Falsários de arte. Até os coleccionadores mais experientes já foram enganados
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Falsários de arte. Até os coleccionadores mais experientes já foram enganados
Falsários de arte. Até os coleccionadores mais experientes já foram enganados
por Rosa Ramos, Publicado em 08 de Setembro de 2010 | Actualizado há 22 horas
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Joe Berardo comprou a "Mona Lisa" por cerca de 300 euros e só depois é que percebeu que era uma falsificação
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Joe Berardo deu-se mal quando comprou o primeiro quadro, em 1969, na África do Sul. Era recém-casado, tinha quase 40 anos e apaixonou-se à primeira vista por uma réplica da Mona Lisa. Só depois de a ter levado para casa e de ter pago três mil randes (a mais de 300 euros) é que soube que, afinal, o original estava em Paris. "Tinha comprado um print da Mona Lisa. Não sabia o que estava a fazer. Olhei, gostei e comprei. Só depois percebi que se quisesse ter a verdadeira Mona Lisa teria de ir ao Louvre". Foi uma vez sem exemplo. Hoje, Berardo é um dos maiores coleccionadores de arte em Portugal. Admite que, no que toca a comprar falsificações, "um azar" pode acontecer a qualquer um, mas jura que não voltou a repetir o erro. Recorde-se que anteontem a PJ deteve um indivíduo que se preparava para colocar no mercado 27 obras, numa burla que lhe poderia valer muitos milhões de euros.
Os especialistas também não escapam aos falsários. Bernardo Pinto de Almeida, historiador e crítico de arte, confessa que já foi enganado "numa casa de leilões fidedigna" quando comprou um desenho de um dos autores que mais bem conhece. "A leiloeira também não tinha percebido o erro e retomou o desenho", recorda. João Esteves de Oliveira, dono da galeria com o mesmo nome, em Lisboa, admite que já se enganou duas vezes - a última há três anos -, apesar de estar ligado ao ramo há quatro décadas. Numa das vezes, comprou numa leiloeira, na outra a um particular. "Não houve má-fé, fizeram uma análise errada", acredita. Foi reembolsado.
Desconfie do barato Os pequenos coleccionadores são o maior mercado dos falsários. Por ignorância, falta de experiência ou por preferirem comprar barato. "Se uma peça de um autor consagrado é demasiado barata, é de desconfiar", avisa Bernardo Pinto de Almeida. Quanto ao desconhecimento, é fácil de contornar, "pedindo opiniões a quem saiba", recomenda João Esteves de Oliveira. "Nas casas de leilões internacionais há especialistas nas várias áreas, até porque os leilões são especializados. Em Portugal, existe pouca especialização, apesar de, nos últimos anos, os maiores leiloeiros já recorrerem a consultores", diz Pinto de Almeida.
Nas leiloeiras, a probabilidade de se comprar gato por lebre é menor, "porque como as obras estão expostas, mesmo que o leiloeiro não se tenha apercebido de que existe uma falsificação, há sempre alguém que alerta", explica Frederico Horta e Costa, galerista e representante da Sotheby''s. Já nos negócios particulares, é mais difícil assegurar a autenticidade das obras. "Há falsários que até se aproveitam de pessoas conhecidas para introduzir as obras no mercado, dizendo que não querem expor-se e usando-as como veículo de venda, aproveitando-se da sua ingenuidade", revela.
O erro mais frequente quando se compra arte, avisa, é olhar-se primeiro para a assinatura. "É a inversão total do que se deve fazer", garante Frederico Horta e Costa. "Primeiro deve olhar-se e perceber-se a obra, a assinatura só serve para complementar". De resto, trabalhar com arte é fazer de advogado do Diabo: "É preciso olhar sempre para qualquer obra com espírito crítico e duvidar sempre."
Há vários tipos de falsários e várias técnicas para falsificar, desde o simples desenho a papel vegetal à cópia por meios mecânicos. Mas os falsários mais perigosos não são os que tentam copiar uma obra ao pormenor. "Há os que apagam assinaturas de pintores menores da mesma época e colocam nomes consagrados", explica Horta e Costa. E nem sempre os pintores mais "simples" são os mais fáceis, garante Bernardo Pinto de Almeida. "As piores falsificações que já vi foram feitas a partir de artistas mais fáceis, porque são os que normalmente têm uma intensidade maior, um génio maior, que nenhum falsário conseguirá reproduzir, mesmo que domine a técnica", justifica.
por Rosa Ramos, Publicado em 08 de Setembro de 2010 | Actualizado há 22 horas
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Joe Berardo comprou a "Mona Lisa" por cerca de 300 euros e só depois é que percebeu que era uma falsificação
Poe, Pessoa e o Corvo, Júlio Pomar D. R.
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Joe Berardo deu-se mal quando comprou o primeiro quadro, em 1969, na África do Sul. Era recém-casado, tinha quase 40 anos e apaixonou-se à primeira vista por uma réplica da Mona Lisa. Só depois de a ter levado para casa e de ter pago três mil randes (a mais de 300 euros) é que soube que, afinal, o original estava em Paris. "Tinha comprado um print da Mona Lisa. Não sabia o que estava a fazer. Olhei, gostei e comprei. Só depois percebi que se quisesse ter a verdadeira Mona Lisa teria de ir ao Louvre". Foi uma vez sem exemplo. Hoje, Berardo é um dos maiores coleccionadores de arte em Portugal. Admite que, no que toca a comprar falsificações, "um azar" pode acontecer a qualquer um, mas jura que não voltou a repetir o erro. Recorde-se que anteontem a PJ deteve um indivíduo que se preparava para colocar no mercado 27 obras, numa burla que lhe poderia valer muitos milhões de euros.
Os especialistas também não escapam aos falsários. Bernardo Pinto de Almeida, historiador e crítico de arte, confessa que já foi enganado "numa casa de leilões fidedigna" quando comprou um desenho de um dos autores que mais bem conhece. "A leiloeira também não tinha percebido o erro e retomou o desenho", recorda. João Esteves de Oliveira, dono da galeria com o mesmo nome, em Lisboa, admite que já se enganou duas vezes - a última há três anos -, apesar de estar ligado ao ramo há quatro décadas. Numa das vezes, comprou numa leiloeira, na outra a um particular. "Não houve má-fé, fizeram uma análise errada", acredita. Foi reembolsado.
Desconfie do barato Os pequenos coleccionadores são o maior mercado dos falsários. Por ignorância, falta de experiência ou por preferirem comprar barato. "Se uma peça de um autor consagrado é demasiado barata, é de desconfiar", avisa Bernardo Pinto de Almeida. Quanto ao desconhecimento, é fácil de contornar, "pedindo opiniões a quem saiba", recomenda João Esteves de Oliveira. "Nas casas de leilões internacionais há especialistas nas várias áreas, até porque os leilões são especializados. Em Portugal, existe pouca especialização, apesar de, nos últimos anos, os maiores leiloeiros já recorrerem a consultores", diz Pinto de Almeida.
Nas leiloeiras, a probabilidade de se comprar gato por lebre é menor, "porque como as obras estão expostas, mesmo que o leiloeiro não se tenha apercebido de que existe uma falsificação, há sempre alguém que alerta", explica Frederico Horta e Costa, galerista e representante da Sotheby''s. Já nos negócios particulares, é mais difícil assegurar a autenticidade das obras. "Há falsários que até se aproveitam de pessoas conhecidas para introduzir as obras no mercado, dizendo que não querem expor-se e usando-as como veículo de venda, aproveitando-se da sua ingenuidade", revela.
O erro mais frequente quando se compra arte, avisa, é olhar-se primeiro para a assinatura. "É a inversão total do que se deve fazer", garante Frederico Horta e Costa. "Primeiro deve olhar-se e perceber-se a obra, a assinatura só serve para complementar". De resto, trabalhar com arte é fazer de advogado do Diabo: "É preciso olhar sempre para qualquer obra com espírito crítico e duvidar sempre."
Há vários tipos de falsários e várias técnicas para falsificar, desde o simples desenho a papel vegetal à cópia por meios mecânicos. Mas os falsários mais perigosos não são os que tentam copiar uma obra ao pormenor. "Há os que apagam assinaturas de pintores menores da mesma época e colocam nomes consagrados", explica Horta e Costa. E nem sempre os pintores mais "simples" são os mais fáceis, garante Bernardo Pinto de Almeida. "As piores falsificações que já vi foram feitas a partir de artistas mais fáceis, porque são os que normalmente têm uma intensidade maior, um génio maior, que nenhum falsário conseguirá reproduzir, mesmo que domine a técnica", justifica.
Última edição por Vitor mango em Qua Set 08, 2010 2:06 pm, editado 1 vez(es)
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