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VIAGEM A LISBOA DO PRÍNCIPE FREDERICO AUGUSTO DA Saxónia, EM 1688

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VIAGEM A LISBOA DO PRÍNCIPE FREDERICO AUGUSTO DA Saxónia, EM 1688 Empty VIAGEM A LISBOA DO PRÍNCIPE FREDERICO AUGUSTO DA Saxónia, EM 1688

Mensagem por Vitor mango Qui Set 16, 2010 12:05 pm

VIAGEM A LISBOA DO PRÍNCIPE FREDERICO AUGUSTO
DA Saxónia, EM 1688

O futuro Frederico Augusto I, O Forte, eleitor da Saxónia a partir de 1694, e rei da Polónia com o nome de Augusto II em 1697-1704 e 1709-1733, visitou Portugal em 1688. O príncipe terminava uma grande viagem de estudos, tipo de viagem que, no século 18, ficará conhecido como Grand Tour. Tinha estado em França e em Madrid, onde segundo parece, foi recebido friamente. A situação diplomática pode ter contribuído para isso, já que o Eleitorado da Saxónia não tinha aceite participar na Liga da Augburgo, criada pelas potências europeias contra a França de Luís XIV, e que ficará conhecida por Grande Aliança, quando a Inglaterra aderir, no ano seguinte.
«DO MODO QUE FOI RECEBIDO E TRATADO NESTA CORTE
O FILHO SEGUNDO DO DUQUE DA SAXÓNIA»
VIAGEM A LISBOA DO PRÍNCIPE FREDERICO AUGUSTO DA Saxónia, EM 1688 Ph_augusto2saxe

© Barockschloss, Moritzburg
Augusto II de Saxe (c.1728)


Em Fevereiro de 1688, chegou a Lisboa um filho segundo do duque da Saxónia. Pediu audiência pelo secretário de Estado, de sua majestade, da rainha e da senhora infanta. Concedeu-se-lhe para dali a dois dias às 10 horas da manhã. Armaram-se as casas do Paço com as armações melhores que havia, e a câmara do rei com a armação de seda e ouro da China, e bem alcatifada.
Estava na dita câmara um só bufete com uma cadeira, e não pareceu que houvesse ali cama. Teve ordem o marquês de Marialva D. Pedro de Meneses1, para ir conduzir2 o príncipe ao topo da primeira escada, que vai para a Casa dos Moços do Monte, e o levou à sua direita até à câmara do Rei.
Sua Majestade estava de pé, com o chapéu sobre o bufete, e quando o príncipe chegou deu três passos a recebê-lo, e nesta forma, em pé e descoberto, lhe falou, sendo intérprete o Padre Leopoldo3, confessor da rainha. Na casa estava o mordomo-mor, o estribeiro-mor e o camarista da semana, que era o marquês de Marialva. Todos saíram para fora, logo que o príncipe chegou à presença de sua majestade, e ficando à mesma porta da Câmara até onde o acompanhou a sua família, ficando porém da parte de fora.
Sua majestade o recebeu com agrado e quando se despediu tornou a dar os mesmos três passos.
O mesmo marquês de Marialva o conduziu à presença da rainha e da senhora Infanta, a quem por erro deixou de falar. A rainha lhe faltou na casa de dentro da antecâmara. Estava encostada em um bufete com a senhora infanta à mão esquerda. Deram ambas as princesas os mesmos passos que o Rei; na casa se achavam os oficiais da rainha, e da senhora infanta4, as damas, donas e camareiras-mores. O marquês de Marialva o tornou dali a conduzir até o mesmo topo da escada, onde o foi receber. Fez-se aviso a D. Francisco de Sousa5, capitão da Guarda, para entrar o seu coche no pátio da Capela, e para que a Guarda Tudesca6 lhe tornasse as armas na mesma forma que se faz aos duques.
Daí a uns dias pediu audiência particular à Rainha. O secretário de Estado entendeu do seu governador se queria que lhe tornassem as armas, e o conduzissem, não obstante ser audiência particular; e dizendo ele que sim, se fez na mesma forma, sendo o conde-barão7 quem o conduziu como viador da rainha, e em tudo fez o mesmo que o marquês de Marialva.
Pediu ultimamente audiência de despedida, e se lhe deu na mesma forma. Sempre falou à rainha em alemão, e a rainha lhe respondeu na mesma língua. Nesta audiência cumprimentou a senhora infanta, fazendo-lhe o comprimento em francês. Sua alteza lhe respondeu na mesma língua francesa.
Quis ir a S. Julião8 e a Sintra.
Ordenou sua majestade que se salvasse em S. Julião com treze peças à entrada, e com outras tantas à saída. Mandou-se guarnecer aquela fortaleza com três companhias do terço da Armada,9 por se acharem melhor vestidas; e ordem aos soldados para não aceitarem dinheiro, no caso que lho dessem.
Em Sintra se mandou ordem a Lourenço Pires para que lhe mandasse ter os Paços abertos e nenhuma outra coisa.
Pareceu que se lhe desse uma jóia depois das audiências. O dia antes que partisse, lhe levou João Rebelo de Campos, corretor da Fazenda, da parte de sua majestade, um broche para o chapéu que custou dez mil cruzados. O príncipe recebeu este favor do rei com muito carinho, e deu a João Rebelo um hábito de diamantes de valor de quinhentos cruzados; e, mostrando gosto a um picador de um cavalo do Rei se ordenou ao estribeiro-mor, que bem ementado lho mandasse, o que fez pelo mesmo picador, mandando-lhe dizer que, sabendo que tivera gosto daquele cavalo, o representara a sua majestade e que sua majestade lhe ordenara que lhe mandasse. Deu o príncipe ao picador um anel de valor de cinquenta mil réis. Os títulos deste Reino não visitaram este príncipe pelas dúvidas dos tratamentos.
Vitor mango
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Mensagem por Vitor mango Qui Set 16, 2010 12:06 pm

mao sabia que o marques de Marialva era meu primo ...dos Menezes pah
Vitor mango
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