de Dezembro de 1493; a célebre lei de 20 de Março de 1570 sobre "a liberdade dos gentios das terras do Brasil, e mais Conquistas"; a provisão de 20 de Setembro de 1570, onde o rei D. Sebastião ordena que "Portugues algum nam possa resgatar nem catiuar Iapão; e sendo caso, que resgatem, ou catiuem alguns dos ditos Iapões, os que assim forem resgatados, ou catiuos, ficaram livres…". Os alvarás de 5 de Junho de 1605, de 3 de Julho de 1609, e o alvará com força de lei de 8 de Maio de 1758, vão no mesmo sentido.

No século XVIII foi aliás Portugal a tomar a dianteira na abolição da escravatura. Decorria o Reinado de D. José I quando, em 12 de Fevereiro de 1761, esta foi abolida pelo Marquês de Pombal no Reino/Metrópole e na Índia.

No Século XIX, em 1836, o tráfico de escravos foi abolido em todo o Império. Os primeiros escravos a serem libertados foram os do Estado, por Decreto de 1854, mais tarde, os das Igrejas, por Decreto de 1856. Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 proclamou-se a abolição da escravatura em todo o Império Português, até ao termo definitivo de 1878.

In Wikipédia


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Mensagem por Vitor mango Ter Set 14, 2010 9:09 am

stefanivs escreveu:Pena que Portugal demorou um pouco a se tocar que usar escravos indíginas das suas próprias colônias Africanas era mais útil que os índios brasileiros, em relação aos ciclos econômico que tiveram no Brasil.

calma stefanivs
O problema é complexo e desse facto eu liguei de perto com o problema
os indios americanos teem uma mentalidade de liberdade e de trabalho pouco eficaz
Indio macho nao trabalha porque diz que tem que ter as maos livres encarregando a mulher de todas as tarefas ...logo faz da mulher sua escrava
O vosso historiador D´Holanda descreve o que foi a relaçao do Portugues e do indio no Brasil quando o mesmo era cobiçado por outros paises da Europa
3000 indios juntavam-se a 200 portugueses na luta contra o Holandez que oucupava na altura o Norte do Brasil
A gestao holandesa era extremamente eficaz explorando centenas de engenhos de açúcar
Quando este exercito com dominância índia avançou para expulsar os holandeses vieram dizer ao general holandês do perigo do exercito inimigo
Que eles rastejavam e subiam ás árvores
O general sorriu informando que não tinha medo de macacos e quem rasteja eram as cobras e bla bla
Resultado
Perderam a aposta
stefanivs - nao podemos avaliar HOJEEEEEEEEEEE o que era a escravatura da altura porque quem mais lucrava eram os árabes que arrebanhavam e os vendia a quem desse mais dinheiro
Hoje na Europa ha escravatura de africanos que se metem em barquinhos e procuram a Europa porque em Africa nao conseguem sobreviver Mesmo brancos vindos do leste em bandos para Portugal eram explorados por pessoal mal intencionado
Para alem do Horror da escravatura vista com os olhos actuais há condicionantes
O rei de portugal obrigava a quem tinha escravos para plantar 300 pés de mandioca
Os capitães podiam utilizar uma serviçal com o titulo de sinhamoça com estatuto assinado pelo Papa

Os Jesuítas no Brasil tiveram um papel importante na evangelização
E tal como a João diz o " negocio " da escravatura era de alcance muito mais complexo já que e ao contrario do que sucedia nas colónias espanholas só e apenas o REI detinha o controle total do tipo de colonização



Vitor mango
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